𝟏𝟑

130 31 7
                                    

"Sim?" Perguntei, adentrando o escritório de Tamlin pela enésima vez

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"Sim?" Perguntei, adentrando o escritório de Tamlin pela enésima vez.

Parei assim que entrei. O ambiente parecia intocado. Não havia mais vestígios do caos.

O chão brilhava de limpo, as janelas reluziam como novas, os livros estavam novamente empilhados nas prateleiras, e os móveis, antes espalhados, retornaram perfeitamente aos seus lugares.

Qualquer prova de que algo tinha acontecido fora meticulosamente apagada. Selada sob uma máscara de controle absoluto.

"Quantos avisos eu te dei, Danika?" A voz de Tamlin cortou o ar como uma lâmina.

Ele ergueu o queixo, seus olhos gelados e carregados de desdém, cada palavra pingando com uma ameaça silenciosa.

A história era sempre a mesma.

Intimidação.

Ele precisava que eu temesse.

E, para meu horror, funcionava.

"Perdi a conta," respondi com amargura.

Os últimos meses foram um inferno de ameaças.

Fique longe de Feyre. Seja uma boa irmã para Feyre. Vista-se como eu mandar, ou será trancada.

As pessoas ao redor eram meras vítimas colaterais.

E eu ouvi. Ouvi cada palavra, cada sentença tóxica.

No início eram semanas de paz, agora, era como se toda conversa entre nós carregasse uma promessa velada de violência.

Será que outra explosão de raiva viria dessa vez? Talvez ele finalmente me eliminasse.

"Chega disso," cortou Tamlin, seus olhos voltados para os papéis sobre a mesa.

O silêncio se instalou por um breve momento antes de ele soltar outra bomba.

"Sua irmã precisa de proteção." Ele nem se dignou a me olhar. "Coloquei medidas para garantir que ela não saia de casa."

Meu coração disparou.

"O quê?"

"Não vou repetir."

"Você não pode fazer isso com ela!" Quase gritei, sentindo o desespero subir pela garganta. "Isso não é proteção, é prisão!"

Tamlin finalmente me olhou.

Seus olhos, ardendo com uma calma perigosa, me reduziram ao silêncio.

"Eu não devo satisfações a você." Um sorriso torto dançou em seu rosto, uma diversão cruel que parecia aquecer seus olhos. Ele se recostou na cadeira, saboreando o poder que exercia sobre mim. "Você tem pisado em gelo fino há bastante tempo, Danika. E agora, parece que finalmente ele se partiu."

O sorriso em seus lábios se alargou, calmo, quase triunfante.

"Então, quer me contar por que saiu escondida na noite passada?"

Meu sangue congelou. O tempo parou, o ar ao meu redor parecia endurecer.

Eu tinha sido tão cuidadosa.

"Eu-" Tentei falar, mas falhei.

"Não se preocupe. Eu já sei."

Não imaginei que pudesse me sentir pior. Mas naquele momento, pensei que desmaiaria. Foi quase um milagre que ainda estivesse de pé.

O rosto de Tamlin se transformou.

A diversão que antes reluzia em seus olhos desapareceu, substituída por uma fúria crescente.

As paredes ao meu redor pareciam prontas para explodir a qualquer instante.

"Há quanto tempo você está se reportando à Corte Noturna?"

Alívio. Por um instante, senti um alívio imenso. Só para ser esmagado pela confusão que veio em seguida.

"O que você está falando?" Perguntei, atônita.

"Você me acha tão estúpido?" Ele quase gritou, mas logo sua voz voltou a um tom mortalmente calmo. "Estou farto da sua insolência."

Ele fez um sinal para os guardas que estavam à espreita.

"Levem-na de volta."

Antes que eu pudesse reagir, dois guardas agarraram meus braços e começaram a me arrastar.

A cada passo, uma sensação terrível se infiltra em mim.

Era como se estivesse de volta a Montanha, sendo levada para aquela cela sombria de onde eu achava que nunca sairia.

As paredes ao meu redor começaram a parecer de pedra, os corredores iluminados apenas por tochas fracas.

O ar parecia desaparecer.

Eu precisava respirar.

Precisava que os guardas me soltassem, que me deixassem sentir o ar nos meus pulmões.

Tudo ao meu redor parecia um borrão, os guardas me puxavam sem piedade, levando-me por corredores que pareciam cada vez mais distorcidos, até que, de repente, paramos em frente a uma porta.

Era uma porta de metal, com uma pequena fenda no meio.

Para comida, talvez.

Mãe, me ajude.

"Por favor..." Murmurei, minha voz fraca e desesperada.

Balancei a cabeça, tentando afastar o terror.

Não. Eu não conseguiria suportar.

Os guardas abriram a porta com o som de chaves tilintando.

A sala... Pedra.

Tudo de pedra.

O terror crescia dentro de mim, tomando proporções avassaladoras.

Eu queria acreditar que era apenas minha mente pregando peças, uma alucinação de pânico.

Mas nada parecia certo.

Fui empurrada com força e caí de joelhos. O som do metal ecoou quando a porta foi fechada atrás de mim, e então... Escuridão.

Eu não conseguia respirar.

Não conseguia sentir nada.

Eu não conseguia ver.

Não conseguia fazer nada.

Desabei no chão frio e sujo, impotente. Tantas vezes, tantas vezes eu já havia sido trancada.

Mas isso era diferente.

As sombras ao meu redor não eram apenas escuras, elas eram sufocantes, pesadas, como se quisessem me esmagar.

Mal conseguia reconhecer a sensação familiar sob minha pele, o poder que um dia me pertenceu, que fazia parte de quem eu era.

Agora, porém, ele se tornará algo estranho, uma força hostil. Era como se eu estivesse lutando contra um inimigo que habitava dentro de mim.

O oxigênio se tornou algo distante, inalcançável.

Meu corpo, minha mente, esqueceram como respirar.

E a escuridão, implacável, finalmente me reivindicou.

☆゜・。。・゜゜・。。・゜★

Não se esqueçam de votar e comentar pfv

𝑨 𝑪𝑶𝑼𝑹𝑻 𝑶𝑭 𝑳𝑶𝑽𝑬 𝑨𝑵𝑫 𝑾𝑹𝑨𝑻𝑯Onde histórias criam vida. Descubra agora