Capítulo 18

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CLARA

Quando a atendente se aproximou, pude ver seu olhar de reprovação ao analisar minhas roupas simples.

—Em que posso ajudá-la, querida?— ela disse, com certo desdém.

Respirei fundo, engolindo o amargo gosto em minha boca.

—Bom, eu... Eu preciso de um vestido de noiva. Eu vou me casar hoje e não tenho nada preparado ainda — expliquei, tentando manter a calma.

A atendente ergueu uma sobrancelha, parecendo surpresa.

—Ah, entendo. Bem, nós temos diversos modelos de aluguel que podem servir perfeitamente a você, querida— ela respondeu, com um sorriso forçado.

Não tive outra escolha a não ser aceitar. Não podia perder mais tempo procurando em outros lugares. Precisava chegar a tempo para o casamento.

—Então, por favor, me mostre o que vocês têm— pedi, resignada.

Ao olhar ao redor daquela loja luxuosa, senti meu estômago se revirar. Como eu, uma simples secretaria, iria conseguir comprar ou mesmo alugar qualquer coisa ali? Aqueles vestidos pareciam custosos demais para meu bolso.

A atendente me analisou de cima a baixo, seu olhar carregado de desdém. Engoli em seco, tentando manter a calma.

— Bom, eu... Eu preciso de um vestido de noiva. Eu vou me casar hoje e não tenho nada preparado ainda — expliquei, a voz tremendo um pouco.

Ela ergueu uma sobrancelha, parecendo surpresa.

— Ah, entendo. Bem, nós temos diversos modelos de aluguel que podem servir perfeitamente a você, querida — respondeu, com um sorriso forçado.

Olhei ao redor, sentindo-me cada vez mais deslocada naquele ambiente. Mas não tinha escolha, precisava encontrar algo rápido.

— Então, por favor, me mostre o que vocês têm — pedi, resignada.

A atendente me levou até uma seção com vestidos mais simples e acessíveis. Passei os olhos por eles, até que um em particular chamou minha atenção.

Era um vestido branco, com uma saia fluida e um decote discreto. Nada muito elaborado, mas ainda assim elegante.

— Esse aqui parece perfeito — murmurei, tocando suavemente o tecido.

— Ótima escolha, querida. E olhe, temos esse sapato aqui que ficaria lindo com o vestido — a atendente sugeriu, me mostrando um par de sapatos de salto alto, com detalhes delicados.

Meu coração disparou. Aquele conjunto era exatamente o que eu precisava para me sentir uma noiva de verdade, mesmo que fosse em um casamento arranjado.

— Vou levar tudo — afirmei, com determinação.

Fiz o cadastro e concluí o aluguel, pagando o valor na hora. Não havia tempo a perder, eu precisava chegar ao local da cerimônia o mais rápido possível.

Apressadamente, chamei um táxi e corri para o endereço que Victor havia me enviado. Ao chegar, fui direto para o banheiro, me trocando e me arrumando da melhor forma possível.

Quando saí, encontrei Isabella me esperando, linda em seu vestido de madrinha.

— Você está linda, Clara! — ela exclamou, me abraçando.

Sorri, sentindo-me um pouco mais confiante. Pelo menos eu teria minha melhor amiga comigo nesse momento tão importante.

Isabella me abraçando e retribuí o abraço, sentindo-me um pouco mais confiante com sua presença.

— Obrigada, Isa. Eu estou tão nervosa... — confessei, a voz trêmula.

Ela se afastou, segurando minhas mãos.

— Não se preocupe, querida. Eu estou aqui com você — assegurou, apertando meus dedos de forma reconfortante.

Então, Isabella me entregou um pequeno buquê de flores.

— Eu não tive muito tempo para preparar algo mais elaborado, mas espero que isso ajude a deixar o momento mais especial — ela disse, com um sorriso gentil.

Ao receber o presente, senti uma onda de emoções me invadir. Mesmo que esse não fosse o casamento dos meus sonhos, a atitude de Isabella me aqueceu o coração.

— Isa, você não precisava... — murmurei, olhando as flores com carinho.

Ela riu, balançando a cabeça.

— Bobagem, você merece tudo de bom, Clara. Ah, e eu trouxe isso também — Isabella continuou, retirando um colar com um pingente azul do bolso.

— Um colar da sorte? Mas eu pensei que não precisávamos seguir todas as tradições, já que esse não é um casamento por amor — argumentei, confusa.

Isabella sorriu, colocando o colar em meu pescoço.

— Sim, eu sei. Mas mesmo assim, quero que você tenha algo azul e velho para te trazer sorte — ela explicou, ajeitando o pingente com delicadeza.

Respirei fundo, sentindo uma mistura de gratidão e resignação.

— Nada pode dar mais errado do que um casamento por contrato, Isa. Mas, obrigada. Eu realmente aprecio o seu apoio — murmurei, acariciando o colar.

Minha amiga me envolveu em um abraço apertado, transmitindo todo o seu carinho e compreensão. Eu sabia que, apesar das circunstâncias, tê-la ao meu lado tornaria tudo um pouco mais suportável.

Ainda segurando o lindo buquê que Isabella havia me dado, caminhei lado a lado com minha amiga em direção à cerimônia. Meu coração batia acelerado, a ansiedade tomando conta de mim.

Quando nos aproximamos, avistei um homem que me pareceu familiar. Ele tinha uma semelhança surpreendente com Victor, mas parecia bem mais jovem. Sua aparência era mais casual e descontraída.

— Isa, aquele não é o Victor? — murmurei, confusa.

Minha amiga balançou a cabeça, sorrindo.

— Não, querida. Esse é Max Calderón, o meio-irmão de Victor — ela esclareceu.

Fiquei surpresa com a informação. Então, aquele homem que eu havia visto no hospital, quando visitei meu irmão, era o irmão de Victor? As peças finalmente se encaixavam.

Antes que eu pudesse comentar algo a respeito, Isabella foi chamada para entrar e se juntar aos demais. Victor já estava à espera, com um semblante sério.

Respirei fundo, apertando o buquê com força. Eu sabia que tudo isso era para me ajudar, para que eu pudesse cuidar do meu irmão. Precisava me concentrar nesse objetivo, mesmo que meu coração ainda estivesse um pouco receoso.

Alisando o vestido com as mãos trêmulas, segurei firme meu buquê e caminhei decidida em direção ao altar. Era a hora de me tornar a Sra. Calderón.

À medida que me aproximava, Victor me observava atentamente, seus olhos cravados em mim. Senti minhas bochechas queimarem, a sensação de desconforto aumentando a cada passo.

Quando finalmente cheguei ao meu destino, Victor estendeu a mão, me convidando a ficar ao seu lado. Com um suspiro resignado, aceitei seu gesto, posicionando-me ao seu lado, pronta para enfrentar o que viria a seguir.

Contrato de sedução com o ceo bilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora