Capítulo VI

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— Certo. — Murmurou, sentindo o olhar do outro em si. — O que há?

— Você vai ser oficialmente minha esposa em duas semanas. — Explicou abobado, o que fez Elisa também sorrir abobada. — Mesmo que não digamos tanto isso um ao outro, você é o amor da minha vida, e eu te amo. — Sussurrou, fazendo o coração da outra palpitar.

— Não acho que nossa forma de expressarmos sentimentos são com palavras. Eu também te amo, e sei que você é, para todo o sempre, o amor da minha vida, mas não sinto a necessidade de dizer ou ouvir constantemente porque mostramos naturalmente o que sentimos cuidando um do outro. — Comentou, e Kensuke concordou ser a forma de ambos se expressarem. Não com palavras, mas atitudes. O futuro filho deles, Verlaine, e o futuro filho de Kensuke, Chuuya, puxam bastante desse comportamento, mas de forma mais problemática.

— Também sinto isso. Às vezes, eu gosto de ficar só olhando você. Seu rosto, a forma que balança os pés, que está sempre de pantufas, meias, chinelas, saltos, quando gosta da comida e fecha o olho bem rapidinho como se estivesse desfrutando da oitava maravilha do mundo. — Comentou, Elisa notou que Kensuke a observava algumas vezes, e por mais tempo que o esperado.

— Faço isso às vezes. Você puxa o lóbulo da sua orelha sempre que começa a gravar um vídeo, parece um ritual, sempre faz. Como se concentra cozinhando, e fica feliz com receitas novas, gosto de observar seus olhos também, quero que nossos filhos tenham eles. — Comentou, e Kensuke afirmou querer que sejam claros como os dela. — E se forem claros e puxados?

— Acho que seria perfeito. Na verdade, será perfeito de qualquer forma, será nosso. — Comentou, e Elisa o observou por alguns segundos, segurando seu rosto e roubando um selar. Eles continuaram a conversar até cair no sono, contando sobre o que aconteceria nos próximos meses.

O casamento chegou, o primeiro seria na própria França, em Paris, a céu aberto. Kensuke é budista e Elisa não é religiosa o suficiente para querer casar numa igreja. Era um jardim, grande e enfeitado com diversas flores. A estrutura criada em volta para se parecer com uma grande estufa estava também cheia de flores, árvores e ótima iluminação. Kensuke fez com que houvessem fotos espalhadas pelo lugar, enquanto Elisa quis que houvessem as lanternas com algumas fotos e desenhos. Estava tudo perfeito. Mas, como não conheciam crianças pequenas, não houve crianças entrando com as alianças, ou daminhos de honra.

Giselle, Niihara, Vitalie, vulgo garçonete da cafeteria e futura mãe do futuro genro de Elisa, a mãe de Kensuke e Heloísa foram chamadas para serem madrinhas. Os padrinhos foram o pai do noivo, o dono da cafeteria, vulgo Frédéric e o esposo de Niihara. Dos convidados, haviam alguns amigos do trabalho, e familiares, nada além. Os pais da garota não foram convidados e, se vistos na festa, deveriam ser expulsos. Decisão dela, e que teve o apoio da irmã. Heloísa não quer o menor rastro de infelicidade em Elisa em seu casamento.

A noiva entrou acompanhada da irmã, enquanto Kensuke já havia acabado com uma caixa de lenços e tentava não deixar o rosto tão vermelho, uma tarefa inútil por sinal. O terno de Kensuke era inteiramente preto, havia uma corrente atrás de sua gravata e na lapela do terno, o bolso portava um lencinho preto, que ele queria deixar para usar em outro momento. Elisa deixava de ser um espetáculo, ou evento, o próprio Big Bang não seria tão importante quanto ela era. Seu vestido era bastante do estilo que Giselle costuma fazer, mas totalmente ao seu modo. As costas nuas, o tronco colado no corpo, um decote pequeno, as alças finas eram feitas de pequenos diamantes, nos ombros, outra um pouco maior no braço, e no peito, antes do decote. O vestido era longo e arrastava no chão, branco, e com mais diamantes encrustados por sua extensão, pontos como cintura, busto, nádegas e cauda do vestido eram mais cheios, enquanto o restante possuía uma quantidade razoável. Usava uma gargantilha também de diamantes, construída de andares, com a pedra maior em seu colo e pescoço. Como era de se esperar, um véu branco. Os fios estavam soltos, perfeitamente arrumados e já batiam nas nádegas, mesmo recém aparados. A cerimônia iniciou, eles trocaram elogios em sussurros e não se deram mais o trabalho de segurar o choro, estavam em êxtase de tanta alegria. Então, chegou a hora dos votos, e Kensuke iniciou.

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