Capítulo 16

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Jungkook

Qual é o problema daquela diaba? Ela mentiu, dizendo que terminou com ele, e logo depois aceitou o pedido de casamento. Isso tudo depois de me convidar para visitar seu quarto e ainda ficar me provocando debaixo da mesa. A Angel está se saindo pior do que um homem safado. Primeira vez que vejo uma mulher cafajeste.

Eu não consigo entender como ela pode ser assim, tão desinibida. É como se tudo fosse um jogo para ela. E o pior é que, mesmo com essa situação toda, eu não consigo parar de pensar nela. Cada vez que ela ri ou faz uma brincadeira, sinto um nó na garganta e um frio na barriga.

Tudo bem, não vou me estressar. Não tenho nada com ela, muito menos sinto alguma coisa por aquela diaba safada. Só que, às vezes, parece que estou tentando me convencer disso. Ela mexe comigo de um jeito que ninguém mais consegue, e isso me irrita profundamente. Talvez seja o jeito dela, a forma como ela consegue me tirar do sério com seu jeito safado e sem vergonha. Ela brinca comigo, me coloca na posição de apenas um brinquedo que usa quando quer, mas para casar, ela aceitou o pedido daquele idiota. Eu sei que ela está apenas me usando, mas, ao mesmo tempo, eu quero que ela me use. Afinal, sei que não posso dar a ela um relacionamento, muito menos um casamento.

Só posso estar ficando louco de pensar em me casar com aquela diaba safada.
Mas, de alguma forma, essa loucura me atrai. O jeito como ela me provoca, me desafia, me faz querer algo que eu nunca pensei que desejaria. É como se ela tivesse acendido uma chama dentro de mim, uma que eu não sei como apagar, nem se quero.

Ainda assim, a ideia de passar a vida ao lado dela é tão absurda quanto fascinante. Talvez seja o caos que ela traz consigo, essa imprevisibilidade que me mantém preso a ela, como um viciado que não consegue largar seu vício. Mas casar? Não. Isso é loucura. Eu só quero continuar a jogada, aproveitar o momento, mesmo sabendo que, no final, posso acabar mais queimado do que já estou.

Quando o jantar terminou, ela me olhou com aqueles olhos, implorando para que eu aceitasse a proposta dela. Eu estava tão bravo e decepcionado que só consegui lançar um olhar frio e balançar a cabeça em negação. Não posso, eu não quero me envolver com ela. Ela que fique com aquele noivo sem sal dela. Que ela seja muito feliz.

A noite, eu me virava na cama e não conseguia dormir. Os pensamentos não me deixavam em paz, cada lembrança dela voltando com força, como se estivesse ali, ao meu lado, rindo daquele jeito que me deixava inquieto. Quanto mais eu tentava esquecer, mais o rosto dela surgia na minha mente, aqueles olhos suplicantes que eu não conseguia tirar da cabeça.

Eu tentava me convencer de que fiz a escolha certa, que me afastar era o melhor, mas o vazio no peito só aumentava. O silêncio da noite parecia gritar o nome dela, e o travesseiro já não oferecia conforto algum. Estava preso em uma batalha interna, lutando contra a vontade de voltar atrás, de ir até ela e dizer que aceitava tudo, mesmo sabendo que isso só traria mais complicações.
Eu precisava perguntar, saber por que ela aceitou se casar com ele. Sério, que tipo de mulher aceita um pedido de casamento assim, como se fosse uma promoção de supermercado? 'Compre um, leve outro? No caso padre de amante. Aquela diaba safada, e isso me deixava ainda mais irritado.

Lembravam a cena: ela sentada, toda cheia de sorrisos, enquanto o idiota do noivo achado que era o príncipe encantado. Não consigo nem acreditar que eu, aqui, consumido pela raiva, ainda estou pensando nela.

A única coisa que eu queria era desmascarar essa farsa, perguntar a ela se estava brincando ou se eu era só uma piada de mau gosto. Porque, convenhamos, quem em sã consciência se casaria com alguém tão sem graça? Essa situação era digna de um sketch de comédia, só que, no meu caso, eu era o palhaço para ela.

Eu não consegui mais aguentar. A raiva, a curiosidade e aquele senso de humor distorcido me empurraram até a casa dela no meio da madrugada. Não planejei muito; só sabia que precisava de respostas. Talvez fosse loucura, mas já estava tarde demais para voltar atrás.

