13.

73 7 0
                                    

Pov. Severus.

Escolhemos fazer o Draco permanecer na enfermaria por uns dias para avaliar o ocorrido.

Nesse meio tempo, eu pesquisei o máximo que consegui sobre tudo haver com compartilhamento de magia, principalmente quando envolve um sangue-puro.

Os resultados não eram muito agradáveis:
- Draco passaria a necessitar de Harry como um "depósito" de sua magia sempre que ela entrasse em um estado instável.
- Harry poderia absorver fisionomias de Draco como cor do cabelo, dos olhos, dons especiais herdados e etc.
- A magia de Draco permaneceria estável enquanto Harry estiver agindo como depósito. 
- Harry entraria em colapso em pouco tempo, sobrecarregado de tanta magia dentro de si, podendo haver a quebra do núcleo mágico dele com isso.

Após a minha aula para a tudo do oitavo ano, pedi que Harry permanecesse e expliquei tudo isso a ele.

— Ele vai se sentir aliviado quando me tocar então? — Foi a única dúvida dele.

— Hã...vai sim, Harry, mas o que estou dizendo é que você vai morrer caso você continue repetindo isso ao longo prazo.

— Ah, mas não tem problema. Foi eu que causei isso com Malfoy. E, caso eu esteja prestes a morrer, eu paro. Simples assim.

— Mas Harr-

— Sev, tá tudo bem, relaxa. Agora eu vou indo se não irei me atrasar.

E assim ele saiu da minha sala. E eu fiquei sem saber o que fazer.

-----
Pov. Harry

Ao passar dos dias, a magia de Malfoy chegou a se tornar até palpável dentro de mim. Eu sentia sensações, quase como sentimentos, que eu sabia que não eram minhas.

Eu também sentia um desejo gritante de vê-lo. Parecia a magia dele chamando por ele. Ou talvez fosse a minha.

Eu só sei que toda noite eu me encontrava na enfermaria. As vezes, ele estava dormindo e eu o observava. Em outras, ele estava acordado e tentávamos conversar quase sussurrando para que a Madame Pomfrey não nos ouvisse.

Parecíamos crianças armando planos infalíveis para fazer besteira.

A gente tentava não brigar, porém ainda éramos nós. Então, não era uma tarefa fácil. No entanto, a cada dia que passava, nossa magia queria se fundir cada vez mais.

— Por favor, só um toquezinho de dedo.— Pedi a ele em uma das noites em que fui vê-lo.

— Já falei que não Potter. Isso pode o levar a morte. Não vou me responsabilizar por matar você.

— Mas eu já falei que não vou morrer. Poxa, só um toquezinho, Malfoy...vai...

— Não, não e não.

— Ah, vai dizer que você não quer?

Seus braços estavam cruzados e ele tinha um olhar de quem não detinha mais argumentos.

Por fim, ele suspirou, descruzando os braços.

— Potter, por favor, eu sei que você é o "menino que sobreviveu" e tals, porém eu não me importo com isso. Você vai morrer e sabe disso, então se aquiete.

Me dou por vencido.

Convencer Malfoy a fazer algo que ele não quer com certeza está entre as 10 coisas mais difíceis de se fazer nessa vida.

— Poxa. É uma pena, sabia. Eu só queria experimentar aquela sensação de novo. Eu gostei dela.

— Eu também gostei, mas não farei novamente caso isso resulte em você deixar de existir.

— Nossa, Malfoy, eu não sabia que eu estar vivo era tão importante para você.

Eu disse em um tom bem provocativo. Ver seu rosto se tornar de um tom avermelhado com certeza valeu a pena.

Ouvimos um som ao que parece a Madame Pomfrey acordando e rapidamente vou para debaixo da capa de invisibilidade. Enquanto isso, Malfoy se enrola e finge dormir.

Ao momento certo, saio da enfermeira e rumo até meu dormitório.

É um caminho sem transtorno e chego em minha cama em segurança. O ronco de Rony se faz ouvir desde o lado de fora, como de costume.

Eu me deito em minha cama, com a forma como Malfoy se preocupa com a minha vida em mente. Por fim, quando fecho meus olhos, só consigo pensar nos dele.

•••

Amor CortanteOnde histórias criam vida. Descubra agora