Pov. Harry.
— Bom dia, alunos. Quero que vocês formem duplas. Observação: somente com pessoas de outras casas.
Com tanto sono que estou sentindo, mal ouço a voz de Severus ao dar início a aula de Defesa.
Eu com certeza odiava aquela sala.
Em plenas oito horas da manhã e eu já estava suando depois de subir todas aquelas escadas. Sem contar o fato de não ter nem mesmo uma cadeira para eu conseguir descansar melhor.
— Potter, por que você não faz dupla com o senhor Malfoy? — Severus diz em voz alta.
Ele me chamava pelo sobrenome na frente das pessoas para manter o respeito.
— Sim senhor, professor.
Formar dupla com Malfoy com certeza era um plano dele para que eu me aproximasse mais de seu afilhado.
Confesso que não era de tão ruim, já que eu não queria fazer dupla com nenhuma das corvinas que são apaixonadas por mim e sempre desmaiam quando eu falo.
Vejo o sorriso satisfeito no rosto de Severus e seus olhos passeiam pela sala, nada agradado com as duplas formadas. Logo, começa a mudar algumas ao ver que nenhuma outra casa quis fazer par com os sonserinos.
Bom, talvez ainda haja um ódio entre os alunos contra a casa verde e prata.
— Potter.
— Malfoy.
— Meu padrinho obviamente está tentando nos aproximar um do outro. Você enxerga isso, não?
— Ah, sim, com certeza. Não sou tão burro quanto você pensa.
— Nunca pensei que você fosse burro. Eu não entendo por que ele me quer tão perto de você. Até parece que quer que sejamos todos uma...
— Família?
Eu olho para o seu rosto, e ele olha para o meu. Sua pele fica um pouco rosada diante dessa conclusão.
— Bom...é. Olha, não me leve a mal, mas...eu sou afilhado dele. Eu sempre conheci esse lado amoroso dele, mas nunca o vi compartilhar com mais ninguém. É esquisito que ele esteja fazendo isso justamente com você, visto...o histórico de vocês.
— Se for olhar para o meu histórico com algumas pessoas...bom, com certeza não faria sentido eu estar falando com você agora.
Ele abre e fecha a boca diversas vezes.
— É. Você está certo.
— Hoje iremos praticar feitiços de escudo contra magia cortante. — Severus finalmente diz, iniciando a aula.
Hermione levanta a mão e temo que Severus vá a ignorar como fazia das outras vezes.
— Sim, senhorita Granger?
— O que seria magia cortante, professor?
— Bom, o nome óbvio nos indica que seja algo cortante. Sendo assim, fica claro que se trata de feitiços capazes de fazer cortes profundos em coisas e, logicamente, pessoas. — Severus explica e fico com medo de sair daqui fatiado. — Primeiramente, devido a idade avançada que vocês têm, vamos pular as primeiras etapas e partir para a criação de um escudo sólido.
Ele nos pede para cada dupla ficar em uma parte da sala e decidir entre si quem iria fazer o escudo e quem iria jogar o feitiço.
— Eu prefiro fazer o escudo, tem problema? — Malfoy diz.
— Nenhum.
— Escolham um feitiço com potência média, por favor. Eu expliquei o que é necessário para fazer o escudo, prestem atenção.
Severus faz uma demonstração. Quando pedem para repetir, ele é curto e até ríspido ao dizer que o aluno deveria ter prestado mais atenção.
— Você prestou atenção né, Malfoy? — O pergunto, um pouco nervoso. Não quero o fatiar.
— Sim, Potter, não se preocupe. Qual feitiço você irá lançar?
— Eu conheço apenas um que tem o efeito cortante.
— E ele é...?
— Tem o nome de Sectunsempra.
— Não conheço esse...
— Foi Severus que inventou. Ele me ensinou quando estava no hospital.
— É claro que foi ele. Mas bom, como eu não conheço, eu não sei a potência que tem.
— Severus disse que é um feitiço movido pela emoção predominante. Se a pessoa que vai lançar estiver com muita raiva da outra, o feitiço irá sair com uma potência tremenda.
— Espero que você realmente não me odeie mais como diz.
Eu rio diante de sua fala e logo começamos a treinar.
Com certeza, ódio não era mais o meu sentimento predominante em relação a Malfoy.
Talvez....algo perto de um sentimento de amizade. Talvez.
•••
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Amor Cortante
Fiksi PenggemarDepois da guerra, a vida, que deveria finalmente ter algum sentido, perde a importância. Mudanças acontecem, pessoas inesperadas se tornam uma parte essencial, memórias contraditórias se revelam. Diante da verdade exposta em suas mentes, o fim é ine...