Capítulo 11

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VICTOR

Enquanto saia do escritório, falei com o meu advogado para preparar o contrato com a Clara, colocando os prazos e minhas exigências, para que ela entenda como sera o nosso acordo de casamento. Desliguei o telefone depois de instruir meu advogado a preparar o contrato de acordo com minhas exigências. Havia um prazo definido, não poderia perder essa oportunidade.

A Triton Technologies, da família Duval, era um dos maiores grupos empresariais do país. Leonardo Duval, o patriarca, era constantemente alvo da mídia por sua imagem de homem de família e seus valores tradicionais. Até meu meio-irmão Max já havia dito que Duval confiaria mais nele por serem da mesma "família".

Suspirei, irritado. Não havia tempo a perder. Precisava dessa parceria a todo custo, independentemente dos laços familiares de Duval.

Saí do escritório e entrei em meu carro. Mal tinha me acomodado quando meu celular tocou. Era minha mãe.

— Alô, mãe? — atendi, tentando manter a paciência.

— Victor, você está indo para casa? Venha jantar conosco hoje! — sua voz animada ecoou do outro lado da linha.

Refleti por um momento. Não tinha tempo para jantares familiares, mas recusar minha mãe sempre era um desafio.

— Tudo bem, mãe. Estou a caminho — cedi, sabendo que era melhor não contrariar.

— Ótimo! Sua irmã ficará tão feliz. Ah, e traga aquela sua secretária tão querida, a Clara! — ela sugeriu, entusiasmada.

Senti meu corpo tensar. Clara. Ela era a peça-chave do meu plano.

— Ah, não, mãe. Hoje é só eu mesmo — respondi, firme.

Não poderia arriscar envolver Clara nesse jantar familiar. Ela já estava bastante confusa com a minha proposta, não queria deixá-la ainda mais desconfortável. E minha mãe sempre gostou dela, não sei se ela iria gostar depois do que vou dizer naquele jantar.

— Ah, que pena! Então te vejo em breve, meu filho. Beijinhos! — minha mãe despediu-se, ainda animada.

— Até logo, mãe — murmurei, desligando o telefone.

Respirei fundo, tentando me concentrar no caminho à frente. Precisava ir até a casa de minha família, mas minha mente já estava totalmente voltada para o contrato que meu advogado estava preparando.

Esse casamento por contrato era minha última esperança de salvar a empresa. E, desta vez, não poderia haver falhas. Clara era a única pessoa em quem eu podia confiar para desempenhar esse papel. Eu só esperava que ela aceitasse minha proposta.

Ao abrir a porta, minha mãe me envolveu em um caloroso abraço.

— Meu filho, que bom que você veio! — ela exclamou, abrindo seu sorriso característico.

Revirei os olhos, com um sorriso discreto no rosto.

— Está vendo, mãe? Eu sempre venho, mesmo que demore um pouco — comentei, retirando a gravata enquanto entrava na casa.

Naquele ambiente mais relaxado, eu me sentia um pouco menos tenso. Minha irmã Lucía logo apareceu e me deu um beijo no rosto.

— Vitor! Que saudades. Conte-nos, o que de novo na vida do meu irmão workaholic? — ela perguntou, animada.

Suspirei, passando a mão pelos cabelos.

— Ah, você sabe... Nada além de trabalho e mais trabalho — respondi, com um leve tom de desânimo.

Nesse momento, nossa mãe nos conduziu até a sala de jantar.

— Bom, chega de assuntos sérios! O jantar está pronto, vamos comer — ela anunciou, servindo-nos prontamente.

Sentei-me ao lado de Lucía, sentindo o aroma suculento da refeição. Apesar de toda a pressão que eu vinha enfrentando nos negócios, este momento com minha família me trazia uma certa calma.

Minha mãe sempre foi uma ótima anfitriã, zelando para que todos nos sentíssemos aconchegados e bem-vindos em sua casa. Ela tinha esse dom de nos fazer esquecer, ao menos por alguns instantes, todas as preocupações que carregávamos.

Enquanto comíamos, Lucía tagarelava animadamente sobre sua vida e seus planos futuros. Eu a ouvia com atenção, tentando aproveitar ao máximo esse raro momento de descontração.

No fundo, porém, minha mente ainda se voltava para o contrato que meu advogado estava preparando. Precisava colocá-lo em prática o mais rápido possível, pois a negociação com a Triton não poderia esperar.

Olhei discretamente para o relógio. Ainda era cedo, eu tinha tempo suficiente para desfrutar desse jantar familiar.

Durante o jantar, minha mãe aproveitou para me perguntar sobre meus planos matrimoniais.

— Victor, você não acha que está na hora de se casar? — ela indagou, com uma expressão preocupada.

Suspirei, limpando a boca com o guardanapo.

— Ah, mãe, isso não é um assunto muito agradável para um jantar tão bom — respondi, tentando desviar do assunto.

Mas ela insistiu:

— Eu só estou preocupada, meu filho. Desde o seu relacionamento com a Renata, você parece ter se tornado ainda mais instável com as mulheres. Isso não é nada bom.

Respirei fundo, sabendo que não poderia mais evitar o assunto.

— Bom, na verdade, eu vou me casar em breve — confessei, sem poder esconder por mais tempo.

Lucía me encarou, séria.

— Casar? E por que você não nos contou nada, Victor? — ela questionou, visivelmente incomodada.

— Bem, é que... não é exatamente um casamento grandioso. A noiva prefere discrição — expliquei, tentando amenizar a situação.

Minha mãe pareceu surpresa.

— Nem sabia que você estava namorando alguém! E quem é a felizarda? — ela indagou, curiosa.

Antes que eu pudesse responder, Lucía interrompeu:

— Aposto que é a Clara, sua secretária. Soube pelo Max que você e ela andam muito próximos.

Senti meu maxilar enrijecer diante da acusação de Lucía.

— Clara não tem nada a ver com isso. E você não deveria se aproximar tanto de Max, ele não é um bom exemplo — retruquei, em tom sério.

Lucía me encarou, desafiadora.

— Ah, não? Ele é bem mais atencioso do que você, pelo menos.

— Chega, vocês dois! — minha mãe interrompeu, em tom conciliador. — Victor, por favor, conte-nos mais sobre esse casamento. Estou curiosa para saber!

Respirei fundo, tentando retomar a calma.

— Bem, é... ainda estou resolvendo alguns detalhes, mas em breve vocês saberão mais — respondi, sem entrar em muitos detalhes.

Não queria contar a verdade sobre o casamento por contrato com Clara. Primeiro, precisava ter certeza de que ela aceitaria a proposta. Depois, talvez eu pudesse compartilhar com minha família.

Por ora, o mais importante era me concentrar em fechar esse negócio com a Triton. Tudo o mais teria que esperar.

Contrato de sedução com o ceo bilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora