Elisa's Story

Capítulo III

— Ótimo, estamos sentindo a mesma coisa. Vamos. Onde estão? — Perguntou, analisando o mar de convidados, todos do exército, marinha e aeronáutica. Até mesmo o antigo noivo de Elisa estava lá, convidado pela mãe da garota que queria convencê-lo a noivar outra vez com sua filha. Os quatro começaram a caminhar, e, ao avistarem os pais da loira, ficaram todos suando frio.

A mãe de Elisa usava um vestido branco, cheio de pérolas pequenas, marcava sua cintura, mas não era justo, possuía ombreiras e sem decote algum, cobrindo até o pescoço. A mãe de Elisa possui por volta de 1,80cm, e o pai da garota, que usava um terno simples, tem 1,87cm. Eles abriram sorrisos largos ao ver as filhas, e franziram o cenho, ofendidos, ao ver Kensuke e Giselle. As garotas foram puxadas pelos pulsos, e os pares intrusos seguiram elas com preocupação. Ao chegarem num cômodo vazio, o que devia ser uma sala de jantar pelo tamanho, tiveram os braços soltos.

— O que estão fazendo? Querem arruinar nossa festa? — Perguntou a mãe, tentando não gritar. Era uma senhora de quase 50 anos, alta e com cabelos longos. — Você, já não o proibi de surgir na minha frente? — Perguntou, apontando o dedo no rosto de Kensuke como se ameaçasse dar um tapa nele.

— Heloísa, o que achou que aconteceria? O que faz aqui com Giselle? — Perguntou o pai, tão irritado quanto sua parceira. Ele nunca admitiu, embora soubesse, que tem uma filha lésbica. Muitas vezes ignora que ela seja assim, afirmando não ter preconceito algum, desde que não estejam embaixo de seu teto. — Vá embora, menina. Se for agora, posso fingir que nada aconteceu e ignorar isso. — Disse, tentando afugentar Giselle.

— Ah, se ela for, irei com ela. — Heloísa disse, estava trêmula, assustada com o que ela mesma disse. Ouvindo isso, a mãe acertou a garota com um tapa, ganhando um empurrão de Elisa.

— O que acha que está fazendo? Queríamos conversar com vocês, não bater. — Reclamou a filha mais nova, afastando sua irmã e tomando as rédeas da situação como sempre faz. — Vai nos afugentar assim por estarmos vivendo nossas vidas?

— Você estragou essa merda que chama de vida no instante que decidiu não convencer seu noivo que poderia ao menos ser uma mãe decente! — Ralhou a mãe, irritada, apontando o dedo para a filha. O pai estava encarando Kensuke, tentando saber se chamaria os seguranças ou iria ele mesmo chutá-lo para fora.

— Eu não estraguei minha vida coisa alguma, a senhora está sendo estúpida. Estou namorando esse rapaz, e Heloísa com Giselle. Queiram bem ou não. — Reclamou, e o pai logo franziu o cenho, segurando seu rosto com uma das mãos, a fim de machucá-la, o que fez Kensuke se intrometer e ganhar um tapa que o deixou zonzo pela força exercida.

— Quando eu deixei que namorasse? Quem você acha que é para namorar a minha filha? — Perguntou o homem ao japonês, largando o rosto de Elisa que se intrometeu entre eles. Seu pai é um homem, de quase 50 anos, militar, que ainda não se aposentou. Se batesse em Kensuke outra vez, o nocautearia num piscar de olhos. — Elisa, sei que não está em seu juízo perfeito e anda estressada desde que o noivado teve fim, mas saia da minha frente. Termine esse namoro agora mesmo antes que eu quebre seu dedo junto a porcaria dessa aliança!

— Eu estava conseguindo outro pretendente para você, antes de inventarem de estragar tudo! — Disse a mãe, irritada, empurrando Giselle em direção a porta, tendo o braço segurado por Heloísa, que pedia que não o fizesse, e, se continuassem nessa discussão idiota, não as veria mais. — Está me ameaçando? Quem acha que é para me ameaçar?

— Ora quem, sou sua filha. A filha mais velha, a filha lésbica, a filha que vai sair agora mesmo se realmente não quiser em sua casa. — Respondeu, então, a mãe largou Giselle, que ficou quieta em toda a situação, queria ir embora, estava com medo. Heloísa abraçou a até então namorada, e o pai se intrometeu, afastando-as. — Vocês não podem concordar nisso?