Capítulo 10

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Cativeiro

Narrador| Point of View

Camila sentia-se sufocada no sótão escuro e empoeirado que se tornará seu novo lar. O cheiro de mofo e madeira velha impregnava o ar, e ela podia sentir a poeira se acumulando em seus pulmões a cada respiração.

Os móveis velhos e quebrados ao seu redor eram testemunhas silenciosas de seu cativeiro. As paredes de madeira rangiam e gemiam sob o peso do tempo, ecoando os gritos abafados de Camila.

No início, a solidão e o medo eram seus maiores inimigos. Ela mal conseguia dormir, atormentada por pesadelos e pela incerteza do que lhe esperava no futuro. Mas aos poucos, Camila se viu se adaptando à sua nova realidade.

Ela aprendeu a contar os dias marcando as horas que passavam lentamente. Descobriu como se alimentar com a pouca comida que lhe era deixada, e encontrou conforto nas poucas coisas que tinha consigo.

Embora o isolamento e a escuridão ainda a assombrassem, Camila descobriu uma força interior que nem ela sabia que possuía. Ela resistia, teimosa, recusando-se a ceder ao desespero. E, assim, mesmo no meio da escuridão e da opressão, Camila encontrou uma pequena luz de esperança a guiá-la em seu caminho.

Em uma noite qualquer, ao abrir os olhos, constatou os verdes lhe observando, na mesma posição de bruços ao seu lado naquele chão. O ato foi suficiente para fazê-la se assustar e gritar causando espanto na própria Lauren. As duas mulheres se afastam um pouco, a distância é respeitosa e Camila se mantém encolhida na escuridão.

Ela não queria assustá-la ainda mais, desceu as escadas do sótão mas deixou naquele chão uma nova bandeja de refeição.

Os dias de cativeiro de Camila com Lauren eram ainda mais angustiantes e perturbadores. A presença silenciosa e perturbadora de Lauren no sótão a deixava constantemente em estado de alerta e medo.

Quando Lauren entrava no sótão, o silêncio tomava conta do ambiente. Camila podia sentir seu olhar penetrante sobre si, observando cada movimento, sem dizer uma palavra. O peso dessa presença silenciosa era quase palpável, deixando Camila com arrepios e o coração acelerado.

Às vezes, Lauren se aproximava devagar, sem fazer nenhum ruído, aumentando ainda mais a sensação de opressão e medo. Seus olhos escuros e misteriosos pareciam atravessar a alma de Camila, fazendo-a questionar o que ela era capaz de fazer.

A falta de comunicação de Lauren aterrorizava Camila ainda mais. Ela se perguntava constantemente sobre as intenções da sua captora, o que estava planejando e por que a observava em silêncio. A incerteza e a sensação de impotência a consumiam, tornando cada dia de cativeiro ainda mais insuportável.

Mesmo diante do desconforto e do medo que Lauren lhe causava, Camila sabia que precisava permanecer forte e encontrar uma maneira de sobreviver a essa situação. Ela sabia que a única forma de escapar daquela prisão era manter-se vigilante e continuar resistindo, mesmo que isso significasse enfrentar os olhos assustadores e o silêncio perturbador de Lauren.

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Lauren estava ciente de que sua presença silenciosa e perturbadora causava medo e desconforto em Camila. Ela sabia que precisava encontrar uma maneira de se aproximar da mulher sem assustá-la, com o objetivo de conquistar sua confiança e fazer com que gostasse dela.

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