Relapses and hope

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O som suave do vento balançava as cortinas da janela da sala, trazendo um frescor agradável que contrastava com a tensão no ar. Jaekyung havia chegado mais cedo da academia de luta, algo que normalmente não acontecia. Quando ele entrou em casa, encontrou Heesung e Dan novamente juntos no sofá, as risadas ecoando pela sala. O ciúme pulsou em suas veias antes mesmo que ele pudesse conter.

— Ele já foi? — Jaekyung perguntou com um tom mais frio do que pretendia, os olhos fixos em Dan enquanto Heesung acenava e saia pela porta.

Dan suspirou ao perceber a expressão no rosto de Jaekyung. — Jaekyung, não começa com isso de novo...

Mas antes que ele pudesse completar, Jaekyung atravessou a sala com passos rápidos, agarrando o braço de Dan com uma firmeza desconfortável e o puxando para perto. Seus olhos estavam escuros, cheios de frustração, e Dan pôde sentir o calor de sua respiração contra o rosto.

— Quantas vezes eu vou ter que dizer que não gosto dele perto de você, Dan? — Jaekyung sibilou, sua mão apertando mais forte.

Dan puxou o braço, tentando se soltar. — Ele é só meu amigo, e você sabe disso! Por que continua agindo como se eu fosse te trair?

Jaekyung perdeu o controle por um instante. Com um movimento rápido, ele agarrou o cabelo de Dan, puxando-o com força para trás, forçando-o a olhar para ele. Dan sentiu os olhos marejarem com a dor e o medo que ainda o dominavam quando Jaekyung mostrava esse lado.

— Eu não gosto do jeito que ele olha pra você, Dan. E você deveria saber disso!

As lágrimas escorriam pelo rosto de Dan, a dor física misturada com a emocional. Ele já havia passado por isso antes, e a promessa de que tudo ficaria bem parecia tão distante naquele momento.

— Para, p-por favor… — Dan sussurrou, sua voz quebrada.

Foi só então que Jaekyung percebeu o que estava fazendo. A raiva em seu rosto desapareceu instantaneamente, substituída por culpa e desespero. Ele soltou o cabelo de Dan e recuou, os olhos arregalados como se visse um monstro em si mesmo.

— Eu… — Jaekyung murmurou, a voz trêmula. — Dan, eu... me desculpa.

Dan caiu no sofá, as mãos trêmulas cobrindo o rosto enquanto ele soluçava. Jaekyung se ajoelhou diante dele, segurando suas mãos com delicadeza. A culpa estava estampada em cada centímetro de seu corpo.

— Eu não devia ter feito isso. Eu prometi a você… — Jaekyung sussurrou, sua voz embargada. — Eu estou tentando, mas... às vezes, eu perco o controle. Eu nunca quis te machucar de novo, Dan.

Dan levantou o rosto, os olhos vermelhos das lágrimas, e olhou para Jaekyung. Parte dele ainda o amava profundamente, mas havia uma dor que sempre voltava, como uma sombra que eles não conseguiam evitar. Ele balançou a cabeça, tentando organizar seus pensamentos.

— Eu sei que você está tentando, Jaekyung, mas eu... — ele fungou, limpando o rosto. — Eu não aguento mais sentir medo de você.

As palavras feriram Jaekyung como uma faca, cortando direto em seu coração. Ele se afastou lentamente, como se não soubesse o que fazer para consertar o que tinha acabado de quebrar novamente.

— Me desculpa. — Jaekyung disse mais uma vez, com a voz baixa e cheia de arrependimento. — Eu não sei como fazer isso parar.

Dan respirou fundo, tentando encontrar uma forma de aliviar a dor. Ele olhou para Jaekyung, percebendo que, apesar de tudo, ele estava tentando ser uma pessoa melhor. Mas seria suficiente?

— Vamos falar sobre isso na próxima sessão de terapia. — Dan sugeriu, sua voz ainda trêmula. — Eu preciso que você faça mais do que só pedir desculpa, Jaekyung. Eu preciso que você controle isso.

Jaekyung assentiu, aceitando a verdade amarga. Ele sabia que estava em uma jornada longa e difícil para ser o homem que Dan merecia, mas estava disposto a lutar contra seus próprios demônios para mantê-lo ao seu lado.

 Ele sabia que estava em uma jornada longa e difícil para ser o homem que Dan merecia, mas estava disposto a lutar contra seus próprios demônios para mantê-lo ao seu lado

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Entre cicatrizes e promessas.Onde histórias criam vida. Descubra agora