XXII - Αφύπνιση

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Em tempos de guerra, tomamos decisões precipitadas e desesperadas, para termos o controle sobre o que poderá acontecer no futuro.


Em momentos como este, não temos tempo para refletir sobre nossas decisões, sobre como pode afetar as pessoas a nossa volta, nas consequências... Pensamos apenas em sobreviver.


Mas não no meu caso...


Depois de tudo que eu passei ao lado de Camila, depois de séculos vendo meu amor sofrer por consequências que eu tomei pensando apenas em mim, percebi que poderia, no fim, acabar sozinha e na pior das hipóteses, deixar Camila sozinha.


Após a pequena, porém quase fatal, emboscada no qual sofri durante a festa de boas-vindas à nova gerente, percebi que quero viver, quero continuar a lutar, quero aprender coisas novas, conhecer novos lugares, e principalmente, quero viver ao lado do amor da minha vida, minha alma gêmea, o tanto que for possível. Até nossos últimos suspiros.


Quando Camila me encontrou na praia, sozinha, observando o mar, a lua e as estrelas, sentindo a brisa fria do inicio do inverno, eu estava refletido, tentado ao menos lembrar o motivo no qual eu nunca quis me transformar para viver ao lado dela. Nada me veio em mente, até que, após o momento de amor que tivemos, quando Camila deitou em meu peito e me abraçou como se sua vida dependesse disso, um estalo veio em minha mente e eu saí de meu corpo por alguns momentos.


Vi que, no passado, vida após vida, ainda não era nosso momento. Ainda não podíamos por simplesmente não ser a hora certa, apesar de nos amarmos muito e esse amor prevalecer intenso até hoje. Vi também que, com os obstáculos que tínhamos, seria impossível, pois se eu morresse após ser transformada, talvez não voltaria, pois minha alma já não seria mais pura como a de um ser humano é.


E agora, com menos inimigos e e mais controle da situação, percebi que não havia motivos mais para esperar. Com amigos de confiança ao nosso lado, força e poderes, nada nos impediria e poderíamos por fim ter a paz no qual ansiamos tanto e por tantos séculos.


Me sobressaltei de leve quando Camila suspirou pesado em seu sono tranquilo, com seu corpo bem delineado pela camisola preta de seda e a luz da lua quase cheia passando pela janela a atingindo seu corpo como se a vampira estivesse absorvendo seu brilho.


Nunca tinha presenciado uma cena tão linda e tranquilizante, do corpo da minha mulher completamente relaxado e um leve sorriso em seus lábios entreabertos e rosados, quase inconsciente, suspirando baixinho. Percebi que ali, tendo o privilégio de ver essa cena, a decisão que havia tomado tinha sido a certa.


Quero passar todos os anos da minha vida ao lado dessa mulher, podendo, possivelmente, ver mais cenas iguais a essa.


Quero passar a eternidade ao lado dela.


Camila se remexeu mais uma vez, virando-se totalmente para mim e passando seu braço pela minha cintura, puxando-me contra seu corpo. Eu que estava deitada de lado, apoiada com o cotovelo no travesseiro e a cabeça na mão, não tive escolha a não ser deixar-me ser puxada por ela e ficar cara a cara com ela, com meu nariz tocando o dela.

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