[Livro dois da série Starlight]
Aviso: Este livro abordará temas que podem ser sensíveis para alguns leitores.
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Danika Archeron emergiu das profundezas do próprio inferno.
Agora, obrigada a retornar à Corte Primaveril após...
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Quando me virei, dei de cara com Rhys, seus olhos afiados e atentos me observando em silêncio.
"Onde estamos?" Murmurei, minha voz baixa, carregada de confusão.
Com um leve sorriso nos lábios, ele enfiou as mãos nos bolsos e disse, despreocupado: "Seja bem-vinda à minha casa."
No entanto, minha atenção foi atraída pela pequena janela ao lado da porta. Através dela, eu observava as ruas movimentadas, onde pessoas caminhavam com calma e crianças riam enquanto brincavam.
Crianças brincando... Aquilo mexeu comigo.
Nem mesmo nas Terras Mortais eu havia testemunhado algo tão simples e alegre.
"Que lugar é esse?" Perguntei mais uma vez, tentando compreender o que tornava aquele ambiente tão diferente, quase irreal.
Rhys apoiou o ombro largo contra o batente de carvalho entalhado que dava para a sala de estar, e cruzou os braços.
"Esta é minha casa. Bem, tenho duas casas na cidade. Uma é para assuntos mais... Oficiais, mas esta é apenas para mim e minha família."
Tentei ouvir o barulho de criados, mas não consegui. Bom... Talvez fosse bom, em vez de ter gente choramingando e boquiaberta.
"Nuala e Cerridwen estão aqui," disse ele, interpretando meu olhar pelo corredor atrás de nós. "Mas, fora isso, seremos apenas nós dois."
Fiquei tensa. Não que as coisas fossem diferentes na própria Corte Noturna, mas... Aquela casa era muito, muito menor.
Não teria como fugir dele. Exceto pela cidade do lado de fora.
Rhys abriu a boca para falar, mas antes que pudesse dizer algo, duas silhuetas robustas apareceram do outro lado do vidro embaçado das portas da frente.
Um deles golpeou a porta; mais como se estivesse socando-a do que batendo.
"Anda logo, preguiçoso", uma voz divertida ressoou do lado de fora.
Levantei uma sobrancelha, exausta, mas curiosa, enquanto olhava para Rhysand.
Ele, no entanto, não deu a menor atenção à porta, nem sequer piscou.
"Há duas coisas, Danika, minha querida", ele começou, mas foi interrompido por novos golpes na porta, seguidos pela voz profunda e sedutora do segundo homem:
"Se você pretende discutir com ele, que seja depois do café da manhã." A voz parecia deslizar como sombras na penumbra, provocando um arrepio ao longo da minha pele.
No entanto, havia algo vagamente familiar naquele tom.
"Não fui eu quem me expulsou da cama agora há pouco para voar até aqui," o primeiro retrucou, aproveitando a oportunidade para brincar. "Estava ocupado."
