Capítulo 15

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VICTOR

Após deixar Clara na cafeteria, não pude evitar me preocupar com a situação do meu meio-irmão Max. Ele havia estado no hospital mais cedo, mas não quis me explicar o motivo. Precisava entender o que estava acontecendo.

Dirigi rapidamente de volta ao hospital, vasculhando os corredores até encontrá-lo. Lá estava ele, próximo à entrada, parado ao lado de seu carro.

Aproximei-me, o rosto tenso.

— Max, preciso falar com você — declarei, sem rodeios.

Ele se virou, parecendo pálido.

— Victor? O que está fazendo aqui? — questionou, a voz trêmula.

— O que você estava fazendo no hospital mais cedo? — perguntei, direto.

Max desviou o olhar, claramente desconfortável.

— Ah, isso... Bem, eu estava fazendo alguns exames de rotina, só isso — ele respondeu, evasivo.

Franzi o cenho, preocupado.

— Exames de rotina? Mas você parece tão tenso. Aconteceu alguma coisa? — insisti, colocando a mão em seu ombro.

Ele suspirou pesadamente.

— Olha, Victor, não é nada sério, ok? Só uma pequena alteração em um dos exames, o médico quer refazer alguns testes, só isso — Max explicou, tentando soar tranquilo.

Senti meu coração apertar. Meu meio-irmão estava enfrentando algum problema de saúde e não queria me contar.

— Max, você deveria ter me contado. Não precisa esconder isso de mim — falei, em tom preocupado.

Ele abaixou a cabeça por um momento, antes de me encarar novamente.

— Eu sei, desculpe. Eu só não queria preocupar ninguém, sabe? Mas prometo que vou te manter informado sobre os resultados — Max garantiu, apertando meu braço.

Respirei fundo, tentando me acalmar.

— Está bem, eu confio em você. Só nãosome mais, ok? Se precisar de algo, me procure — disse, puxando-o para um abraço fraternal.

Após nos separarmos, Max olhou para mim com curiosidade.

— A propósito, a Clara já aceitou o acordo? — ele perguntou, erguendo as sobrancelhas.

Eu sorri de canto.

— Ainda não. Ela está pensando a respeito — expliquei.

Max balançou a cabeça, categórico.

— Você não pode perder essa oportunidade, Victor. Eu vi as notícias sobre a Triton, você precisa agir rápido — ele alertou, a preocupação evidente em seu rosto.

Suspirei, compreendendo suas palavras.

— Eu sei, Max. Mas a vida da Clara também está em jogo aqui, não posso forçá-la a nada — declarei, firme.

Ele sorriu de canto, colocando a mão em meu ombro.

— Não se preocupe, ela vai aceitar. Você é um ótimo partido, ela não vai desperdiçar essa chance — Max afirmou, com confiança.

Ri, balançando a cabeça.

— Veremos. Agora vá cuidar da sua saúde, tá bem? — falei, dando um tapinha em suas costas.

Ele assentiu, entrando em seu carro. Observei-o partir, sentindo-me um pouco mais aliviado.

Após me despedir de Max, entrei em meu carro e dirigi rapidamente até minha casa. Precisava de um momento para refletir sobre tudo o que havia acontecido.

Ao chegar, retirei meu blazer e fui direto para o bar, onde guardava meu melhor whisky importado. Servi-me de uma dose generosa, sentindo o líquido âmbar descer ardentemente pela garganta.

Caminhei até minha poltrona favorita, afundando-me nela enquanto observava o conteúdo do copo.

Clara. Sua imagem não saia da minha cabeça. Eu a via tão preocupada, tão carinhosa com seu irmão doente. Ela seria uma ótima esposa, uma ótima mãe. Isso era exatamente o que eu sempre quis.

Há algum tempo, eu vinha observando Clara de longe, admirando sua força e determinação. Ela era exatamente o tipo de mulher que eu queria ao meu lado. E agora, tinha a oportunidade de tê-la.

Porém, obrigá-la a se casar comigo por conveniência parecia tão cruel. Eu sabia que ela precisava desesperadamente desse dinheiro para salvar o irmão, mas não queria que ela se sentisse acuada ou coagida.

Suspirei, tomando mais um gole do whisky. Afinal, meus negócios estavam em jogo. A Triton estava ameaçada e eu precisava agir rápido. Não podia perder essa oportunidade.

Lembrei-me então da mensagem que ela havia enviado, perguntando sobre as vantagens desse contrato de casamento. Prontamente, eu havia respondido, lembrando que ela poderia recuperar a clínica da família.

Então, me dei conta de que em nenhum momento ela havia mencionado a clínica. Eu simplesmente havia incluído essa informação por conta própria, sem nem ao menos consultar Clara.

Encolhi os ombros, pouco me importando. Afinal, meus negócios vinham em primeiro lugar. Clara precisava entender que eu sempre estaria um passo à frente, e que os interesses da empresa seriam prioridade.

Tomei mais um gole do whisky, sentindo o líquido queimar minha garganta. Não importava o que Clara pensasse ou quisesse. Ela teria que aceitar minha proposta, nem que fosse por bem ou por mal.

O final de semana passou rapidamente, mas eu não consegui desligar minha mente nem por um instante. Meus pensamentos estavam completamente absorvidos pelos negócios da empresa.

Passei os dias estudando projetos, planejando cada etapa minuciosamente. Não podia deixar nada passar despercebido. Afinal, a Triton estava ameaçada e eu precisava agir com agilidade e precisão.

Quando a segunda-feira finalmente chegou, me arrumei para mais um dia intenso de trabalho. Porém, enquanto dava o nó em minha gravata, não conseguia deixar de olhar para o meu reflexo no espelho com certa ansiedade.

Clara precisava aceitar minha proposta. Não tinha outra solução. Se ela se recusasse, eu não saberia o que fazer. Meus negócios dependiam desse acordo.

Respirei fundo, tentando me acalmar. Ela tinha até hoje para me dar uma resposta. Eu confiava que ela entenderia a importância dessa união e aceitaria os termos do contrato.

Afinal, era mais do que um simples casamento de conveniência. Eu realmente a admirava e acreditava que ela seria a esposa perfeita para mim. Clara era uma mulher incrível, forte e determinada. Tudo o que eu sempre quis.

Senti um nó se formar em minha garganta. Não podia deixar que meus sentimentos pessoais se sobrepusessem aos meus objetivos profissionais. Essa era uma decisão de negócios, nada mais.

Forcei um sorriso no rosto e saí de casa, rumando para mais um dia atribulado no escritório. Eu precisava manter a calma e a frieza necessárias. Afinal, não havia espaço para emoções nesse jogo.

Tudo dependia da resposta de Clara. Ela tinha que aceitar. Não havia outra opção.

Contrato de sedução com o ceo bilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora