07.

125 16 4
                                    

Pov. Harry.

O oitavo ano tinha direito a uma hora a mais depois do toque de recolher.

Então antes de dar o horário, pego minha capa da invisibilidade e sigo até os aposentos de Severus.

Quando chego lá, apenas consigo pensar que ele devia rever esse lugar, pois eu não aguentaria subir até aqui nem mesmo para as aulas.

Bato na porta, mal conseguindo me manter de pé, tendo que apoiar minhas mãos nos joelhos.

— Potter. — Quando ouço a voz de Malfoy, rapidamente me indireito. Não esperava o ver aqui, muito menos queria que ele me visse nessa situação.

Ele ainda usava seu uniforme, o que deixava o meu pijama mais que ridículo, não que eu estivesse errado em usá-lo a essa hora da noite.

— Oh...Malfoy. O que faz aqui?

— Vim ver o meu padrinho.— Ele diz, me olhando de cima a baixo. Seu olhar me deixa constrangido.

— Deixe-o entrar, Draco.— Ouço a voz de Severus e logo Malfoy se afasta, abrindo espaço para eu entrar nos aposentos de Severus.

Nos dirigimos ao sofá, onde Snape está sentado, olhando alguns papéis.

— Olá, Severus.— O cumprimento.

— Oi, Harry. Quer chá? Draco fez junto com alguns biscoitos.

— Não, obrigado.— Penso ter respondido rápido demais quando Malfoy me diz:

— Acha que irei colocar veneno na sua xícara, Potter?

— O que? Não! Eu só...eu apenas não gosto de chá, Malfoy.

Vejo a surpresa em seu rosto.

— Eu também sei fazer café, caso você prefira.

Penso em recusar, pois realmente não queria uma bebida no momento. Mas não queria que ele pensasse que eu achava que ia me envenenar.

— Oh, café...sim, eu aceito.

Ele parece bem satisfeito quando se dirige para a cozinha.

— Vocês dois precisam aprender a se darem bem. São como filhos para mim.

Ouvir que Severus me via como um filho, dele próprio, me fazia me sentir muito melhor em relação ao sentimento paterno que eu tinha em relação a ele. E também em um estado de paralisia, já que todas as pessoas que se consideraram pais substitutos para mim não tiveram fins muito bons.

— Bom...eu acho que estamos bem melhores do que antes, não?

— Ah, sim. Isso é bem óbvio, visto que já acabou o primeiro dia de aula e nenhum dos dois foi parar na enfermaria.

Eu rio, lembrando dos outros anos quando eu e Malfoy não aguentávamos nem mesmo minutos perto um do outro e já lançávamos maldições.

— Sente-se, Harry. Preciso apenas resolver essas encomendas e logo irei pegar sua poção.

Eu o observo olhar os papéis a sua frente, enquanto brinco com os meus dedos.

Eu me sentia oprimido com a presença de Malfoy, por mais que, estando na cozinha, ele não ouvisse o que estava sendo falado na sala.

O mesmo reaparece, trazendo em suas mãos duas xícaras fumegantes.

Ele me entrega uma e não bebo de imediato visto que provavelmente queimaria a minha língua.

— Não está envenenada, Potter. — Ele toma um gole, me deixando preocupado que ele fosse algum alienígena quando não demonstra nenhum sinal de dor diante da quentura do líquido. — Viu só. — Ele diz um pouco irritado.

Amor CortanteOnde histórias criam vida. Descubra agora