Clara
Quando finalmente Victor desligou a ligação, ele me encarou com aquele olhar sério.
— E então, Clara, como está o seu dente? — ele perguntou.
Respirei aliviada por ele não ter tocado no meu atraso e no incidente com a xícara.
— Ah, está ótimo, senhor! Bem firme e colado — respondi, tentando sorrir. Mas, ao ver sua expressão impassível, senti meu rosto queimar de vergonha.
— Fico feliz em ouvir isso — ele disse, em um tom calmo. — Mas, ainda assim, acho justo que eu pague o seu tratamento. Aquilo não deveria ter acontecido.
Abri a boca para protestar, mas ele me interrompeu:
— Por favor, não insista. Eu me sinto responsável e gostaria de arcar com os custos.
Assenti, relutantemente. Meu coração dizia que não deveria ter aceitado, que era uma atitude generosa demais de sua parte. Mas minha mente sabia que não poderia recusar, dada a situação financeira delicada da minha família.
— Muito obrigada, senhor. Eu... eu aprecio muito a sua compreensão — gaguejei, sentindo-me ainda mais constrangida.
Ele esboçou um sorriso raro, deixando-me ainda mais desconcertada.
— Bem, na verdade, não foi sobre isso que eu queria falar com você — disse, com um tom misterioso.
Senti meu corpo tensar. Será que seria sobre meu atraso? Será que eu finalmente iria perder meu emprego?
Comecei a estralar os dedos, nervosamente, e olhei diretamente em seus olhos.
— Não? — perguntei, a voz tremula.
Ele sorriu novamente, parecendo se divertir com a minha reação.
— Não, Clara. Não se preocupe, você não está em apuros — tranquilizou-me.
Respirei fundo, aliviada, mas ainda assim apreensiva.
— Ah, que bom... Eu pensei... Quero dizer, se é por causa do meu atraso hoje, eu peço desculpas e posso garantir que não vai se repetir — me apressei em dizer.
Mais uma vez, ele me interrompeu.
— Não é sobre isso, Clara. Eu tenho uma proposta a lhe fazer.
Proposta? Meu coração disparou. O que será que ele queria? Será que eu estava prestes a receber uma promoção ou algo assim?
Tentei manter a calma, esperando que ele continuasse.
— Case-se comigo!
Ao ouvir a proposta do Sr. Calderón, engasguei-me com a bala de menta que estava chupando, tomando um susto. Ele se apressou em me acudir, parecendo desesperado.
— Clara! Você está bem? — ele perguntou, a preocupação evidente em sua voz.
Senti meu rosto queimar de vergonha enquanto as lágrimas começavam a se formar em meus olhos. Após alguns instantes, a bala finalmente saiu, e eu caí sobre a mesa de Victor, ofegante.
— O que... o que você disse? — perguntei, ainda atordoada.
Ele respirou fundo antes de repetir, calmamente:
— Eu gostaria de lhe fazer uma proposta, Clara. Eu quero que você se case comigo.
Casei-me com Victor? Ele só pode estar brincando!
— Como assim? Isso é... isso é algum tipo de brincadeira? — questionei, incrédula.
Victor meneou a cabeça.
— Não, não é nenhuma brincadeira, Clara. Eu preciso fechar um negócio muito importante com a empresa Triton, e para isso, eu preciso estar casado.
Eu o encarei, sem conseguir processar direito o que ele estava me dizendo.
— Mas... isso é um absurdo! Você está me propondo um casamento... por contrato? — exclamei, ainda atônita.
Ele passou a mão pelos cabelos, visivelmente frustrado.
— Olha, eu sei que isso parece loucura, mas é a única alternativa que tenho no momento. Minha empresa está à beira da falência, e essa parceria com a Triton é essencial para a nossa sobrevivência. Eu preciso dessa aliança matrimonial para que o negócio se concretize — explicou, em tom suplicante.
Meu coração batia descompassado enquanto eu tentava entender a magnitude daquela proposta insana.
— Mas por que eu? Por que você precisa que seja eu? — indaguei, ainda incrédula.
Ele me encarou, a determinação estampada em seu rosto.
— Porque você é a única pessoa em quem eu posso confiar, Clara. Você é competente, discreta e tem um bom caráter. Você é perfeita para esse papel.
Perfeita para esse papel? Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Como ele podia me reduzir a uma mera peça em seu jogo empresarial?
Respirei fundo, tentando manter a calma.
— Senhor Calderón, eu... eu não sei o que dizer. Isso é tudo tão... inesperado — murmurei, ainda atordoada.
Ele estendeu a mão, tocando suavemente a minha.
— Eu sei que é uma proposta incomum, Clara. Mas eu realmente preciso da sua ajuda. Por favor, pense a respeito. Eu... eu não tenho mais ninguém em quem possa confiar — disse, sua voz quase suplicante — Iremos nos casar por contrato.
Eu o encarei, perdida em meio a tantas emoções conflitantes. Casar-me por contrato? Aquilo parecia quase surreal. Mas a angústia em seu olhar me dizia que ele realmente precisava da minha ajuda.
Será que eu deveria aceitar essa proposta inusitada?
— Eu... eu vou precisar de um tempo para pensar sobre isso, senhor — respondi, ainda atordoada com a proposta inesperada.
Victor assentiu, compreensivo.
— Claro, entendo. Vou preparar o contrato para que você possa ter uma noção mais clara do que se trata — ele disse, com uma expressão serena.
— Muito obrigada, senhor — murmurei, levantando-me da cadeira.
Sem olhar para trás, saí da sala, sentindo meu coração batendo acelerado. Só quando fechei a porta atrás de mim, pude finalmente respirar.
Droga, eu havia me esquecido da bala de menta que estava chupando! Senti meu rosto queimar de vergonha ao me lembrar do incidente.
Voltei rapidamente para a sala, batendo levemente na porta.
— Senhor, com licença... Eu deixei a bala de menta aqui — disse, entrando e recolhendo o pequeno objeto de volta.
Saí da sala às pressas, ainda constrangida, e fui para a minha mesa. Agora, mais do que nunca, eu precisava pensar com clareza sobre essa proposta surreal.
Peguei meu celular e enviei uma mensagem urgente para Isabella, minha melhor amiga.
"Isa, preciso muito falar com você. Você está livre na sexta-feira depois do expediente?"
Ela respondeu rapidamente:
"Claro, Clara! O que aconteceu? Eu estarei livre a partir das 18h. Quer me encontrar no nosso lugar de sempre?"
"Sim, por favor. Tenho algo muito importante para te contar. Até lá, vou tentar entender melhor essa situação", respondi.
Agora, com o encontro marcado com Isabella, eu teria um pouco mais de tempo para digerir a proposta do Sr. Calderón e ver se deveria aceitar ou não. Esse seria um grande desafio, mas eu precisava ter certeza de que estaria tomando a decisão certa, não apenas para mim, mas também para minha família.
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Contrato de sedução com o ceo bilionário
Romance+18 | ANDAMENTO | CAPÍTULO NOVO LIBERADO APENAS COM COMENTÁRIOS NO ÚLTIMO POSTADO Victor Calderón, um bilionário implacável que não acredita no amor, está à beira de fechar o maior contrato de sua carreira, mas para isso, precisa de algo que nunca d...