Capítulo 34

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Atormentada

Narrador| Point of View.

O ambiente parecia familiar, mas ao
mesmo tempo estranho. Ela caminhava vagarosamente, sentindo o frio cortante do vento gelado em sua pele. Seus cabelos castanhos voavam ao sabor do vento, criando uma imagem surreal daquela figura delicada e vulnerável.

O cheiro de mofo e umidade invadia suas narinas, fazendo-a franzir o nariz. Ela olhou ao redor, tentando reconhecer onde estava, mas tudo parecia confuso e distorcido. As luzes vermelhas piscavam intermitentemente, criando sombras dançantes nas paredes desgastadas.

O silêncio era quase ensurdecedor, apenas o som do vento e seu próprio coração acelerado ecoavam naquele lugar misterioso. Ela tentou se lembrar como havia chegado ali, mas sua mente estava em branco, como se um véu tivesse sido colocado sobre suas memórias.

O vento gelado continuava a soprar, fazendo-a tremer de frio. Ela ergueu o olhar para o teto, procurando por alguma saída, mas tudo o que viu foram sombras e escuridão. Uma sensação de desespero a envolveu, fazendo-a desejar mais do que nunca estar fora daquele lugar opressivo.

O vestido branco se agitava ao vento, como se quisesse escapar daquela prisão invisível. Ela engoliu em seco, tentando controlar o medo que crescia dentro de si. Respirou fundo e, com determinação, deu um passo à frente, decidida a encontrar uma maneira de sair daquele labirinto sombrio e perturbador.

- Onde estou?... L-Lauren...

O ambiente estava impregnado com cheiro de mofo e ferrugem, e uma fina camada de poeira cobria tudo, dando a sensação de que o tempo havia parado naquele lugar. As paredes descascadas e as vigas de sustentação apodrecidas davam um ar de decadência e abandono ao local.

Camila sentia um arrepio percorrer sua espinha enquanto olhava ao redor, tentando encontrar uma forma de escapar daquele pesadelo. Ela sabia que não podia ficar parada ali para sempre, mas a ideia de se aventurar pelos corredores escuros e escadas precárias a aterrorizava.

O silêncio sepulcral do lugar só aumentava sua sensação de desamparo, fazendo com que cada som mínimo parecesse um grito ensurdecedor em seus ouvidos. Camila fechou os olhos por um instante, tentando reunir coragem para dar o primeiro passo em direção à saída desconhecida.

Com um suspiro profundo, ela finalmente se moveu, sentindo a pontada de dor nos pés descalços ao pisar em pedaços soltos de metal enferrujado. Mas a determinação era mais forte do que o medo, e ela continuou sua jornada em meio à escuridão e ao abandono.

A fábrica antiga e abandonada parecia viva, como se cada pedra e cada viga estivessem observando Camila em sua busca pela liberdade. Mas ela não podia se deixar abater, não podia se render ao terror que ameaçava consumi-la por completo.

- Estou decepcionada com você. Lauren. Você me desobedeceu, deveria ter ido para casa! Você deveria matar apenas alguns deles, mas a culpa é minha. Eu deveria saber que você não seria capaz de parar de matar.

O coração de Camila acelerou enquanto observava a sombra se aproximando lentamente. Ela tentou chamar por quem quer que fosse, mas sua voz falhou. A sombra continuou a se movimentar na neblina, parecendo estar em busca de algo ou alguém.

O som estridente continuava a ecoar pelos cantos, aumentando a tensão no ar. Camila sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao perceber que algo sinistro estava prestes a acontecer. Ela se afastou lentamente, os olhos fixos na sombra se movendo na neblina avermelhada.

Sem saber o que fazer, Camila recuou, tentando se afastar da sombra que parecia se aproximar cada vez mais. O medo tomou conta dela, deixando-a paralisada diante daquela cena assustadora. Finalmente, a avó de Lauren parou diante de Camila e começou a falar rapidamente, em um tom alto e agressivo.

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