Capítulo 19

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VICTOR

Confesso que, quando a vi se aproximando do altar, tive que me esforçar para manter minha expressão séria e inabalável. Por dentro, eu estava surpreso com sua aparência impecável, considerando o pouco tempo que ela teve para se arrumar.

Ela era realmente uma mulher incrível, conseguindo se virar tão bem em uma situação tão apertada. Senti um certo orgulho brotando em meu peito, algo que me pegou de surpresa.

Meu irmão Max se aproximou, parando ao meu lado.

— Meus parabéns, irmão. Você fez uma bela escolha. Essa garota parece saber se virar muito bem — ele sussurrou, com um sorriso discreto.

Assenti em silêncio, concordando com suas palavras. Eu sabia que Clara era competente e capaz de lidar com a situação. Afinal, essa escolha foi relativamente fácil para mim.

Quando ela finalmente chegou ao meu lado, o juiz de paz iniciou a cerimônia rapidamente. O fotógrafo não perdia nenhum detalhe, capturando cada momento.

Meu coração batia um pouco mais rápido conforme nos aproximávamos dos votos. Essa não era exatamente a maneira como eu imaginava me casar, mas era o que precisava ser feito.

Olhei nos olhos de Clara, notando a determinação em seu olhar. Ela também parecia um pouco nervosa, mas firme em sua decisão.

Quando chegou a hora de dizer "sim", nossas vozes se fundiram em um só, selando nosso compromisso. Em seguida, selamos tudo com um breve beijo.

Assinamos rapidamente o contrato de casamento e o registro oficial. Tudo havia sido concluído com eficiência, sem delongas.

Agora, Clara era oficialmente a Sra. Calderón. Devo admitir que, por mais que essa não tenha sido uma união por amor, senti uma espécie de satisfação em ter ela ao meu lado. Afinal, ela era a pessoa certa para me ajudar a cumprir meus objetivos.

Enquanto seguia em direção à empresa, recebi uma ligação importante que me exigiu total concentração. Mergulhado na conversa, não foi até parar em um sinal vermelho que notei uma movimentação curiosa do lado de fora.

Lá estava Clara, entrando em uma loja de noivas. Achei estranho, uma vez que ela já estava vestida para a cerimônia. Desliguei o telefone, estacionando o carro para acompanhar melhor a cena.

Observei-a se aproximar do balcão, parecendo angustiada. A atendente começou a gritar, aparentemente reclamando das peças que Clara havia trazido. Pude ouvir os ecos da discussão, e fiquei surpreso ao ver a expressão de Clara se transfigurar, como se estivesse prestes a chorar.

Sem pensar duas vezes, entrei na loja, interrompendo a cena.

— Eu vou pagar por tudo — declarei, determinado.

Clara me encarou, seus olhos arregalados.

— Não, Victor, não precisa! — ela protestou, visivelmente constrangida.

Mas eu insisti:

— Preciso, Clara. É o meu presente de casamento.

A atendente nos observava em silêncio, chocada com a minha intervenção. Aproximei-me do balcão, adicionando:

— E incluam também aquele colar de diamantes.

— Victor, não precisa.

— É meu presente de casamento para você.

Clara pareceu perplexa, mas não ousou discordar novamente. A atendente, ainda atônita, apenas concordou, procedendo com o pagamento.

Enquanto ela embalava as peças, senti o olhar de Clara sobre mim. Havia uma mistura de gratidão e desconforto em sua expressão. Entendo que essa situação não deve ser fácil para ela, mas eu precisava demonstrar meu apoio.

Afinal, a partir de agora, Clara seria minha esposa. E eu pretendia cuidar dela, mesmo que esse casamento não tenha sido por amor.

Após pagar pela conta, a atendente entregou as peças embaladas para mim. Virei-me então para Clara, que ainda parecia desconfortável com a situação.

— Vamos, eu levo você até em casa para pegar suas coisas — falei, indicando o caminho em direção ao meu carro.

Clara hesitou por um momento, antes de responder:

— Não precisa, Victor. Eu posso ir sozinha.

Eu sabia que ela ainda estava se acostumando com a ideia deste casamento arranjado, então entendi sua relutância.

— Insisto, Clara. Vou mandar o motorista te buscar depois — disse, tentando soar compreensivo.

Ela soltou um suspiro resignado e acabou entrando no carro comigo. Durante o trajeto, o silêncio predominou, cada um perdido em seus próprios pensamentos.

Assim que chegamos ao apartamento dela, reafirmei que o motorista a buscaria posteriormente para levá-la até a nossa nova casa. Clara apenas assentiu e saiu do carro, indo recolher suas coisas.

Segui então em direção à empresa. Precisava avisar meu advogado que o contrato de casamento havia sido assinado e verificar como estavam os negócios na minha ausência.

Ao chegar, passei primeiro pelo departamento de Recursos Humanos, solicitando que preparassem os documentos para o desligamento de Clara. Quando indagaram sobre o motivo, respondi firmemente que não precisavam de justificativas.

Apressado, então, fui direto para minha sala particular, discando o número do meu advogado. Precisava acertar os últimos detalhes legais deste casamento de conveniência. Afinal, esse era um passo crucial para alcançar meus objetivos empresariais.

Enquanto aguardava a ligação ser atendida, não pude deixar de pensar na expressão de Clara durante todo o processo. Ela parecia tão desconfortável, tão distante. Entendo que essa situação não é fácil para ela, mas é necessária.

Afinal, agora Clara é minha esposa. E, apesar das circunstâncias, eu pretendo cuidar dela e garantir seu bem-estar. Afinal, essa união pode trazer benefícios para ambos.

Assim que atendi a ligação do meu advogado, ele logo foi direto ao assunto:

— Victor, o contrato de casamento já foi assinado, então agora só precisamos esperar o dono da Triton retornar a ligação para agendar uma reunião. Quanto aos termos, ainda não sabemos exatamente o que ele pode exigir, mas, de acordo com nossas investigações, o fato de você ser solteiro o deixa em uma posição um pouco insegura nessa negociação.

Ouvi atentamente às suas palavras, assentindo com a cabeça, mesmo que ele não pudesse me ver.

— Entendo. De qualquer forma, o essencial já foi feito. Muito obrigado pela sua ajuda, Marcelo. Mantenha-me informado sobre qualquer novidade — respondi, tentando transmitir tranquilidade.

Após a ligação, peguei meu celular e enviei uma mensagem para o meu motorista particular, com o endereço de Clara, solicitando que a buscasse assim que ela o contatasse.

Em seguida, mandei uma mensagem para a própria Clara, informando o número do motorista e pedindo que ela ligasse assim que estivesse pronta para ser levada.

Embora ainda existisse certa tensão e desconforto entre nós, precisava garantir que Clara se estabelecesse em nosso novo lar o quanto antes. Afinal, essa união era essencial para alcançar meus objetivos empresariais.

Respirei fundo, tentando me concentrar novamente no trabalho. Agora que o casamento havia sido oficializado, era hora de colocar meu plano em prática. Não havia mais tempo a perder.

Contrato de sedução com o ceo bilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora