Capítulo 14

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Jungkook

No dia seguinte, passo o dia ansioso, contando as horas até chegar a hora do jantar. A ideia de dar um presente para ela, mesmo sabendo que aquele demônio merecia, era um pau naquela boca, aquela língua afiada. Pensamentos impuros voltam a me perturbar. Eu queria dar um presente para ela, apesar de tudo. Queria mostrar para ela , que eu não sou um completa filho da puta. Que eu não sou um cafajeste que tirou sua virgindade e depois abandonou.

Vou dar a ela de presente de aniversário. Espero que ela goste, mesmo sabendo que tudo entre nós é complicado.
No fundo, eu sei que nunca daria certo e não vejo futuro entre nós. Ela merece coisa melhor, um homem melhor, não um cara quebrado, fugitivo, que finge ser padre.

A noite cai e visto a batina, tentando me sentir confiante, mesmo sabendo que sou um impostor em muitos sentidos. Enquanto me olho no espelho, a imagem do padre que deveria ser parece distante.

Chego na casa dela com meu irmão ao meu lado. A festa ainda está começando e há poucas pessoas presentes. Ainda não vejo a Diaba por perto.

O moleque se levanta ao nos ver, cumprimenta Gabriel com um aperto de mão firme e me olha com um leve aceno de cabeça.

Nesse momento, Angel começa a descer as escadas. Ela está deslumbrante com um vestido de alça azul bebê que se ajusta perfeitamente ao seu corpo, delineando suas curvas de maneira sutil e elegante. Seus cabelos escuros caem soltos em ondas suaves sobre seus ombros, realçando sua beleza natural. O salto alto que ela usa alonga sua silhueta, e a leve iluminação faz o tecido do vestido brilhar, destacando ainda mais sua presença. Sua maquiagem, embora leve, acentua sua pele morena clara e seus traços delicados. Ela é, sem dúvida, linda — mas quando ela me olha, algo na intensidade do seu olhar me faz esquecer momentaneamente onde estou.

Angel sorri ao me ver, mas antes que eu possa reagir, o rapaz que estava conosco se aproxima dela. Ele inclina-se e lhe dá um leve beijo nos lábios, um gesto rápido, mas suficiente para despertar algo dentro de mim.

Meu estômago dá uma volta, e engulo em seco, lutando para não deixar a irritação transparecer no meu rosto.

Tento manter a compostura, mas é difícil. A cena deles juntos me incomoda mais do que eu gostaria de admitir. Ela parece tão tranquila, como se nada tivesse acontecido entre nós, como se o beijo do moleque não significasse nada para ela — ou talvez signifique tudo, e eu é que estou me iludindo. Respiro fundo, forçando um sorriso que mal disfarça o incômodo.

Angel se aproxima primeiro de Gabriel, abaixando a cabeça em sinal de respeito e beijando a mão dele com delicadeza.

— Padre, posso receber sua bênção? — ela pergunta com uma voz suave.

Gabriel, com um sorriso bondoso, faz o sinal da cruz sobre ela e responde:

— Que Deus te abençoe, minha filha.

Ela então se vira para mim, mantendo o mesmo gesto formal. Seu olhar, porém, é afiado, e há algo a mais em sua expressão que ela tenta esconder sob aquele ar de reverência.

— E de você, padre, será que posso esperar o mesmo? — Ela me encara com um sorriso provocador.

Angel segura minha mão com firmeza, um sorriso malicioso brincando em seus lábios.

— Que você seja abençoada... — começo a dizer, mas minha voz falha um pouco.

Ela se aproxima mais, os olhos cravados nos meus, e eu completo, quase em um sussurro:

"Máscara de Santidade"Where stories live. Discover now