𝟏𝟒

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Eu estava imobilizada, congelada pelos meus próprios medos

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Eu estava imobilizada, congelada pelos meus próprios medos.

Era como se meu corpo já não me pertencesse, uma coisa distante e estranha. Tudo o que restava de mim era a consciência, uma espectadora impotente, encarando as paredes frias e úmidas da cela.

A poeira fina se espalhava pelo chão, sujando minha pele, tornando a prisão ainda mais sufocante.

A escuridão ao meu redor parecia absorver o pouco de ar que restava, me deixando ofegante, sem chance de descanso.

Pontos negros invadiam minha visão, e minha mente, consumida pelo pânico, era incapaz de organizar qualquer pensamento claro.

Não havia fuga para mim.

A escuridão não estava apenas ao meu redor; ela habitava dentro de mim. Era o reflexo do meu próprio mal, o peso que eu carregava.

Cada cicatriz em minha alma, cada erro, agora me consumia por completo.

Eu pertencia a ela.

As sombras envolviam meus pulmões, sufocando qualquer resquício de sanidade, enquanto minha mente se despedaçava aos poucos.

Eu sempre fui uma criatura das sombras.

Um som.

Algo interrompeu o silêncio.

Seriam os guardas? Não conseguia dizer, pois a escuridão era tudo o que percebia. Ou talvez meus olhos estivessem fechados?

A porta rangia, e um suspiro abafado rompeu a tranquilidade.

Passos se aproximavam, rápidos e ansiosos.

Quem sabe fosse Feyre.

Em algum lugar distante da minha mente, ouvi alguém chamar meu nome. Mas, afundada na minha dor, não me importava. Apenas desejava que me deixassem ali.

Na escuridão.

Onde eu merecia apodrecer.

Senti mãos me tocando, e acho que comecei a gritar.

Uma voz tentava me acalmar, mas eu não conseguia ouvir. O som do meu grito abafava tudo.

Era tudo o que eu sabia fazer.

De repente, esqueci como respirar. O ar estava ao meu redor, mas não me pertencia mais.

Ele se esvaiu, assim como minha sanidade.

. . .

O sol iluminou meu rosto, mas não abri os olhos. Estava flutuando em um limbo entre a realidade e o esquecimento.

Um farfalhar suave chegou até mim, seguido por um rosnado baixo enquanto eu era passada de uma pessoa para outra.

O calor me envolveu novamente.

𝑨 𝑪𝑶𝑼𝑹𝑻 𝑶𝑭 𝑳𝑶𝑽𝑬 𝑨𝑵𝑫 𝑾𝑹𝑨𝑻𝑯Onde histórias criam vida. Descubra agora