Capítulo 31

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Angel

— Gabriel, eu posso ir sozinha. Você, com essa batina, chama atenção demais. Ainda mais em um bar — falo, tentando não rir. — Parecendo que vai exorcizar os pecados de todo mundo enquanto eu só quero uma informação.

Ele me olha com um sorriso torto, cruzando os braços.

— E quem disse que não seria útil? — ele responde, levantando uma sobrancelha. — Posso expulsar umas almas perdidas enquanto estamos lá.

Dou uma risada e balanço a cabeça.

— A última coisa que quero é alguém ajoelhado confessando no balcão do bar enquanto eu tento resolver isso.

— Tá, tá... — ele ri, levantando as mãos em rendição. — Mas e se você acabar precisando de ajuda? Quer que eu me disfarce de barman?

— Gabriel, por favor. A sua cara de padre não engana ninguém — brinco, apertando de leve o braço dele. — Eu me viro sozinha dessa vez, prometo. Se precisar, eu peço reforço celestial.

Ele suspira dramaticamente.

— Tudo bem, vai lá.

— Vou ficar, eu só preciso que ele confesse — digo, olhando para Gabriel, que parecia desconfortável. — O delegado me deixou escutar. Ele está do lado, ouvindo tudo.

Gabriel faz uma cara cética, cruzando os braços.

Eu estava usando um vestido curto, com um decote ousado, na cor vermelha. Era impossível não chamar atenção. O delegado tinha me mostrado a foto de Marcello antes, então eu já sabia exatamente como ele era. Agora, tudo que eu precisava fazer era garantir que ele me notasse no bar.

Entrando no lugar, senti os olhares se voltarem para mim, mas o único que me importava era o de Marcello. Eu sabia que, com aquele vestido, seria difícil ele resistir à curiosidade. Precisava que ele se aproximasse, que começasse a falar. O plano estava em andamento, e agora era só esperar o momento certo para agir.

senti o olhar de Marcello me percorrer de cima a baixo. Ele estava sentado no canto, bebendo algo que eu não consegui identificar de longe. Seus olhos se estreitaram levemente enquanto me analisava, e um sorriso malicioso começou a se formar em seus lábios. Eu sabia que tinha conseguido o que queria: a atenção dele.

Me aproximei lentamente do balcão, fingindo ignorá-lo, mas sentindo seu olhar queimando nas minhas costas. Pedi uma bebida qualquer, sem realmente prestar atenção no que o barman me entregava. O importante era dar tempo para Marcello tomar a iniciativa.

— Você parece perdida, ou só quer companhia? — A voz dele surgiu logo ao meu lado, rouca e cheia de confiança, enquanto ele se inclinava contra o balcão, ainda me estudando.

Virei-me lentamente para encará-lo, um sorriso jogado no rosto.

— Talvez um pouco dos dois — respondi, fazendo minha voz soar descontraída. Precisava jogar o jogo, e jogar bem. Ele já estava preso na armadilha, só precisava puxar o fio certo.

Marcello deu um sorriso de canto, como se já tivesse certeza de que eu era mais uma na sua lista. Mal sabia ele que, naquela noite, quem estava no controle era eu.

Marcello manteve aquele sorriso de quem achava que já tinha ganho o jogo, mas eu sabia que o verdadeiro desafio estava apenas começando.

— Então, o que uma mulher como você faz em um lugar desses? — ele perguntou, inclinando-se um pouco mais perto, como se quisesse criar uma intimidade instantânea.

Eu ri baixinho, virando de leve a cabeça para o encarar de lado, tentando parecer o mais casual possível.

— Às vezes, lugares como esses são os mais interessantes — respondi, brincando com a borda do meu copo. — Nunca se sabe quem vai encontrar.

"Máscara de Santidade"Where stories live. Discover now