Construindo Destinos

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Quando Maraisa e Danilo voltaram à empresa após o almoço, os dois sentiram alguns olhares discretos de seus colegas. Nada que fosse condenatório, mas o suficiente para que ambos se sentissem ligeiramente desconfortáveis. No entanto, as pessoas logo voltaram aos seus afazeres, sem dar muita importância, e Maraisa respirou aliviada.

Danilo, por sua vez, manteve o sorriso de sempre, tentando disfarçar qualquer tensão interna. Caminharam juntos até a sala de Maraisa, onde ela o ajudaria a revisar alguns orçamentos e projetos que precisavam de atenção.

Assim que entraram na sala, Maraisa fechou a porta de leve, e ambos se sentaram à mesa, espalhando os papéis entre eles. O clima de trabalho tomou conta do ambiente rapidamente, e em pouco tempo, estavam tão imersos nos números, detalhes técnicos e prazos, que se esqueceram de qualquer desconforto que poderia ter restado da conversa no almoço.

Maraisa, com sua habitual atenção aos detalhes, apontou rapidamente algumas inconsistências nos orçamentos, sugerindo ajustes para garantir que o projeto ficasse dentro do valor previsto pelos clientes. Danilo, impressionado com a precisão dela, a elogiava de tempos em tempos, o que arrancava sorrisos discretos de Maraisa, que continuava focada.

“Esse cliente aqui vai precisar de uma revisão nesse cronograma, não tem como entregar tudo isso no prazo que eles querem”, disse ela, passando um papel para Danilo, que acenou em concordância.

As horas passaram sem que eles percebessem. O sol começou a se pôr, lançando uma luz dourada pelas janelas da sala de Maraisa, e o escritório, que costumava ser um ambiente de pressão, parecia mais leve naquela tarde. Eles riram de alguns detalhes engraçados dos projetos, brincaram sobre algumas situações de clientes, e a tensão que havia entre eles no início do dia parecia ter evaporado.

Por volta das seis da tarde, ambos perceberam que haviam passado o dia inteiro trabalhando juntos. A pilha de papéis havia diminuído consideravelmente, e eles começaram a se organizar para encerrar o dia.

“Nem percebi o tempo passar”, comentou Danilo, esticando os braços com um sorriso no rosto. “Acho que quando a gente trabalha com uma boa companhia, tudo fica mais fácil.”

Maraisa sorriu, mas sem deixar de sentir um leve desconforto ao lembrar da conversa no almoço. Mesmo assim, ela sabia que, profissionalmente, eles formavam uma boa equipe. Ela arrumou os últimos papéis na mesa e se preparou para ir embora.

“Sim, o dia foi bem produtivo”, respondeu ela, tentando manter o tom neutro. “Agora é só ver como vamos resolver o restante dos prazos amanhã.”

Ambos sabiam que, enquanto estavam no ambiente de trabalho, as coisas pareciam funcionar perfeitamente. Mas fora dali, o que aconteceria entre eles continuava sendo um mistério carregado de tensão e desejo.

Antes de sair, Maraisa olhou para Danilo e, por um breve momento, deixou o olhar demorar-se um pouco mais sobre ele. Ela ainda estava confusa, mas não podia negar a conexão que sentia. Mesmo assim, tentou afastar esses pensamentos, desejando manter o foco no que precisava ser feito.

“Até amanhã, Danilo,” disse ela suavemente, pegando sua bolsa e se preparando para ir embora.

“Até amanhã, Maraisa,” respondeu ele, olhando-a partir do canto da sala, sabendo que o dia seguinte traria mais desafios—não apenas no trabalho, mas em suas vidas pessoais também.

Continua...