Gabriela Araújo
Eu não conseguia voltar a dormir, mas que merda, minha cabeça girava enquanto eu esperava o sol nascer para me permitir sair da cama.
Passei o dia todo agoniada dentro de casa, ele tinha entrado aqui mais uma vez, mas dessa vez eu estava dormindo. Ele entrou aqui no meu momento mais vulnerável possível, ele podia ter feito o que quisesse e eu nem iria poder fazer nada.
Quando era de tarde eu levantei da cama, coloquei uma roupa e sai para correr, eu precisava tentar sumir de mim mesma, tirar esse peso da minha cabeça.
Saí do apartamento e comecei a correr nas ruas de São Paulo, eu iria até um parque que era perto da casa de Erick e ficaria lá correndo em volta daquele lindo lago.
Eu me assustava a cada buzina, a cada farol alto, a cada pessoa que passava do meu lado, tudo eu achava que era Bryan, eu já estava ficando louca.
[...]
Parei em um mercado, comprei uma água e voltei indo em direção ao parque, coloquei meus fones para que eu não ouvisse mais as buzinas, assim eu acho que me distrairia melhor.
Fiquei cabreira quando vi um carro preto virar a mesma rua que eu, mas eu não poderia me deixar levar.
- chega Gabi, você está ficando paranóica demais- falei baixinho para mim mesma.
Tudo girava na minha cabeça mais uma vez, a antiga casa de Erick pegando fogo, o acidente de Richard, o médico falando que se tivesse sido por poucos centímetros para o lado ele teria morrido, me lembrei do tiroteio que meu irmão estava no meio, das tentativas de hackearem as contas dos meus pais, a tentativa de sequestro do Juan, o medo na voz da Juliana quando ela me ligou.
Tudo aquilo era apenas por minha causa, era tudo porque eu me envolvi com um monstro.
E o pior de todas elas o meu filho que ele tirou de mim.
Senti as lágrimas começarem a escorrer no meu rosto, e instantaneamente eu passei a mão na minha barriga, me lembrando do meu bebê.
Olhei mais uma vez antes de atravessar a rua e vi aquele mesmo carro, nessa hora meu coração disparou, e eu comecei a correr ainda mais, eu precisava sumir daqui.
Virei mais uma rua, mas virei meu pé, caindo no chão e gritei de dor quando bati meu rosto no chão.
Olhei para trás e o carro parou, a porta abriu e eu vi ele descer do carro.
- te achei amor...
- me deixa em paz Bryan- pedi indo para trás até sentir minhas costas bater na parede.
- levanta vadia- gritou me puxando pelo braço- deve estar se achando a espertona né? Achou mesmo que eu não ia saber que você voltou com o colombiano lá ? Eu vi ele sair do seu prédio hoje e não gostei nada disso.
- o que ? Não, é mentira, eu juro, a gente não tem mais nada, eu juro para você- falei morrendo de medo, ele vai me matar.
- não mente para mim Gabriela- falou batendo meu corpo contra a parede, me arrancando um gemido de dor.
- eu juro...- falei chorando e recebi um soco, caindo no chão.
- você não é tão esperta quanto pensa.
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Nada É Por Acaso - Richard Ríos
FanfictionEssa paixão avassaladora que me faz sentir viva de verdade, sinto que eu não viveria mais sem você por perto.