Capítulo 41

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Limites que cruzamos

Narrador| Point of View.

Phillip Grifes

O filho mais velho do Sr. Grifes, agora um jovem adulto inquieto, aproxima-se do pai em um momento crucial de sua vida. Em busca de liberdade e fortuna, ele pede ao pai a sua parte da herança antecipadamente. Há uma tensão entre os dois: de um lado, o filho impaciente, cheio de ambições e sonhos, mas também tomado pela pressa e pelo desejo de viver uma vida sem limites; do outro lado, o pai, Sr. Grifes, um homem severo e cauteloso, que vê nos atos do filho uma ameaça à estabilidade da família.

Eles estão na sala principal da casa, o ambiente iluminado pelas luzes quentes do final de tarde, refletindo o peso da tradição familiar. O Sr. Grifes, com sua postura firme, observa o filho por um momento antes de falar, tentando medir as palavras com calma, mas sua preocupação é evidente.

- Meu filho. começa o Sr. Grifes, com um tom paternal, mas carregado de autoridade. - Você ainda não está pronto para se aventurar pelo mundo. Você não tem a responsabilidade nem a sabedoria necessárias para lidar com uma quantia tão grande de dinheiro. Esta herança é o fruto de muito trabalho, e você a gastaria em pouco tempo, sem pensar no amanhã.

O filho, sentado à frente do pai, cruza os braços, os olhos faiscando de frustração. Ele tenta se controlar, mas as palavras do pai o atingem como uma acusação velada de imaturidade. O Sr. Grifes continua, levantando-se de sua cadeira e caminhando pela sala com gestos controlados.

- Eu estou fazendo isso para o seu bem. Essa quantia será guardada para o seu futuro, quando você estiver mais preparado, quando entender o verdadeiro valor do dinheiro e da responsabilidade que ele traz. O mundo lá fora não é como você imagina, cheio de aventuras fáceis e alegrias rápidas. Sem planejamento, sem controle, você vai se perder.

A cada palavra do pai, o filho mais velho sente sua raiva crescer. Ele se levanta de forma abrupta, as mãos cerradas, e o olhar desafiador.

- Eu não quero viver trancado nesta casa, como se fosse um prisioneiro! Você acha que sabe o que é melhor para mim, mas eu já estou pronto, pai. Eu sou adulto e posso tomar minhas próprias decisões! Sua voz sobe de tom, descontrolada pela impaciência.

Sr. Grifes para por um instante, olhando para o filho com uma mistura de desapontamento e preocupação. Ele respira fundo, tentando manter a calma, mas é claro que a situação está fugindo de seu controle.

- Você está cego pelo desejo de liberdade, mas não entende que, sem responsabilidade, essa liberdade vai te destruir.

- Eu não quero sua proteção, nem seu dinheiro guardado para o futuro. Tudo o que eu quero é a minha parte da herança, para poder viver a minha vida do meu jeito! O filho, agora irredutível, levanta o tom, quase gritando. Suas palavras ecoam pelo ambiente, e o silêncio que segue é denso.

Sr. Grifes, percebendo a intensidade da situação, balança a cabeça em negação.

- Você está cometendo um erro. Se eu te der essa herança agora, ela vai se perder tão rápido quanto sua ambição cega por uma vida que você não entende.

Mas o filho, já decidido, vira-se, rompendo a conversa e deixando claro que não está disposto a ouvir mais nenhuma palavra de cautela. Ele sai da sala, deixando o pai para trás, frustrado e com um sentimento profundo de impotência.

O pai, com firmeza, recusa o pedido. Ele não confia no discernimento do filho e teme que o dinheiro seja desperdiçado. Ele reforça o controle sobre as finanças da família, monitorando de perto todos os gastos, impedindo que o filho tenha acesso aos recursos de forma impulsiva. A frustração do jovem cresce à medida que ele percebe que seus planos estão sendo barrados. O clima dentro da casa se torna cada vez mais opressivo, à medida que o controle econômico se intensifica.

A Boneca ~ CAMREN Onde histórias criam vida. Descubra agora