Vocês não mudam, né?!

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Hajun

— Estava ansioso por esse momento. O quanto você se lembra? - ele pergunta com um sorriso no rosto.

— Lembro o bastante. Onde está meu irmão, Lee?

Ele se levanta se dirigindo pra dentro da casa e eu faço o mesmo o seguindo. Por dentro era lindo, bem parecida com minha casa, tinha um lustre enorme no cento vários sofás também grandes. Ele me pediu para esperar ali, e assim eu fiz. Não demorou muito ele apareceu com o meu tão procurado irmão e eu corri pra abraçar ele, que foi rapidamente retribuído.

— Junnie, quanto tempo. - eu digo me apertando mais no seus braços.

— Pensei que nunca mais ia se lembrar de mim. Que bom que consegui te mandar mensagem. - ele suspira e se afasta me analisando, eu aproveito e faço a mesma coisa.

Ele estava lindo, mais alto que eu, o cabelo dele estava tingido de vermelho escuro, parecido com o tom cereja, e curto na altura das orelhas, diferente da minha visão onde ele tinha cabelos pretos e na parte de baixo era branco e ele também era um pouco mais longo. Seus olhos estavam castanhos, eles eram como os de um felino, seu olhar era marcante e provocante. Sua sobrancelha direita assim como a minha, havia um piercing, sua boca era de tamanho médio, igual a minha. Sua mandíbula era marcada assim como sua clavícula, e ele não parecia ter muitos músculos aparente, igual eu. Ele era literalmente eu, só que na versão masculina.

— Você é igual a mim. - respondemos ao mesmo tempo, e no mesmo tom de voz, rimos juntos, mas paramos ao ouvir mais uma risada se sobressair.

— Eu ainda tô aqui. Se vocês quiserem ir embora, eu tô aceitando. A gente se esbarra por aí, prometo não mandar ninguém pra te matar de novo, gatinha.

Reviro os olhos me despedindo do Minho e indo embora com meu irmão. Ao sair, ele sorriu animado e deu uns pulinhos quando viu minha moto.

— Você ainda tem ela? - ele perguntou analisando ela.

— Hyun guardou pra mim. Quer pilotar? - ele me olha assustado mas concordando imediatamente.

— Pra onde vamos? - ele perguntou enquanto eu subia na garupa me apoiando nele.

— Vamos pra farmácia.Que tal você me ajudar a deixar meu cabelo igual o seu? Eu amei essa cor.

Ele sorri em resposta ligando a moto e dirigindo igual a um maluco, criei ele direitinho. Passamos na farmácia, compramos as coisas necessárias pra tingir meu cabelo, e outras além da tinta.

Chegamos na minha casa rindo e conversando muito, quando eu abro a porta, dou de cara com três dos meus amigos sentados no sofá dormindo. Faço sinal de silêncio pro meu irmão, e vamos andando na ponta do pé até meu quarto deixando as coisas na cama, e rindo baixo.

— Eu não sabia que eles ainda estavam aqui. - explico tirando as coisas da sacola e arrumando na cama, pegando também coisas que não compramos como pentes e presilhas.

— Tudo bem, você só vivia com eles. É bom saber que algumas coisas não mudaram mesmo depois de tudo o que aconteceu... - ele sorri, provavelmente lembrando dos bons momentos.

— Sim... bom, vamos pintar meu cabelo? Quer uma camisa emprestada pra não sujar essa? - ele concorda e eu pego uma bermuda e uma blusa pra mim e pra ele.

— De quem é? - ele pergunta enquanto eu vou ao banheiro me trocar.

— Se não são do Jisung, são do Jeongin. Eles são os que mais ficam aqui. - respondo simples abrindo a porta do banheiro esperando ele entrar.

— Jisung? Ele também anda com você? - pergunta levando um banco pro banheiro e me forçando a sentar sem muita força.

Me sentei de frente pro espelho conseguindo ver apenas minha testa e meus olhos, mas já era o suficiente. Sinto meu irmão desembaraçar meus cabelos e os separar, começando sua arte.

Após um belo dia de beleza entre irmãos, com direito a fofoca e julgamentos, acabamos umas quatro horas depois nós descemos pra cozinha em silêncio, já que começamos a sentir fome. Mas tomamos um susto ao ver os três sentados na bancada nos olhando chocados.

— O que aconteceu com você? - Christopher me perguntou.

