Capítulo 20

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VICTOR

Assim que recebi a mensagem do motorista informando que Clara se recusava a entrar no carro, senti uma pontada de frustração. Respirei fundo e respondi, decidido:

— Estou indo para aí agora mesmo.

Peguei minhas coisas e sai apressado da empresa. Não conseguia entender o porquê de Clara estar se recusando a sair de sua casa, afinal, agora ela era minha esposa e, de acordo com o contrato, deveria morar comigo.

Aquilo me deixou levemente irritado. Dirigi rapidamente até o endereço do apartamento dela, estacionando o carro e saindo decidido a resolver aquela situação.

Ao me aproximar, questionei:

— O que está acontecendo aqui? Por que você se recusa a sair?

Clara me encarou, os olhos brilhando com certa determinação.

— Eu não acho certo isso, Victor. Como vou morar na sua casa se é a sua casa? E além disso, você vai transitar com outras mulheres por lá — ela bufou, claramente incomodada.

Segurei o impulso de rir da situação. Então era isso? Ciúmes?

— Você está com ciúmes, Clara? — perguntei, arqueando uma sobrancelha.

— Não é ciúme! — ela retrucou, franzindo o cenho. — Mas como você pode exigir tais coisas e não pensar no que eu quero?

Passei a mão pelos cabelos, tentando manter a calma. Então, firme, segurei seu braço, olhando-a nos olhos.

— Chega disso, Clara. Você vai entrar nesse carro agora e vir comigo — ordenei, sem dar espaço para mais protestos.

Ela me encarou por alguns instantes, antes de finalmente ceder e entrar no veículo. Respirei aliviado, seguindo de volta para a empresa. Precisava resolver essa questão o quanto antes.

Ao ver Clara entrar relutante no carro com o motorista, senti que essa união seria mais complicada do que eu havia imaginado. No entanto, logo me lembrei que presentes e atenções sempre ajudam a suavizar qualquer situação com as mulheres. Afinal, todas elas apreciam receber algo que desejam, ficando mais condescendentes depois disso.

Minha esperança era de que, assim que Clara visse os benefícios dessa união para seu irmão, ela finalmente se conformaria e não me daria mais dores de cabeça. Decidi que era apenas uma questão de tempo e algumas gentilezas.

Entrei no carro e dirigi de volta para casa, sentindo a irritação tomar conta de mim. Não esperava que ela fosse tão relutante em aceitar essa situação. Mas eu precisava manter a calma e resolver isso da melhor forma possível.

Ao chegar em casa, o aroma delicioso da comida preparada pela minha cozinheira invadiu minhas narinas. Meu estômago roncou de fome, lembrando-me do quão agitado e exaustivo havia sido meu dia, sem a ajuda de Clara no escritório.

Caminhei para dentro da casa, apenas para me deparar com Clara me esperando. Ela parecia tensa, e eu, cansado demais para lidar com mais conflitos, limitei-me a dizer friamente:

— Vamos jantar.

Precisava de um momento de paz e tranquilidade, longe de qualquer discussão. Talvez um bom jantar e uma noite de sono seriam suficientes para recarregar minhas energias e então pensar em como abordar essa situação com Clara de uma forma mais eficaz.

Ambos seguimos em silêncio para a sala de jantar, sentando-nos à mesa. O clima entre nós era tenso, com Clara evitando meu olhar enquanto comíamos.

Aquilo estava me deixando inquieto. Não suportava aquele silêncio pesado, então resolvi questioná-la diretamente:

— O que está acontecendo, Clara? Fale de uma vez.

Ela então me encarou, os olhos marejados.

— Eu esperava que fosse a nossa lua de mel, mas isso tudo está sendo um clima tão ruim — disse, a voz embargada.

Senti raiva crescendo dentro de mim. Coloquei os talheres sobre o prato e me levantei, segurando-a pelo braço.

— Então vamos ter a nossa lua de mel agora mesmo — declarei, em tom ameaçador. — Vou fazer você minha mulher aqui mesmo, sobre esta mesa.

Clara começou a soluçar, negando com a cabeça.

— Não, assim não! — ela implorou.

Bufei, irritado.

— Então o que você quer, Clara? — questionei, exasperado.

— Eu não pensei que me casaria dessa forma — ela respondeu, entre lágrimas.

Passei a mão pelos cabelos, tentando manter a calma.

— Mas você aceitou, então lide com isso — retruquei, ríspido.

— Mas você vai sair com outras mulheres se eu não deitar com você? — Clara perguntou, hesitante.

Aquilo me fez parar e refletir por um momento. Talvez esse fosse o cerne do problema.

— Se é isso que tanto te perturba, não irei — declarei, buscando amenizar a tensão. — Agora, você se sente mais tranquila?

Ela assentiu, o rosto ainda vermelho pelas lágrimas.

— Sim — murmurou.

Afastei-me então, dando-lhe espaço.

— Minha porta está aberta, se quiser dormir no mesmo quarto comigo — informei. — Ou pode ficar no quarto de hóspedes, se preferir.

Sem mais palavras, deixei a sala de jantar, pisando firme no chão, minha irritação ainda palpável. Precisava colocar minha cabeça no lugar e encontrar uma solução para esta situação delicada.

Subi as escadas, caminhando pelo corredor até finalmente chegar ao meu quarto. Assim que entrei, não pude conter um riso discreto.

Não conseguia acreditar que Clara havia feito todo aquele show apenas por eu poder sair com outras mulheres. Ela realmente parecia perturbada com essa ideia.

Balançando a cabeça, segui até o banheiro da suíte, tirando a roupa e a jogando dentro do cesto. Tomei um banho rápido, saindo logo em seguida para me secar com a toalha macia.

Vesti uma cueca limpa e me joguei sobre a cama, pensativo. Não tinha certeza se Clara viria se juntar a mim neste quarto, mas pelo menos havia resolvido uma parte do problema.

Aquela mulher realmente era um mistério para mim. Não entendia seus questionamentos e reações emocionais tão intensas. Mas, no fim das contas, isso não importava muito. O que importava era que ela cumprisse seu papel neste casamento de conveniência.

Recostei-me melhor nos travesseiros, cruzando os braços atrás da cabeça. Só esperava que, com o tempo, Clara se acostumasse com essa nova realidade e aprendesse a lidar com as eventuais saídas que eu pudesse ter.

Afinal, meu objetivo principal era consolidar meus negócios, e essa união com Clara era apenas um meio para atingir esse fim. Não podia me dar ao luxo de me envolver demais com ela ou com seus sentimentos.

Devo continuar a história?
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Contrato de sedução com o ceo bilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora