𝟐𝟎

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Os olhos de todos brilharam em descrença enquanto iam de Amren para mim

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Os olhos de todos brilharam em descrença enquanto iam de Amren para mim.

O silêncio que se instalou era denso, quase sufocante.

Os olhos prateados de Amren, normalmente impenetráveis, estavam agora arregalados, sua respiração parecia ter cessado por completo.

"Você..." A palavra saiu de seus lábios como um sussurro frágil, como se ela não conseguisse reunir forças para continuar.

O impacto foi geral. Até Rhys parecia chocado.

Eu não imaginava que Amren se surpreendesse com facilidade.

Levantei uma sobrancelha, observando-a atentamente.

Ela balançou a cabeça, desconfortável na cadeira, antes de recompor-se completamente.

Quando o fez, um sorriso astuto surgiu em seus lábios, mas as palavras que se seguiram, pronunciadas na antiga língua, vieram carregadas de uma advertência velada, como se cada sílaba escondesse algo mais.

"Você conhece a língua sagrada." O sorriso permaneceu inabalável, mas seus olhos prateados brilhavam com uma intensidade fria, quase perigosa. "Quem é você, de verdade?"

Retribuí o sorriso, mas o meu era mais contido, uma máscara para ocultar o que realmente se passava em mim.

"Sou aquilo que meus guardiões me moldaram para ser."

Inclinei-me para trás, pegando a taça de vinho da mesa, observando-a por entre os olhos semicerrados.

"Mas, por enquanto, pode me chamar de amiga."

Amren se levantou de repente, as mãos firmemente plantadas sobre a mesa, um rosnado baixo e quase animalesco escapando de sua garganta.

Seus olhos prateados, brilhando com uma intensidade quase sobrenatural, cintilavam com uma fúria contida, um aviso de algo muito mais sombrio.

"Isso é uma ameaça?" A voz fria dela perfurou o silêncio como lâminas de gelo, trazendo consigo uma tensão palpável.

Foi nesse momento que vi além de sua fachada, o vislumbre de uma criatura antiga, algo que se escondia sob sua pele.

Eu me levantei devagar, sem pressa, apoiando as mãos na mesa também.

Nossos olhares se cruzaram como dois predadores se estudando, o ar ao nosso redor denso, carregado de um desafio silencioso.

"Não," respondi, o sorriso se formando lentamente em meus lábios. "É apenas a realidade."

Ao meu redor, os rostos dos outros continuavam confusos, sem compreender uma palavra do que trocávamos.

A língua sagrada... Teria sido esquecida em Prythian?

Meus olhos se fixaram novamente em Amren, seus orbes esfumaçados permaneciam implacáveis, cravados em mim, como se tentassem, a todo custo, desvendar o que eu verdadeiramente era.

𝑨 𝑪𝑶𝑼𝑹𝑻 𝑶𝑭 𝑳𝑶𝑽𝑬 𝑨𝑵𝑫 𝑾𝑹𝑨𝑻𝑯Onde histórias criam vida. Descubra agora