— E pequeno. — Comentou Kensuke, tocando também as costas do bebê. Bom, Paul não era nada pequeno, mas, considerando que eles são grandes e desacostumados a ver recém-nascidos, aquele bebê parecia um caroço de azeitona. — Posso tocar em você? — Perguntou, e Elisa concordou com a cabeça. — E beijá-la?
— Sabe que chorei, estou suada e melada, não sabe? — Perguntou, e o outro concordou. — Como você é estranho. Pode. — Concordou, e o outro beijou sua bochecha, afagando seu rosto e murmurando sobre como Elisa era forte por suportar tudo aquilo, fazendo a mesma sorrir. — Ele não abre os olhos? — Elisa questionou, e a médica explicou que logo abriria. Não havia ar condicionado na sala, nem muitas luzes ligadas, queriam deixar o mais confortável possível para o bebê, e conseguiram, tanto que ele tardou a chorar.
A médica então ofereceu que Kensuke cortasse o cordão umbilical e ele o fez. Verlaine só chorou de fato quando foi arrancado dos braços da mãe e levado para tomar banho, algo que Elisa queria fazer, mas não podia levantar. Ela foi limpa e Verlaine foi estranhado pelos médicos que não conseguiam ver suas íris, apenas as pupilas. Heloísa precisou explicar ser normal, e que com o tempo iriam escurecer. Bom, os médicos sabem dessa informação, mas olhos transparentes não são vistos por eles normalmente, por isso estranharam. Era comum na família de Elisa. De todo modo, Verlaine foi avaliado, constando sua saúde, e foi entregue para Kensuke, já que Elisa estava dormindo no quarto. Em seu registro, foi caracterizado com albinismo ocular, assim como sua mãe e tia, embora o olho não pareça de alguém que tenha albinismo ocular, é o mais próximo que os médicos conseguem chegar. Olhos de vidro não são vistos assim.
— Ele tem olhos puxados mesmo. — O rapaz comentou, e Heloísa comentou sobre os olhos de Elisa serem exatamente iguais quando nasceu, se referindo a tonalidade. — Tinha três anos, como lembra disso?
— Porque eu peguei ela quando ela chegou em casa, e, porque tem fotos. — Explicou, tendo o dedo segurado pela mão minúscula de Paul. — É tão frágil, e forte. Ele aperta.
— E está gostando de olhar para você. — Comentou o rapaz, e Heloísa afirmou que talvez fosse a semelhança entre ela e Elisa. — Ele não decorou rostos ainda, mas deve ser por isso mesmo. Quer pegar?
— A última vez que segurei uma criança foi há 26 anos, confia mesmo? — Perguntou irônica, e Kensuke comentou sobre nunca tocar num bebê, e que treinou com bonecos. — Uma criança e um boneco são bem diferentes, mas acho que está certo.
— A enfermeira disse que sim, então, tudo bem. — Explicou, e Heloísa enfim criou coragem para segurá-lo, tendo as pupilas transparentes a encarando com concentração. — É mole.
— Muito. — Murmurou, e Verlaine bocejou, estava sonolento. — Ele é realmente a cara dela, mas os olhos são puxados como os seus. Ela disse várias vezes que queria que fossem puxados. — Comentou, e Kensuke afirmou que, sempre que comentavam sobre a aparência da criança, Elisa pontuava sobre os olhos.
Paul acabou dormindo não muito depois, e levado para ficar com os outros bebês. Heloísa foi para casa, recebeu os pais do japonês e informou sobre o nascimento do neto, e que os levaria no dia seguinte, no caso, pela manhã. Ela dormiu, exausta, enquanto os mais velhos quase não dormiam de tanta ansiedade. Kensuke dormiu na poltrona, segurando a mão de Elisa. A enfermeira levou a câmera que estava na sala de parto de volta para o quarto dos dois, não sabia se estava ligada ou não, se foi ou não documentado o nascimento daquela criança de olhos transparentes. De todo modo, estava feliz por eles, eram um ótimo casal.
[...]
Durante a manhã, os avós foram conhecer o neto e aconselharam o jovem casal de pais sobre o que achavam que poderia ajudar e o que não fazer. No hospital, Elisa foi instruída também sobre como cuidar e amamentar, o que podia ou não ajudar. Kensuke foi instruído a como cuidar de Elisa e do bebê, como seria a cicatrização da mais nova mãe. Em casa, Elisa e Kensuke revezavam sobre quem acordaria pela madrugada, não contrataram babás porque ninguém achava que um recém-nascido deveria receber cuidados de um completo desconhecido. Bom, isso era cansativo. Duas ou três horas de sono, se juntasse todos os segundos da noite, não eram nada divertidos, principalmente para Elisa, que muitas vezes precisava manter Verlaine em seu peito. Não achava que a maternidade fosse leve, mas, na prática, é bem pior. O puerpério é tenebroso. Era madrugada, o casal estava acordado após Elisa desistir de amamentar o bebê e se frustrar enfiada nas cobertas. Kensuke trocou a fralda, roupas e o colocou no centro do colchão, protegido por dois travesseiros que impediriam o bebê de virar-se. Então, ele se aproximou de Elisa, pedindo para tocá—la.
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Elisa's Story
RomanceA fanfic é uma spin-off de "Soukoku - High School". Tem início na década de 90's, e gira em torno de Elisa e seu romance com Kensuke, onde posteriormente surgem os personagens de "Soukoku - High School" . Início: 15 de setembro de 2024. Fim: 05 de...