Capítulo 10

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Narrador

Q

ua.,
12/10/22.

Cinco meses haviam se passado desde o início do relacionamento de Arthur e Lucas, e enquanto Arthur caminhava de volta para o banco onde eles haviam se beijado pela primeira vez, ele sentia que o tempo havia passado rápido demais. Olhando para o mar que se estendia à sua frente, ele podia sentir uma onda de nostalgia e gratidão invadir seus pensamentos. Tudo o que aconteceu nesses últimos meses foi tão intenso, tão transformador, que às vezes ele se perguntava como teria sido sua vida se nunca tivesse conhecido Lucas.

Arthur puxou o casaco um pouco mais para perto do corpo, o vento soprava suavemente contra seu rosto. O céu estava claro, com algumas nuvens flutuando. Aquela era uma de suas paisagens favoritas, e ele vinha aqui sempre que precisava pensar. Foi aqui que ele e Lucas se conectaram profundamente, e esse lugar sempre o lembraria de como seus sentimentos floresceram.

Desde o início do namoro, ele percebeu que Lucas era mais do que um simples companheiro; ele era um parceiro de vida, alguém com quem Arthur compartilhava todas as suas alegrias, medos e inseguranças. Arthur se lembrou de como tudo começou, com uma simples aproximação, um projeto de escola que os aproximou e, finalmente, o beijo que selou o que ambos sentiam, mas ainda não conseguiam expressar em palavras.

Naquele momento, ele refletia sobre como eles cresceram juntos nesses cinco meses. Foram meses de descobertas, de aprender a conviver com as diferenças um do outro, de aprender a ser paciente e, acima de tudo, de aprender a amar de forma saudável.

Lembrando-se de Leonardo, Arthur suspirou. Havia sido difícil no começo, especialmente quando percebeu o quanto se afastou de Lucas logo após o beijo. Ele ainda lembrava da conversa com sua irmã, Alice, que o ajudou a perceber o erro que estava cometendo. Se não fosse por ela, talvez ele nunca tivesse tido a coragem de se desculpar com Lucas e de expressar verdadeiramente o que sentia. A conversa com Leonardo também havia sido difícil, mas necessária. Leonardo tinha se tornado um amigo rápido, alguém com quem ele compartilhou momentos divertidos, mas não havia mais do que isso. Quando Arthur explicou para ele que só o via como um amigo, Leonardo aceitou a situação com maturidade. Não houve ressentimentos, apenas compreensão. Pouco tempo depois, Leonardo se mudou para outra cidade, e mesmo longe, eles ainda trocavam mensagens e mantinham a amizade viva.

Agora, olhando para trás, Arthur sentia que tudo se encaixou exatamente como deveria. Ele havia aprendido tanto sobre si mesmo nesses últimos meses. Ele e Lucas passaram por fases desafiadoras, mas sempre encontraram uma maneira de superar as dificuldades juntos. Arthur percebeu que amar alguém não significava que tudo seria perfeito o tempo todo. Amar Lucas significava, acima de tudo, aceitar suas imperfeições e deixar que ele aceitasse as suas. Isso era o que fazia o relacionamento deles funcionar tão bem.

Eles passaram a dividir a vida de uma maneira que Arthur nunca pensou ser possível. Lucas não só o apresentou ao futebol, mas também o ensinou a amar o esporte. Embora Arthur nunca tenha sido bom com uma bola nos pés, ele aprendeu o suficiente para jogar de vez em quando com Lucas e seus amigos. E, em troca, Arthur apresentou Lucas ao seu mundo de música, arte e escrita. Juntos, eles ouviam músicas que Arthur amava, como The Smiths, e Lucas começou a apreciar cada vez mais o lado sensível e artístico de Arthur.

Arthur sorriu ao pensar nas inúmeras vezes que eles cozinharam juntos na casa de Lucas. Lucas era um desastre na cozinha no início, mas com o tempo, ele aprendeu alguns truques, e agora, cozinhar juntos era uma das atividades que mais os aproximava. Arthur se lembrava de uma noite em particular, em que eles tentaram fazer uma pizza caseira e, embora o resultado fosse mais engraçado do que delicioso, foi um dos momentos mais felizes que ele já viveu.

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