Clara
Confesso que a noite passada foi uma verdadeira loucura. Depois de sair do consultório do dentista com meu chefe, Sr. Calderón, eu mal tinha cabeça para qualquer outra coisa além de correr para a clínica da minha família.
— Mãe, como está o Miguel? — perguntei, aflita, assim que cheguei.
Ela me olhou com aquele olhar sereno que só as mães conseguem ter.
— Querida, o médico não deixou você visitar porque ele precisa de repouso. Mas não se preocupe, ele está bem.
Bem? Como poderia estar bem se nem sequer podia vê-lo? Meu coração apertava só de imaginar meu irmãozinho sozinho naquele leito de hospital.
— Mas mãe, eu preciso vê-lo! Ele deve estar se sentindo tão mal... — insisti, a voz embargada pela preocupação.
— Filha, fique tranquila. O médico disse que as visitas frequentes podem deixá-lo mais doente. A imunidade dele ainda está frágil — ela explicou, tentando me acalmar.
Mesmo assim, não conseguia me convencer. Mal dormi pensando no Miguel. E hoje, quando finalmente consegui visitar o hospital, descobri que ele só estava com uma gripe. Minha mãe estava certa o tempo todo.
Agora, aqui sentada em minha mesa de trabalho, sinto-me uma completa inútil. Cheguei atrasada, deixando meu chefe irritado, e mal me lembrava do jantar de ontem à noite. Tudo o que importa é meu irmão e o futuro incerto da nossa clínica.
Fecho os olhos por um momento, tentando me acalmar. Tantas informações, tantas preocupações... É demais para minha cabeça. Preciso me concentrar, não posso decepcionar o Sr. Calderón novamente.
Respiro fundo e volto a encarar a tela do computador. Afinal, preciso enviar aqueles e-mails o mais rápido possível. Não posso me dar ao luxo de errar, não quando a situação financeira da minha família já está tão delicada.
Levantei-me da minha cadeira, sentindo meus olhos pesados de cansaço. Preciso urgentemente de uma dose de cafeína para me manter acordada e concentrada. Meu chefe, Sr. Calderón, não parece tão exigente hoje, então talvez eu consiga ao menos me esforçar para ficar atenta.
Dirigi-me à cozinha, pegando uma xícara para me servir de café. Mas, em um deslize, acabei derrubando-a no chão, fazendo a louça se estilhaçar.
— Ai, não! — exclamei, frustrada. Será que hoje não vai dar nada certo?
Respirei fundo, tentando me controlar, enquanto me agachava para recolher os cacos. Estava tão distraída que nem percebi quando alguém limpou a garganta atrás de mim.
Levantei o olhar e vi que era o próprio Sr. Calderón. Senti meu rosto queimar de vergonha.
— Peço desculpas, senhor. Eu... eu não queria — comecei a me justificar, a voz trêmula.
Ele me interrompeu, em um tom calmo.
— Clara, preciso falar com você. Pode vir à minha sala, por favor?
Assenti com a cabeça, seguindo-o, o coração batendo acelerado. Será que ele vai me repreender por chegar atrasada e por esse acidente? Ai, não, eu não posso perder esse emprego!
— Senhor, eu sei que me atrapalhei hoje, mas é que... — tentei explicar, a voz saindo rápida e nervosa. — Meu irmão está internado e a clínica da minha família está em uma situação complicada... Eu só...
Ele me interrompeu novamente, erguendo a mão.
— Clara, não se preocupe com isso agora. Há algo que eu gostaria de discutir com você — disse, em um tom sério.
Senti uma onda de apreensão me tomar. O que será que ele quer falar comigo? Meu Deus, será que vou perder meu emprego?
Victor virou-se de costas, deixando-me ali, ainda apanhando os cacos da xícara que eu havia derrubado. Meu coração batia acelerado, a preocupação se apossando de mim. O que será que ele queria discutir comigo? Será que eu estava a ponto de perder meu emprego?
Suspirei pesadamente, sentindo a tensão tomar conta do meu corpo. Não posso me dar ao luxo de perder esse trabalho. Preciso desse salário para ajudar minha família, especialmente com as despesas do meu irmão no hospital.
E se fosse sobre o dente que ele havia se oferecido para pagar? Seria uma das poucas coisas boas que poderiam vir dessa situação tão difícil. Pelo menos algo para aliviar um pouco o fardo financeiro que estamos enfrentando.
Termino de recolher os últimos cacos e, decidida, me levanto. Preciso me acalmar e estar pronta para o que quer que meu chefe tenha a me dizer. Afinal, tudo o que eu posso fazer agora é tentar me manter firme e não cometer mais nenhum deslize.
Caminho até a cafeteira e me sirvo de uma xícara de café, sentindo a bebida quente e reconfortante descer pela minha garganta. Preciso me manter acordada e alerta, independente do que vier pela frente.
Enquanto tomo o café, não consigo evitar um lampejo de tristeza por não ter tido a oportunidade de aproveitar aquele jantar com o Sr. Calderón. Tudo teria sido tão diferente se eu não tivesse sido tão desastrada. Mas agora não é hora de lamentar o que poderia ter sido. Tenho que me concentrar no presente e no que posso fazer para manter meu emprego e ajudar minha família.
Tomo um último gole do café e respiro fundo, me preparando para encarar meu chefe. O que quer que ele tenha a me dizer, eu vou enfrentar de cabeça erguida. Não posso me dar ao luxo de vacilar agora.
Lavei cuidadosamente a xícara e a coloquei para secar sobre a bancada da cozinha. Então, decidi pegar uma balinha de menta para me ajudar a ficar mais alerta.
Desembalando a bala, coloquei-a na boca e comecei a chupá-la, sentindo o sabor refrescante. Joguei o plástico no lixo e, suspirando, senti um bocejo tomar conta de mim. O cansaço ainda pesava sobre meus ombros.
Respirando fundo, me preparei mentalmente antes de caminhar em direção à sala do Sr. Calderón. Bati suavemente na porta e, ao ouvir sua autorização, entrei, fechando a porta atrás de mim.
Caminhei até sua mesa, notando que ele ainda estava ao telefone, provavelmente falando com o advogado sobre a negociação da parceria. Fiz uma pausa, esperando que ele terminasse a ligação.
Victor me olhou e, com um gesto, indicou que eu deveria me sentar. Obedeci, sentando-me na cadeira em frente à sua mesa, aguardando pacientemente que ele concluísse sua conversa.
Senti meu coração bater mais rápido, a ansiedade crescendo em meu peito. O que será que ele queria conversar comigo? Será que estava prestes a me dar más notícias sobre meu emprego?
Respirei fundo, tentando me acalmar. Seja o que for, preciso manter a compostura e enfrentar essa situação de cabeça erguida. Afinal, meu irmão e minha família dependem desse trabalho.
Enquanto esperava, continuei a saborear a balinha de menta, sentindo o sabor refrescante ajudar a despertar meus sentidos. Precisava estar totalmente focada e atenta ao que Victor iria me dizer.
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Contrato de sedução com o ceo bilionário
Romance+18 | ANDAMENTO | CAPÍTULO NOVO LIBERADO APENAS COM COMENTÁRIOS NO ÚLTIMO POSTADO Victor Calderón, um bilionário implacável que não acredita no amor, está à beira de fechar o maior contrato de sua carreira, mas para isso, precisa de algo que nunca d...