Capítulo 06

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CLARA

— Claro, Sr. Calderón — respondi, tentando manter a calma. — O que posso fazer por você?

Ele me conduziu até fora do estande, em direção à saída do centro de eventos. Seu semblante parecia mais relaxado do que o usual.

— Quero lhe agradecer pelo excelente trabalho que você realizou hoje — ele disse, surpreendendo-me. — Sua competência e dedicação foram fundamentais para o sucesso da nossa apresentação.

Senti minhas bochechas esquentarem com o elogio. Não estava acostumada a receber tamanho reconhecimento do meu chefe tão reservado.

— Muito obrigada, senhor — respondi, tentando manter a compostura. — Fico feliz em saber que meu desempenho foi satisfatório.

Ele assentiu, pensativo.

— Na verdade, gostaria de convidá-lo para jantar comigo — ele continuou. — É a minha forma de agradecer pelo seu esforço.

Mal pude acreditar no que estava ouvindo. Um convite para jantar, vindo do próprio Sr. Calderón? Meu estômago se agitou, e eu senti uma pontada de ansiedade.

— Eu... Eu ficaria honrada, senhor — gaguejei, tentando controlar minha emoção.

Ele esboçou um breve sorriso, um gesto raro vindo dele.

— Ótimo. Então vamos, conheço um ótimo restaurante aqui perto.

Caminhamos lado a lado até seu carro, e eu não conseguia parar de me perguntar o que aquele jantar significava. Será que o Sr. Calderón estava finalmente reconhecendo meu valor?

Uma coisa eu sabia: essa era a minha chance de mostrar ao meu chefe que eu era muito mais do que apenas sua secretária. E eu não iria desperdiçá-la.

Durante todo o caminho até o restaurante, um silêncio incômodo pairava entre nós. Aquela situação era tão incomum que eu mal sabia o que pensar. Nunca imaginei que o Sr. Calderón me convidaria para almoças, muito um jantar.

Lançava olhares furtivos em sua direção, tentando ler sua expressão, mas seu rosto permanecia impenetrável como sempre. Será que havia feito algo errado? Talvez ele estivesse arrependido de ter me convidado?

Quando finalmente chegamos ao restaurante, meu coração disparou. Eu tinha tanto medo de cometer alguma gafe que pudesse estragar tudo. Tentei me concentrar em cada passo, em cada movimento.

Foi então que, ao entrar pela porta de vidro do estabelecimento, acabei batendo de frente com a parede. O barulho do impacto foi alto e eu senti uma pontada de dor em meu dente. Levei a mão imediatamente à boca, tentando conter o gemido.

Ao meu lado, o Sr. Calderón pareceu não notar o que havia acontecido. Será que ele não tinha percebido? Eu rezava para que ninguém tivesse visto aquela cena constrangedora.

— Está tudo bem, Clara? — ele perguntou, finalmente me encarando.

Eu apenas resmunguei um "uhum" em resposta, com a mão ainda pressionando minha boca. A dor era quase insuportável, e eu temia ter quebrado um dente.

Engoli em seco, rezando para que essa noite não se transformasse em um grande desastre. Não podia decepcionar o Sr. Calderón, não depois de ter me saído tão bem na exposição.

Respirando fundo, segui-o para dentro do restaurante, tentando manter a calma ainda com a mão na boca, foi quando senti o dente quebrado na língua.

Eu tentava ao máximo disfarçar a dor que sentia, mantendo a mão pressionada contra minha boca. Não queria que o Sr. Calderón percebesse o que havia acontecido.

Mas ele logo notou meu desconforto.

— Clara, está tudo bem? Você parece estar com algum problema — ele disse, sua voz carregada de preocupação.

Eu resmunguei algo inaudível, envergonhada demais para responder. Aquela situação era tão constrangedora que eu mal conseguia encará-lo.

— O que houve? Por que está com a mão na boca? — ele insistiu, seu tom se tornando mais firme.

Relutante, eu finalmente tirei a mão, revelando o dente quebrado que segurava entre os dedos. Senti meus olhos se encherem de lágrimas, a vergonha consumindo cada parte de mim.

Ao ver meu estado, o Sr. Calderón imediatamente pegou o celular, e eu me encolhi, pensando que ele iria tirar uma foto minha naquela situação tão vexatória.

Mas para minha surpresa, ele não fez isso. Ao invés disso, discou um número e disse:

— Preciso de uma consulta urgente com o dentista. Sim, é importante. Estaremos aí em breve.

Assim que desligou, ele se voltou para mim, segurando minha mão suavemente.

— Vamos, Clara. Vou levá-la ao meu dentista particular. Não se preocupe, vamos resolver isso.

Sem hesitar, ele me guiou para fora do restaurante, sua mão ainda envolvendo a minha. Eu me sentia como uma criança perdida, incapaz de conter as lágrimas que escorriam por meu rosto.

Aquela não era a forma como eu queria que essa noite terminasse. Mas a preocupação e o cuidado que o Sr. Calderón demonstrava me surpreendiam, acalmando um pouco minha angústia.

Talvez, apenas talvez, essa noite ainda pudesse ter um final diferente do que eu imaginava.

Durante o trajeto até o consultório do dentista, eu não conseguia parar de pensar no quanto havia estragado tudo. Aquela situação tão embaraçosa havia arruinado completamente o jantar que o Sr. Calderón havia me convidado.

Envergonhada, evitava olhar em sua direção, imaginando o que ele deveria estar pensando de mim naquele momento. Será que ele havia percebido o quanto eu era desastrada e incompetente? Será que ele estava se arrependendo de ter me convidado?

Ah, como eu desejava poder ler a mente dele! Precisava saber o que ele realmente pensava a meu respeito. Afinal, havia me saído tão bem na exposição, e agora essa gafe tão ridícula.

Quando finalmente chegamos ao consultório, fiquei surpresa quando o Sr. Calderón saiu do carro e veio até a minha porta, a abrindo delicadamente.

— Venha, Clara, deixe-me ajudá-la — ele disse, em um tom gentil que eu nunca havia ouvido antes.

Antes que eu pudesse protestar, ele me pegou no colo, como se eu fosse uma criança. Senti minhas bochechas queimarem de vergonha, ainda segurando o dente quebrado na mão.

— Mas, Sr. Calderón, não precisa disso — tentei argumentar, mas ele me silenciou com um breve gesto.

— Não se preocupe, é o mínimo que posso fazer. Essa foi uma falha do restaurante, por não ter a devida sinalização — ele disse, enquanto me carregava em direção à entrada. — Isso poderia ter sido muito pior.

Conforme me mantinha em seus braços, não pude deixar de notar o quão charmoso ele parecia. Talvez o impacto com a parede de vidro tivesse sido mais forte do que eu imaginava, pois de repente ele parecia um homem completamente diferente do meu distante e formal chefe.

Senti meu coração disparar, e uma pequena centelha de esperança se acendeu em meu peito. 

Contrato de sedução com o ceo bilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora