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**Danilo**

Voltando para a minha sala com Maraisa ao meu lado, abri a porta e indiquei uma das mesas vazias do outro lado da sala. "Por enquanto, você pode trabalhar aqui. Temos duas mesas, e sua sala ainda está sendo organizada. Assim fica mais fácil para a gente trocar ideias", falei, tentando deixar o ambiente o mais confortável possível.

Ela sorriu, aparentemente à vontade com a situação. "Sem problemas, acho até bom poder ficar mais próxima no início", respondeu, enquanto acomodava suas coisas na mesa.

Passamos a manhã mergulhados no trabalho. Maraisa demonstrava ser bastante eficiente e organizada. Eu, sempre que surgia uma brecha, puxava conversa, curioso para saber mais sobre ela. "E como foi sua experiência na faculdade? Sempre quis trabalhar com arquitetura?", perguntei, em uma dessas pausas.

Ela, sempre educada e aberta, contou um pouco da sua trajetória, suas inspirações e até algumas dificuldades que enfrentou durante os estudos. "Sempre gostei de criar coisas, desde criança. Arquitetura foi um jeito de transformar isso em algo concreto", disse, com os olhos brilhando de entusiasmo. Fiquei impressionado com a maturidade dela e a paixão pelo que fazia. A conversa fluía tão naturalmente que logo estávamos falando sobre diversos assuntos além do trabalho.

O tempo passou rápido, e só por volta de uma da tarde nos demos conta de que havíamos perdido a hora do almoço. Olhei para o relógio e me virei para Maraisa, um pouco surpreso. "Caramba, já é uma da tarde! Desculpa, acabei te prendendo aqui e nem percebi o tempo passar."

Ela deu um leve sorriso, parecendo não se importar muito. "Sem problema, eu também não vi o tempo voar."

Para compensar, decidi resolver a situação. "Vou pedir algo para a gente almoçar por aqui, que tal? A gente pode comer enquanto descansa um pouco." Ela concordou, e fiz o pedido.

Enquanto esperávamos a comida chegar, sugeri que ela tirasse um tempinho para descansar. "Você merece uma pausa, afinal, é seu primeiro dia e eu já roubei o seu horário de almoço", brinquei, rindo de leve. Ela riu também e aceitou a sugestão.

Quando o pedido chegou, comemos juntos, conversando sobre assuntos mais leves. A tensão do primeiro dia parecia ter desaparecido, e Maraisa já se sentia à vontade para falar de coisas pessoais, como seus hobbies e até algumas histórias engraçadas da faculdade. Eu ouvia com interesse, gostando da leveza das conversas e admirando ainda mais a maneira como ela se expressava.

O dia, que começou cheio de expectativas e nervosismo, acabou se transformando em uma oportunidade de construir uma boa conexão desde o início.

**Maraisa**

Depois do almoço improvisado, o clima na sala ficou ainda mais descontraído. Danilo era fácil de conversar, e eu já me sentia mais confortável naquele ambiente. Apesar do ritmo de trabalho intenso, ele conseguia manter um equilíbrio entre seriedade e leveza, o que tornava o dia menos pesado. Depois de comer, voltamos ao trabalho, mas agora com uma sensação de cumplicidade maior, como se já tivéssemos estabelecido uma boa dinâmica de equipe.

À tarde, Danilo continuava explicando alguns projetos em que a empresa estava envolvida, e eu aproveitava para fazer perguntas e absorver o máximo de informações possível. A conversa fluiu entre aspectos técnicos e curiosidades do mercado de arquitetura. Ele parecia realmente interessado em compartilhar o conhecimento e, de vez em quando, perguntava minha opinião sobre determinados detalhes dos projetos. "O que você acha desse conceito? Alguma ideia nova que possa agregar?", dizia ele. Era bom sentir que, mesmo sendo meu primeiro dia, minha visão já era valorizada.

Enquanto eu respondia com minhas ideias e observações, ele me escutava atentamente. De certa forma, isso me fez relaxar e ganhar confiança ao longo da tarde. Chegamos até a rir em alguns momentos, trocando histórias de experiências passadas.

Por volta das seis da tarde, o ritmo começou a desacelerar. Eu já estava mentalmente cansada, mas ao mesmo tempo, satisfeita por como o dia tinha corrido. Danilo notou meu olhar perdido em um dos projetos e riu. "Acho que já deu por hoje, né? Primeiro dia e já te sobrecarreguei."

Eu ri também, balançando a cabeça. "Foi ótimo. Aprendi muito e me senti bem recebida."

"Que bom ouvir isso", ele disse, se levantando da cadeira e esticando os braços como quem também sente o cansaço bater. "Amanhã a sua sala já deve estar pronta, mas enquanto isso, se precisar, pode continuar aqui."

"Obrigada, Danilo", respondi, de coração. "Foi um ótimo primeiro dia."

Ele sorriu e me acompanhou até a porta. "Qualquer coisa, é só me chamar. E, ah, amanhã tentamos não pular o horário de almoço."

Nos despedimos e eu saí da empresa sentindo que, apesar do nervosismo inicial, aquele lugar tinha tudo para ser mais do que um simples trabalho. Mal podia esperar para ver o que os próximos dias trariam.

Ao entrar no carro e dirigir de volta para casa, fiquei refletindo sobre o dia. A gentileza de Fernanda, o apoio de Danilo e, claro, o desconforto com Sofia — tudo isso fazia parte da jornada. Mas, naquele momento, eu estava focada em como tinha sido produtivo, e na certeza de que estava onde deveria estar.

Continua...

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