— Quem é esse? ‐ foi a vez de Jungkook perguntar.

— Que horas você chegou? - Hyunjin também perguntou.

— Gente calma, um de cada vez. Primeiro: ele me ajudou a pintar meu cabelo, coloquei uns piercings e fiz umas tatuagens, nada de mais. Segundo: chegamos à algumas horinhas atrás. E por último esse é meu irmão gêmeo, Choi Yeonjun.

— Desde quando você tem um irmão gêmeo? - Jungkook questionou mais uma vez.

— Desde 1599, Jeon - sorrio, pegando meu celular e pedindo uma pizza pra mim e pros meninos. — Não precisa fingir mais, eu sei que você lembra também. - me jogo no sofá rindo da sua cara de choque.

— Como conseguiu se lembrar? - Christopher perguntou curioso.

— Foi hoje, Yeon me mandou mensagem cedo, quando os meninos ainda estavam aqui, inclusive foi na hora que o Jeon veio falar comigo. Puxei você e o idoso pra conversar, lembra do sonho que eu tive com vocês? Então, no sonho meu pai me devolveu a adaga, enquanto eu contava isso pra vocês eu me lembrei disso e cravei a minha adaga no meu peito pra conseguir me lembrar no Junnie. Eu revivi a memória que eu matava ele quando a gente era criança, e ele apareceu pra falar comigo. Quando eu acordei já conseguia me lembrar de tudo, ou quase. - dei de ombros quando terminei de explicar.

— Tá, e como você sabia que eu tava mentindo?

— Consigo ler mentes, Jeon. Antes não conseguia ler a de vocês três e nem a do Minho, mas agora consigo.

Eles sorriram com orgulho e acompanharam meu irmão, que se sentou ao meu lado. Jeon sendo esperto usou seus poderes e se sentou do meu outro lado, recebendo um olhar de desaprovação do vampiro mais velho, este que se sentou no chão do lado do Chris.

Agora que me lembro posso explicar as idades de nós cinco, funciona assim: Minho é o mais velho por quase dois séculos ele nasceu em 1498, Hyunjin em 1500, Christopher em 1597, eu e meu irmão em 1599 e o Jeon 1597. Ou seja, todos estamos caquéticos, menos o Hyun e o Min, eles são mais.

— Pedi pizza pra gente, tô cheia de fome.

— A gente tava pensando em fazer isso. Só estávamos esperando você voltar, pirralha.

— Vai voltar a me tratar mal, sanguessuga?

— Vocês não mudam, né?! - vejo Minho aparecendo do nada na minha cozinha. Falei tanto dele que a praga apareceu.

— Senta aqui com a gente, gato. - falo chegando meis perto do meu irmão abrindo espaço entre eu e o Jeon. Vejo o Lee vindo com o maior sorriso possível e se sentando ao meu lado.

— Tá apertado Minho, sai daqui. - Jungkook reclama e o recém chegado me pega com a maior facilidade do mundo e me coloca no seu colo, deixando os meninos menos apertados.

— Pronto! Não está mais. - ele abre ainda mais o sorriso, e eu me ajeito ficando confortável também. — Vocês vão ficar batendo papo ou vão assistir alguma coisa?

— Hotel Transilvânia 2! Hotel Transilvânia 2! - eu e meu irmão gritamos juntos igual duas crianças, e os meninos riram da nossa animação repentina.

— Ta bom! Vamos assistir Hotel Transilvânia 2. - Chris responde ainda entre gargalhadas e pega o controle colocando o segundo filme, que nós pedimos.

Ainda no começo do filme as pizzas chegaram, os que estavam no chão abriram a caixa enquanto nós mais novos pegamos guardanapos, pratos e copos.

— Por que trouxe pratos também? A gente come na mão. - Hyunjin perguntou.

— A casa é minha, logo, vocês vão usar pratos pra não sujar meu sofá e meu chão.

Falo já pegando uma fatia grande e muito bem recheada a colocando no prato e voltando a me sentar no colo do Minho, ele disse que não queria comer pois já tinha comido antes de ir pra lá.

Comemos tudo, sobrou algumas fatias de uma única pizza que eu guardei pra amanhã. Conversamos mais um pouco e minha bateria social começou a ir embora. Me virei de frente pro Lee, deitando minha cabeça no seu ombro e acabei dormindo ali mesmo.

Trindade DráculaOnde histórias criam vida. Descubra agora