Cheguei à casa dela e, com o coração batendo rápido, decidi entrar em silêncio. Fui pela porta dos fundos, como ela tinha mencionado. A porta estava aberta, então entrei com cuidado.

O lugar estava escuro e quieto, mas eu conhecia o caminho até o quarto dela. Cada passo que eu dava parecia ecoar na minha cabeça, como se a própria casa estivesse tentando me impedir de continuar. Mas a raiva me empurrava adiante.

Quando cheguei à porta do quarto dela, parei por um momento, tentando controlar a respiração. Eu não sabia exatamente o que ia dizer, ou como ela iria reagir ao me ver ali, mas precisava confrontá-la. Abri a porta com cuidado, tentando não fazer barulho, e entrei no quarto.

Lá estava ela, dormindo tranquilamente, como se não tivesse destruído minha paz mental. Linda como um anjo das trevas, vestida com uma camisola que marcava todas as suas curvas. Fiquei ali, parado, observando-a por alguns segundos, sentindo a raiva misturada com uma estranha sensação de vulnerabilidade. Parte de mim queria sacudi-la, acordá-la e exigir respostas, mas outra parte... bem, talvez eu só quisesse entender o que estava acontecendo.

Finalmente, respirei fundo e me aproximei da cama, decidido a acabar com essa dúvida que me atormentava. Sem cerimônia, sentei na cama ao lado dela, e quando ela abriu os olhos e me viu, disse com sarcasmo:

— Sabia que você viria.

Eu senti o sangue ferver ao ouvir as palavras dela, mas ao mesmo tempo, não pude deixar de notar o tom malicioso em sua voz, como se ela estivesse se divertindo com a situação. Ela se ajeitou na cama, puxando a camisola um pouco para baixo, de um jeito que parecia casual, mas eu sabia que era calculado.

— Veio aqui para me dar uma bronca ou para outra coisa? — ela perguntou, mordendo o lábio, com aquele brilho travesso nos olhos. — Porque, se quiser brigar, já aviso que sou melhor em outros tipos de disputa.

Eu mantive o olhar fixo no dela, lutando para não me deixar levar pela provocação. Mas ela sabia exatamente o que estava fazendo, inclinando-se ligeiramente para frente, o suficiente para que o perfume dela chegasse até mim, misturando-se com o ar carregado de tensão.

— Você sempre gostou de brincar com fogo, não é? — eu disse, tentando manter a voz firme, mesmo sabendo que ela estava me desarmando aos poucos.

Ela riu suavemente, um som que me atingiu como uma faísca em palha seca.

— E você sempre gostou de se queimar, — respondeu, deslizando a mão suavemente pelo lençol, como se estivesse desenhando um caminho que levava direto a ela. — Não me diga que veio até aqui na madrugada só para me dizer o quanto está bravo. Sei que tem outras intenções... ou estou errada?

A ironia na voz dela era evidente, mas o pior de tudo era o fato de que ela estava certa. Eu não estava ali só por raiva ou frustração. A atração que sentia por ela, misturada com a raiva, criava uma química explosiva que era difícil de ignorar.

— Você acha que me conhece tão bem assim? — perguntei, tentando não mostrar o quanto ela estava me afetando.

Ela sorriu, um sorriso lento e perigoso, como se tivesse acabado de vencer um jogo.

— Ah, eu sei que conheço. Sei que, por mais que você tente lutar contra isso, sempre vai acabar voltando. Porque, no fundo, você gosta desse nosso joguinho tanto quanto eu.

Ela estendeu a mão, tocando de leve o meu braço, um toque que foi como uma corrente elétrica passando por mim. Eu sabia que deveria sair dali, parar de cair nas provocações dela, mas o magnetismo era forte demais.

— Não se preocupe, — ela continuou, a voz baixa e carregada de ironia. — Eu posso ser má, mas sei como recompensar um visitante noturno... se ele se comportar direitinho.

Eu travei o maxilar, tentando não demonstrar o conflito interno. Cada palavra dela era uma provocação, uma tentativa de me puxar para o lado dela, e eu estava perigosamente perto de ceder.

"Máscara de Santidade"Where stories live. Discover now