Capítulo 23

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Jungkook

Passamos a madrugada fazendo amor. A diaba tinha disposição quase seca, minhas bolas.

Aquela madrugada foi intensa. Acordei cansado, mas tinha valido a pena passar com ela. Cada momento ao seu lado foi uma explosão de prazer e descoberta. Lembro-me do calor do seu corpo contra o meu, da maneira como ela se movia, provocando e me fazendo querer mais a cada instante.

O sol começava a entrar pelas cortinas, lançando uma luz suave no quarto, e eu não consegui evitar um sorriso ao lembrar de tudo o que aconteceu. O cansaço era compensado pela sensação de felicidade e satisfação que preenchia meu peito. Nunca pensei que poderia me sentir tão conectado a alguém, e o fato de termos compartilhado aquela noite me deixava em êxtase.

Gabriel invadiu meu quarto.

— Lucas, quem fala com você? — ele falou. Aquilo me gelou do pé à cabeça. O ex-noivo da diaba queria falar comigo.

— O que ele quer? — eu perguntei, tentando manter a calma.

— Não sei. Jungkook. Será que é porque você passou a madrugada fora? Às 5 da manhã, vi pela janela Angel saindo no nosso celeiro, escondida, como se estivesse ocultando algo. Depois escutei a porta da casa sendo aberta devagar.

Um frio percorreu minha espinha. A situação estava prestes a ficar muito mais complicada.

— O que você está insinuando? — retruquei, tentando desviar a atenção.

Gabriel cruzou os braços, sua expressão séria.

— Jungkook, eu sou padre, mas não sou bobo. No aniversário da Angel, reparei vocês trocando olhares e vi ela saindo escondida do celeiro. Depois, você abriu a porta. Já liguei tudo! Só fala pra mim que você não a corrompeu!

Aquelas palavras atingiram-me como uma tijolada.

— Não a coloquei no mundo do crime! — defendi-me, levantando as mãos como se estivesse em uma conferência de paz.

— Jungkook, não é isso que estou falando! — Gabriel respirou fundo, claramente exasperado. — Você tirou a virgindade dela!

Aquilo me pegou de surpresa, e eu quase ri.

— Espera, o que? Isso é um crime agora? Desde quando? — perguntei, tentando aliviar a tensão.

Gabriel não riu. Ele estava sério, com uma expressão que poderia competir com a de um pai preocupado.

— Você tocou nela, Jungkook! O que eu faço com você agora? — Gabriel exclamou, gesticulando dramaticamente, como se eu fosse um vilão de novela mexicana.

— Calma! — respondi, tentando controlar a situação. — Não precisa ficar assim. Eu não a obriguei a nada; ela que me atacou! Anjo puro, pura safadeza! — comecei a rir.

— Você acha que isso é brincadeira? Já tinha te falado que a Angel era uma menina que é pra casar, e você já sabe disso!

Gabriel fez uma pausa, claramente pensando nas implicações.

— Você não sabe como essa cidade pequena funciona. Essa história vai acabar com a reputação da Angel. — Ele respirou fundo, como se estivesse tentando se acalmar. — Não quero que você faça algo que a faça se arrepender, Jungkook. Voce tira pureza da moça de cidade pequena e depois, quando sua barra ficar limpa, vai deixá-la mal falada e machucada. É isso que você quer pra ela?

— Olha, eu não sou um monstro! — defendi-me. — Eu a amo e não tenho intenção de machucá-la. Não sou aquele tipo de cara que some depois de uma noite. Estou aqui para o que der e vier.

Ele revirou os olhos.

— Isso é tudo muito bonito, mas e se Lucas descobrir? E se a cidade descobrir? O padre e a ovelha da igreja... ai meu Deus, que escândalo! E se Lucas já souber?

— Calma, Gabriel! Você vai ter um infarto! — disse, tentando aliviar a tensão.

Ele parou, olhando para mim, claramente lutando contra a preocupação e a frustração.

— Não estou brincando. Você precisa entender que isso pode ser sério. Angel não merece ser o alvo de fofocas. Ela é uma boa garota.

— Eu sei disso! E é por isso que estou aqui, tentando garantir que tudo fique bem. Eu não quero que nada de ruim aconteça com ela.

— Então, você precisa ser inteligente sobre isso. Esteja preparado, porque a cidade pode não ser tão gentil.

— Ok, ok! Prometo que não vou deixar a Angel sozinha.

Gabriel balançou a cabeça, mas não conseguiu esconder um sorriso.

— Você e suas desculpas. Só não venha chorando pra mim se as coisas ficarem complicadas, hein?

— Prometo que não! E se tudo der errado, eu vou fazer de tudo pra não deixar ela com um alvo nas costas.

— Certo, mas só para você saber, estou de olho em você, Jungkook. Não deixe a Angel entrar em encrenca, por favor.

— Não se preocupe, eu vou proteger minha ovelha! — afirmei, com um sorriso confiante.

Gabriel me olhou, a expressão dele misturando preocupação e um pouco de fé em mim.

— Apenas lembre-se de que, no final das contas, a Angel é a prioridade.

— Eu sei disso. Não vou fazer nada que a machuque. A última coisa que eu quero é ver a Angel se sentir mal por causa de mim.

— Bom, é isso que eu queria ouvir. Agora descer lá, e ver o que Lucas quer.

Com um último olhar de advertência, Gabriel saiu do meu quarto, e eu respirei fundo, sentindo a responsabilidade aumentar. Mas, ao mesmo tempo, a determinação de proteger a Angel crescia em mim.

Vesti a batina e desci. O que ele quer comigo? Ele estava sentado no sofá.

— Lucas, posso te ajudar? — falou, não demonstrando nervosismo enquanto eu me sentava no sofá à sua frente.

— Padre, eu queria te pedir... eu e a Angel vamos nos casar.

Aquilo me pegou de surpresa. Se eu não estivesse sentado, provavelmente teria caído.

— Casar? Mas vocês não estavam separados?

— Sim, mas voltamos. Eu queria muito que o senhor abençoasse essa união.

— Nossa, que bom, filho! Vocês voltaram? Quando?

— Ontem à tarde.

Não acredito! Aquele demônio de cabelo preto teve a audácia de olhar nos meus olhos quando contei todos os meus segredos e gemer no meu ouvido e ser estremecer debaixo de mim, estando noiva. Ela é má. Como ela pode ser tão má assim? Abri meu coração, me desarmei para ela, me apunhalando dessa maneira.

A raiva fervia dentro de mim, uma tempestade de emoções que eu mal conseguia controlar. Como pude ser tão tolo a ponto de acreditar que ela realmente se importava? Cada risada, cada toque, agora pareciam uma arma, usada contra mim.

Eu deveria ter percebido — pensei, lembrando dos momentos em que ela parecia distante, como se estivesse escondendo algo. O jeito que olhava para mim, como se estivesse avaliando cada palavra, cada gesto. Agora tudo fazia sentido.

Fiquei pensando em como confrontá-la. Será que ela tinha consciência do quanto me machucou? Ou simplesmente não se importava? Uma parte de mim queria gritar, exigir respostas, enquanto a outra parte queria apenas me afastar dela e nunca mais olhar para ela.

— Padre, a voz do Lucas me tira dos meus pensamentos.

— Sim?

— O senhor vai realizar meu casamento.

Só de ouvir, me dava vontade de vomitar.

— Eu? Que tal o Gabriel? Ele é mais experiente. Eu nunca celebrei um casamento.

"Máscara de Santidade"Where stories live. Discover now