Capítulo 16

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A chuva atacava a noite do Rio de Janeiro, e Camila estava sentada no sofá com as pernas estendidas na mesa de centro de vidro, enquanto outros pares de perna descansavam sobre as suas coxas. O cheiro insistente do cigarro invadia as suas narinas e a fumaça se dissipava no quarto luxuoso iluminado e frio. Ela não gostava muito do cheiro, mas quando ela havia aceitado o trabalho, sabia que isso poderia acontecer. Deitada ao seu lado, havia uma mulher loira de cabelo liso e pequenos olhos azuis enquadrados pelos óculos quadrados. Os lábios igualmente diminutos, porém, cheios, tragavam o final do cigarro. A mão esquerda, pintada por unhas vermelhas, repousava suavemente no estômago plano e vestida apenas de sutiã e uma saia longa, Irene parecia completamente relaxada.

— Eu deveria ter feito isso antes — comentou Irene casualmente, antes de se esticar e esmagar o final do cigarro no cinzeiro.

— Eu sei que meu contrato são poucos encontros, mas caso eu queira continuar por mais algumas semanas, tudo bem?

"Isso é bom, certo?" Camila considerou a pergunta. Isso iria significar mais uma cliente, era o máximo que cada acompanhante poderia ter por vez; cinco pessoas e poderia ser do sexo da preferência do acompanhante. Camila só escolhia mulheres. Entretanto, não tinha uma sensação de alívio por encontrar alguém. Havia acabado de beijar aquela mulher, de amassá-la contra o sofá, havia masturbado Irene e o gemido extremamente sensual foi ouvido por Camila, mas não houve qualquer reação em seu corpo. Na verdade, quase nunca acontecia. A única pessoa que aconteceu em uma grande potência foi Lauren. Nome esse que floreou sua cabeça. Ela também era a provedora principal para que sua irmã ficasse boa. Sem contar que Demi a ajudava imensamente. Camila tinha cinco mulheres que construíram dinâmicas diferentes em sua vida, cada uma com a sua importância. Três delas eram recorrentes, como Lauren, Simone e agora Irene, as outras duas eram mais esporádicas, os encontros não aconteciam toda semana. Massageou o pé esquerdo de Irene e subiu para acariciar o tornozelo.

— Sim, é possível mudar o contrato. Você precisa marcar um encontro com Demi e dizer qual é a mudança que deseja fazer — informou Camila.

— Desejo continuar com você, mas acho que isso já é óbvio, você é boa de papo e linda. O sexo foi ótimo, mas também acho interessante poder conversar. Não ser algo seco, entende?

— Entendo perfeitamente.

— Você deve conhecer mulheres muito interessantes, não é? Demi tem bom gosto, escolhe bons clientes.

— Eu não posso falar das outras clientes, mas você tem razão, Demi escolhe a dedo quem entra no Paraíso Éden. O que, consequentemente, me leva a experiências boas.

— Já tiveram ruins? — Irene estava interessada. Lembrou do incidente, da mulher que a perseguia, uma terrível lembrança, mas que sempre isolava dentro de sua cabeça. Não valia a pena pensar nela.

— Acho que sempre tem, em qualquer trabalho.

— Acho que você tem razão. Trabalho em uma das maiores empresas de publicidade no Brasil e na grande parte, as pessoas são legais, exceto pela mulher que tomou o lugar do diretor da empresa. Ela trabalhava nos Estados Unidos antes de vir pra cá e detestou ter que voltar.

— Não é culpa sua.

— Bem, acho que de certa parte é. O diretor antes dela começou a dar em cima de mim. De começo, eu achei legal, ele me tratava bem, me dava coisas, às vezes escapulia o trabalho para ir ao escritório dele e acho que pessoas perceberam... Sempre gostei de pessoas inteligentes e com poder, mas um dia ele ficou irritado comigo e me deu um tapa — contava a história com um tom de voz mais profundo. Sentou-se em uma posição mais ereta e puxou as pernas para si, abraçando-as.

Desejo ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora