𝟏𝟎 - 𝟎𝟑/𝟎𝟓

101 32 1
                                    

Em um segundo o escritório estava intacto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Em um segundo o escritório estava intacto. No seguinte, consistia em cacos de nada, um casco do que era antes.

Nada daquilo me tocará no lugar onde me abaixei no chão, com as mãos sobre a cabeça. Eu estava tremendo; tremendo tanto que achei que meus ossos se partiriam como a mobília...

Meus ouvidos estavam inundados por um tumulto de sinos estrondosos, tornando impossível ouvir qualquer coisa além dos meus próprios pensamentos aterradores.

Minha cabeça estava baixa, apoiada nos joelhos, enquanto eu envolvia minhas pernas ao redor do peito, como uma criança assustada, incapaz de encarar o que a cerca.

Eu não conseguia levantar o olhar para encarar os destroços ao meu redor.

Era como se eu tivesse voltado a uma versão mais vulnerável de mim mesma, perdida em um mundo que eu não desejava habitar.

O medo era uma presença constante, como uma pequena criatura condenada à miséria.

Sentia-me completamente impotente e fraca, como se meu ser estivesse irrevogavelmente destruído por dentro, com a mente fragmentada e consumida até restarem apenas cinzas que não poderiam ser recuperadas.

O vento impiedoso levou essas cinzas embora.

Antes, eu era intocável, uma força a ser respeitada.

Agora, me encontrava no chão, escondida, um fantasma sem propósito. Só percebi que estava chorando quando meu rosto estava já ensopado de lágrimas.

Covarde... Fraca.

Pequena... Quebrada.

Com medo... Sozinha.

Menor... Controlada.

Dominada... Assustada.

Essas palavras ecoavam na minha mente, desmembrando-me em suas partes mais íntimas.

Eram como um tornado de palavras, esmagando-me e mergulhando minha mente em um caos absoluto.

Então, de forma abrupta, como se um interruptor tivesse sido desligado, a sensação desapareceu.

Eu não sentia absolutamente nada.

. . .

Levantei a cabeça dos joelhos.

Meus olhos estavam vermelhos e inchados, ainda marcados pelas lágrimas que haviam cessado recentemente.

O ambiente ao meu redor parecia irreconhecível, coberto por estilhaços de madeira e vidro que se espalharam pelo chão, formando uma cena ao mesmo tempo estranhamente bela e caótica.

Foi então que notei uma parede à minha frente, onde os destroços se acumulavam.

Ao tocá-la, senti uma eletricidade dolorosa, mas ao mesmo tempo estranhamente satisfatória.

𝑨 𝑪𝑶𝑼𝑹𝑻 𝑶𝑭 𝑳𝑶𝑽𝑬 𝑨𝑵𝑫 𝑾𝑹𝑨𝑻𝑯Onde histórias criam vida. Descubra agora