Pri respirou fundo, sentindo o peso das palavras que estavam prestes a sair. Elas caminhavam lado a lado, mas a tensão ainda pairava no ar. Era hora de abrir seu coração de vez.
— Carol... — começou Pri, parando abruptamente. Ela virou-se para encarar Carol, seus olhos fixos nos dela. — Tem algo que eu preciso te contar. Algo que vem me consumindo desde que nos separamos.
Carol a olhou com curiosidade e um pouco de apreensão.
— O que é? — perguntou Carol, sua expressão agora mais suave, mas ainda cautelosa.
Pri hesitou por um momento, lembrando-se de todas as noites em claro e das mensagens ameaçadoras que havia recebido. Mas era hora de ser corajosa.
— Nos últimos meses, eu fui chantageada — disse Pri, a voz tremendo levemente. — Alguém começou a ameaçar a te machucar e sua família. Eu não sabia como lidar com isso e acabei me afastando de você... achando que era o melhor para te proteger.
O olhar de Carol mudou instantaneamente; havia confusão e preocupação em seu rosto.
— O quê? Como assim? — perguntou Carol, os braços agora descruzados, mostrando-se mais aberta.
Pri continuou, sentindo uma mistura de alívio e dor ao compartilhar aquela parte da sua vida.
— Eu recebi mensagens anônimas... ameaçando você. Eu entrei em pânico e acabei me isolando porque não queria que você fosse arrastada para isso. Mas isso só me fez te perder ainda mais — explicou Pri, cada palavra saindo com dificuldade.
— Meu Deus... — murmurou Carol, enquanto processava a informação. — Por que você não me contou antes?
— Eu estava com medo! Medo do que ... medo de acontecer algo grave contigo. Mas eu não deixei de te amar nem por um segundo durante todo esse tempo — afirmou Pri, olhando profundamente nos olhos de Carol. — A verdade é que eu me afastei porque pensei que estava fazendo o certo por você, mas na verdade só criei mais dor entre nós.
Carol parecia abalada com as revelações. Seus olhos brilharam com uma mistura de emoções: preocupação, empatia e um vislumbre da antiga conexão entre elas.
— Isso é muito sério, Pri... — disse Carol lentamente. — Você deveria ter falado comigo. Eu nunca teria deixado você enfrentar isso sozinha.
Pri assentiu, lágrimas começando a se formar em seus olhos.
— Eu sei... E eu sinto muito por isso. Agora com novas informações, sei que ainda temos muito a trabalhar juntas. Quero fazer isso certo desta vez — disse Pri com fervor.
Carol deu um passo à frente e segurou as mãos de Pri entre as suas.
— Prometa-me uma coisa: se algo assim acontecer novamente, você vai me procurar? Não importa o quão difícil seja? — pediu Carol, sua voz suave mas firme.
— Prometo! Eu não vou mais deixar o medo ditar minhas ações — respondeu Pri com sinceridade.
A tensão entre elas começou a dissipar-se lentamente enquanto as duas se encaravam, sentindo a conexão renascendo entre elas.
— Você ainda me ama? — perguntou Carol suavemente.
Pri sorriu entre lágrimas, seu coração batendo forte no peito.
— Sempre te amei e sempre vou amar. Não importa o que aconteça. Estou aqui para lutar por nós — afirmou Pri com determinação renovada.
