Capítulo 8

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Angel

Sendo uma garota de cidade pequena, eu tinha sonhos e planos, mas Lucas, meu namorado, não fazia parte deles. Ele não acendia o fogo da paixão que eu tanto procurava, aquela chama que me fazia sentir viva, desejada. Com ele, tudo era previsível, sem intensidade, e eu sabia que merecia mais do que uma vida morna ao lado de alguém que não me fazia sentir completamente.

Foi quando o vi pela janela do meu quarto. Ele estava todo de preto, conversando com o Padre Gabriel. Peguei meu binóculo, presente de aniversário do meu pai, e mesmo com a chuva caindo forte, consegui enxergá-lo claramente quando tirou o capuz. Nunca tinha visto um homem tão bonito nessa cidade de merda. O contraste entre ele e tudo ao meu redor era gritante, e naquele momento, soube que algo estava prestes a mudar.

A visão dele, com aquele visual misterioso e atraente, me deixou fascinada. A maneira como ele se movia e falava com o padre Gabriel mostrava uma confiança e um magnetismo que eu nunca tinha visto antes. Eu me perguntei quem ele era e o que estava fazendo na cidade.

A chuva intensificou, mas isso só aumentou minha curiosidade. Eu não conseguia desviar o olhar dele, mesmo que a água fizesse as gotas do binóculo embaçarem de vez em quando. O que ele estava fazendo ali? Por que ele estava conversando com o padre? A necessidade de descobrir mais sobre ele começou a crescer dentro de mim.

Meu coração acelerava a cada movimento que ele fazia, e eu sabia que, de alguma forma, ele estava destinado a mudar minha vida.

Ele me fez sentir mais viva do que todos esses anos namorando o banana do Lucas. Não sou santa, nunca fui, apesar de ser virgem. Na minha cabeça, a internet tem muitas coisas que ensinam, especialmente aqueles sites de adultos. Sempre fui curiosa para saber o que havia além dessa cidade.

Meus pais e o resto da cidade acham que sou uma santa na terra, e eu odiava que todos me vissem assim. Quando o vi na igreja, se dizendo padre, soube imediatamente que ele estava mentindo. Eu o tinha visto chegar como se estivesse fugindo, com uma roupa normal. Padres não andam por aí com roupas comuns.

Quando beijei sua mão em troca de uma bênção, notei o sinal de uma tatuagem. Ali tive certeza de que ele não era padre coisa nenhuma.

Aquele momento me marcou. A tatuagem no pulso dele brilhava sob a luz fraca da igreja, e eu sabia que ele estava escondendo algo muito maior do que qualquer um naquela cidade poderia imaginar. Fiquei intrigada, ansiosa para descobrir mais sobre ele. Ao contrário de todos os homens que conheci, ele tinha um ar de mistério e perigo que me puxava como um imã.

Voltei para casa naquele dia com a mente fervilhando de ideias. Lucas nunca havia me feito sentir assim, nem de longe. A curiosidade queimava em mim como uma chama incontrolável. Eu queria saber tudo sobre aquele "padre", descobrir seus segredos, suas tatuagens, o que ele escondia por trás daquela fachada de santidade.

E assim, noite após noite, eu o observava. Cada movimento, cada gesto, esperando pela oportunidade de descobrir mais.

Meus pais me avisaram que iriam viajar com o padre Gabriel, e ali eu vi a oportunidade perfeita para provocar ele e desmascará-lo. Cheguei como quem não queria nada, debaixo da chuva. Se ele fosse realmente um padre, Deus iria me castigar por isso, por vir até aqui para tentar provocar um homem que, em teoria, deveria ser sagrado.

Quando ele abriu a porta, sem camisa, exibindo cada uma de suas tatuagens, o olhar de luxúria que ele me lançou foi a confirmação de tudo o que eu já sabia. Ali estava a prova. Padre? Nenhum pouco. Cada linha do seu corpo gritava o contrário.

Aquela visão me fez querer me ajoelhar ali mesmo e rezar, mas ao mesmo tempo, despertou algo que fez cada parte do meu corpo se arrepiar. O desejo tomou conta de mim, e tudo o que eu queria era me entregar ali mesmo, sem pensar nas consequências, ignorando qualquer limite que me restava.

"Máscara de Santidade"Where stories live. Discover now