02.

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Pov. Harry.

Iniciar os estudos novamente em uma Hogwarts reformada era uma sensação estranha. Diferente.

Dois anos atrás as coisas, as pessoas, o mundo, eram totalmente diferentes.

McGonagall havia assumido o cargo de diretora da escola após a morte de Dumbledore e também depois de Snape negar o cargo.

Snape.

Eu quase cai duro no chão quando descobri que ele estava vivo.

Fui até ele e o obriguei a me explicar o que tinha acontecido após eu sair do chalé. Como ele havia sobrevivido a todas aquelas picadas da Nagine.

— Potter. Eu, na verdade, fico ofendido em ver que você achou mesmo que simples picadas de cobra fossem me matar.

— Eu vi o senhor morrer!

— Eu realmente desmaiei naquela hora, mas a letargia, e minha magia, me acordou. A nossa magia reage quando nosso corpo sofre graves ferimentos. Minha magia me manteve consciente. O suficiente para que eu conseguisse pegar algumas poções que estavam por dentro da minha roupa.

— Mas...mas...professor, por que não pediu para que eu pegasse as poções quando estive lá?

— Você precisava ir atrás dele. Não seria certo eu ser novamente um peso morto nessa guerra.

— O senhor nunca foi um peso morto.

— Claro que não.— Ele disse, dando uma risada.

Ele precisava tomar certas poções todos os dias pois o veneno de Nagine era fortíssimo.

Eu achava que ele ia voltar a ser o mesmo professor irritado de sempre. Mas agora ele até parecia outra pessoa.

Ele já não ofendia até a quarta geração de qualquer pessoa que chegasse perto dele, e até sorria.

Eu e ele acabamos criando uma relação quase de pai e filho nesses dois anos. No início era esquisito, porém com o tempo, fomos nos conhecendo e agora ele é até alguém importante para mim.

Rony e Hermione ficaram perplexos, mas até mesmo as piores pessoas merecem uma segunda chance.

Poucas pessoas da minha idade haviam voltado para terminar os estudos.

Da grifinória, apenas alguns conhecidos meus, tirando Rony e Hermione.

Quando vejo Malfoy e seu trio entrando pela porta, os observo.

Eu havia me encontrado algumas vezes com Malfoy quando ia visitar Snape.

Ele ser afilhado dele não facilitou muito as coisas.

O máximo de palavras que trocávamos eram "oi", "como tá a vida?", "ah, tá indo", "ah, sim, que bom." E só.

Teve apenas um dia que quando eu tava chegando perto do quarto de Snape, no hospital, e Malfoy estava saindo, que invés de apenas nos cumprimentarmos, ele continuou uma conversa.

Ele me pediu desculpas por todas as ofensas que fazia a mim. Por todo o bullying.

Eu não sabia se eu ficava impressionado por ele pedir desculpas, ou se eu devia pedir desculpas também, mesmo sem nunca ter feito nada de errado com ele.

Eu aceitei suas desculpas, e ele pareceu feliz com isso, a ponto de sorrir para mim.

Foi esquisito, porque eu nunca o tinha visto sorrir. Não verdadeiramente. Seu sorriso era lindo. Encantador, na verdade.

Ele, Blasie e Pansy se sentam bem de frente para mim, Rony e Hermione. Eles na mesa da Sonserina.

O encaro, não sei bem porquê. Talvez esperasse ver aquele sorriso de novo.

Quando seus olhos se encontram com os meus, ele apenas me encara de volta.

Não estamos perto um do outro o suficiente para eu ver seus olhos perfeitamente. Mas sentia seu olhar queimar no meu rosto.

Por um momento, por seus olhos, penso que ele está me olhando com raiva. Porém então ele sorri.

Não o sorriso que me encantou, mas um sorriso de canto que nem mostra os seus dentes. Mas que significam muito.

Sorrio de volta e seus olhos parecem brilhar.

Por esse momento, ele até se torna alguém...fofo.

•••

Amor CortanteOnde histórias criam vida. Descubra agora