Capítulo 13

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Clara

Assim que sai do escritório de Victor, não conseguia parar de pensar no absurdo daquele contrato. Como ele tinha a audácia de exigir que eu não pudesse me relacionar com outros homens, enquanto ele teria a liberdade de me trair quando bem entendesse?

Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos. Precisava conversar com Isabella sobre isso, ela sempre me dava bons conselhos.

"Será que posso esperar até sexta-feira para falar com ela?" - me questionei, enquanto caminhava em direção ao metrô.

O dia passou lentamente, com meu olhar desviando constantemente em direção à casa de Victor. Aquela proposta me deixara realmente intrigada. Será que eu deveria aceitar os termos dele e interpretar o papel de "esposa exemplar"?

Terminei minhas tarefas no escritório com esmero, tentando não pensar muito no assunto. Quando finalmente saí, senti um cansaço enorme. Nem mesmo consegui ir visitar meu irmão no hospital, já que ele estava com a imunidade baixa. Apenas segui direto para casa.

Ao chegar, deixei minhas coisas sobre a mesa e comecei a me despir. Um banho quente seria a melhor forma de relaxar naquele momento. Enquanto a água escorria pelo meu corpo, pensei em como abordar esse assunto com Isabella no dia seguinte.

Ela sempre fora uma grande conselheira para mim. Talvez pudesse me ajudar a enxergar as coisas com mais clareza. Afinal, aceitar os termos daquele contrato significava abrir mão de muita coisa. Será que eu estava disposta a fazer isso?

Terminei meu banho e envolvi-me na toalha, sentindo-me um pouco mais leve. Amanhã seria um novo dia, e eu decidiria o que fazer sobre a proposta de Victor.

O dia seguinte foi extremamente corrido, cheio de compromissos e tarefas a cumprir. Infelizmente, não tive nem mesmo a oportunidade de dar uma olhada mais detalhada no contrato que Victor havia me entregado. Isso teria que ficar para o final do dia, quando eu finalmente pudesse conversar com Isabella.

Será que ela conseguiria me ajudar a enxergar as coisas com mais clareza? Ou será que nossa conversa só iria piorar ainda mais a confusão que se instalara em minha cabeça?

De repente, meu celular tocou. Ao atender, percebi que era o hospital. Meu coração disparou, pois o tom de voz do médico parecia nitidamente nervoso e preocupado.

— Senhorita Clara, preciso conversar com a senhora urgentemente — ele disse, a voz falhando levemente.

Senti um frio na barriga. Será que algo tinha acontecido com meu irmão?

— O que houve, doutor? Pode falar, por favor — pedi, tentando manter a calma.

— É sobre seu irmão, Pedro. Ele está em coma sedado no momento — o médico explicou, a voz carregada de preocupação.

Meus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente. Não, meu irmão não podia estar naquela situação!

— Coma sedado? Como isso aconteceu? — questionei, a voz embargada.

— Ele ficou muito agitado e tivemos que sedar. Preciso que a senhora venha ao hospital o mais rápido possível — o médico disse.

Sem pensar duas vezes, peguei minhas coisas e me apressei em direção à saída. Foi nesse momento que Victor me abordou.

— Clara, aonde você está indo? — ele perguntou, notando meu estado alterado.

Respirei fundo, tentando conter as lágrimas.

— É o Pedro, Victor. Ele está no hospital, em coma sedado. Preciso ir vê-lo agora mesmo — expliquei, a angústia evidente em minha voz.

Victor ficou em silêncio por alguns instantes, antes de dizer:

— Eu vou levá-la.

Antes que eu pudesse protestar, ele me guiou até o estacionamento, onde nos dirigimos rapidamente ao hospital. Naquele momento, eu só conseguia pensar em meu irmão. Tudo o mais parecia ter ficado em segundo plano.

Assim que chegamos ao hospital, sai do carro apressadamente, meu coração batendo acelerado.

— Onde está o meu irmão? Como ele está? — perguntei, desesperada, ao me aproximar da entrada.

O médico, que me aguardava, veio em minha direção.

— Senhorita Clara, venha comigo, por favor. Vou levá-la até ele — ele disse, em tom calmo, mas com visível preocupação.

Sem perder tempo, segui o médico pelos corredores do hospital. Enquanto caminhávamos, avistei o mesmo homem que havia visto no outro dia, aquele que parecia ter algo a ver com meu irmão.

— Senhor! — chamei, tentando chamar sua atenção.

O médico apenas acenou com a cabeça, apontando para a porta do quarto.

— Entre, por favor. Preciso conversar com ele por um momento — ele disse, antes de se afastar.

Hesitei por um instante, confusa com aquela reação. Mas minha preocupação com Pedro falou mais alto. Entrei no quarto, encontrando meu irmão deitado, aparentemente inconsciente.

Senti as lágrimas escorrerem por meu rosto ao ver seu estado. Corri até a sua cama, segurando sua mão com cuidado.

— Pedro... O que aconteceu com você? — sussurrei, a voz embargada pela emoção.

Naquele momento, nem sequer percebi que Victor ficara para trás, observando tudo de longe. Meu mundo se reduzia apenas a meu irmão e sua condição crítica. Precisava ficar ao seu lado, rezar para que ele se recuperasse logo.

Aos poucos, fui me acalmando ao ver meu irmão Pedro deitado ali, inconsciente. Acariciei sua mão delicadamente, tentando conter as lágrimas.

Nesse momento, Victor entrou no quarto. Olhei para ele, com dúvida em meu olhar.

— Victor, você conhece aquele homem que vi no corredor? — perguntei, a preocupação evidente em minha voz.

Ele deu de ombros.

— Ah, aquele é só um cara que tem feito algumas doações para o hospital. Não sei muito sobre ele — respondeu, sem parecer muito interessado.

Fiquei ainda mais confusa. Mas não pude me deter muito nessa questão, minha mente estava focada apenas em Pedro.

— Ele está em coma porque ficou muito agitado. Acredito que seja por eu não ter vindo visitá-lo antes — culpei-me, sentindo a angústia tomar conta de mim novamente.

Victor aproximou-se, colocando a mão em meu ombro.

— Clara, não é sua culpa. O médico disse que não podíamos visitá-lo, lembra? Você não tem nada a ver com isso — ele me tranquilizou, sua voz calma.

Respirei fundo, tentando acreditar em suas palavras. Naquele momento, tudo que importava era a recuperação do meu irmão. O resto poderia esperar.

Victor colocou a mão em meu ombro, com um olhar gentil.

Contrato de sedução com o ceo bilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora