𝟎𝟐

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"Não podemos deixá-la sentar ao lado dele

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"Não podemos deixá-la sentar ao lado dele. Seria um desastre, com sangue manchando as toalhas de mesa", disse Lanthe.

Tive que lutar contra a vontade de revirar os olhos, já que da última vez que o fiz, ela me deu uma palestra de dez minutos sobre como isso não era elegante.

Nunca mais quis passar por aquilo.

"É como um jogo de xadrez," continuou ela, "Onde todas as peças competem por poder ou controle, prontas para derramar sangue, se necessário. Deve ser um ajuste complicado para vocês duas."

Eu estava com o queixo apoiado na mão, afundada na cadeira, "Nem tanto", suspirei.

Ela provavelmente já tinha ouvido falar das minhas aventuras em Sob a Montanha, e mesmo assim, com o passar dos meses, nos tornamos próximas.

No entanto, ela continuava a me tratar como se eu fosse uma donzela indefesa, perdida neste mundo de homens.

Eu costumava ser tão diferente.

Será que eu realmente me transformei em alguém frágil, que precisava ser protegida das crueldades do mundo?

Talvez sim. Talvez eu tenha sido exposta a tantas coisas que me despedaçaram por dentro, como um vidro que se estilhaça ao menor impacto.

"Os humanos também têm seus defeitos", comentou Feyre. "Minha irmã Nestha, por exemplo, se adaptaria muito bem a este ambiente."

"Seus parentes mortais vão se juntar a nós?" Lanthe perguntou, seus olhos alternando entre nós.

A sacerdotisa inclinou a cabeça, permitindo que o sol refletisse na pedra que ela usava na testa. Eu desconfiava que o movimento era proposital.

Aprendi muito sobre Lanthe desde que a conheci. Ela adorava atenção, especialmente a do Lorde Supremo. Sempre que ele entrava na sala, de alguma forma, ela se aproximava de Tamlin.

E logo, a conversa girava em torno dela.

"Não", respondeu Feyre.

Lanthe bateu seus longos e finos dedos na mesa. Seus anéis de prata cintilavam ao sol.

Isso só podia ser intencional.

"Mas eles vivem tão perto da muralha, não? Se fosse importante para você tê-los aqui, Tamlin e eu poderíamos garantir sua viagem segura."

"Apesar de tudo, minha irmã Nestha despreza a sua espécie", Feyre falou.

"Nossa espécie", corrigiu Lanthe. "Já discutimos isso."

Dessa vez, eu realmente revirei os olhos, certificando-me de olhar para o outro lado para que ela não visse.

"Somos velhos e sagazes, e temos o hábito de usar palavras como armas afiadas. Tudo o que você disser, cada frase, será analisada - e pode acabar sendo usada contra você. Fiquem alertas, ambas." Ela prosseguiu.

𝑨 𝑪𝑶𝑼𝑹𝑻 𝑶𝑭 𝑳𝑶𝑽𝑬 𝑨𝑵𝑫 𝑾𝑹𝑨𝑻𝑯Onde histórias criam vida. Descubra agora