Capítulo 3: O Despertar do Olho do espaço tempo

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O céu de Nana era uma maravilha eterna: nove sóis banhavam o mundo de luz intensa durante o dia, e à noite, duas luas gigantescas iluminavam o horizonte, projetando sombras suaves sobre o solo. Mas, naquela noite, Calyon sentia algo diferente. Seus olhos, normalmente atentos, agora enxergavam o mundo de uma forma única. Desde o encontro com seu pai e a revelação de seus poderes, ele sabia que as coisas jamais seriam as mesmas.

Enquanto os preparativos para a guerra contra os demônios abissais tomavam forma, Calyon sentia uma força crescente dentro de si — algo que, até então, ele só tinha experimentado de forma sutil. Mas agora, ele sabia: o poder sobre a gravidade era o primeiro dom a se manifestar, e sua conexão com o tempo e o espaço, embora presente, ainda era apenas uma sombra distante. Ele aprenderia a controlar, com o tempo, mas por enquanto, deveria confiar no que já dominava.

Naquela noite, ele se afastou do campo de batalha iminente. Caminhou para a beira de uma colina, de onde observava o céu estrelado. As duas luas brilhavam, imponentes, e ele sentia uma conexão primitiva com o universo ao seu redor. Ao focar sua mente, ele sentiu uma leve oscilação na gravidade ao seu redor. Era como se o mundo estivesse à espera de seu comando.

Ele ergueu a mão e, lentamente, fechou os olhos. Sentiu o peso ao seu redor diminuir, o chão sob seus pés ficou mais leve, como se ele pudesse flutuar a qualquer momento. Com uma leve concentração, ele aumentou a pressão da gravidade no chão à sua volta, vendo as pedras cederem sob a força invisível que ele invocava. A gravidade estava sob seu controle, mesmo que ainda de forma limitada.

Mas, então, uma pontada aguda atingiu sua cabeça, forçando-o a abrir os olhos. A visão que teve a seguir o deixou perplexo: por um breve momento, ele viu linhas invisíveis cortando o céu, como se fossem fios conectando estrelas e luas. Um lampejo de algo mais profundo, como se o tempo e o espaço estivessem interligados de maneiras que ele ainda não conseguia entender.

"O que foi isso?" murmurou, sentindo o poder do Olho do Espaço-Tempo tentando emergir.

Porém, ele sabia que não tinha controle total sobre esse poder ainda. Era apenas um lampejo, algo que precisaria ser desenvolvido com o tempo. Por agora, ele focaria na gravidade, uma força mais familiar, mas não menos poderosa.

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Ao retornar ao acampamento, Calyon encontrou seu pai, o rei, e os três Arquimagos do reino reunidos em uma tenda de comando. Eles eram os magos mais poderosos do reino, e sua presença indicava a gravidade da situação. O reino humano, mesmo sendo considerado fraco por outras raças, possuía esses poderosos magos de batalha, capazes de moldar a própria mana em ataques devastadores.

"Estamos prontos, Calyon," disse o rei com uma voz grave, enquanto o último dos Arquimagos terminava seus preparativos. "Os demônios já estão em movimento. Precisamos de sua força."

Calyon, sentindo a expectativa nos olhares ao redor, assentiu. Ele sabia que o futuro do reino dependia não apenas de suas capacidades, mas também do trabalho em equipe. Os três Arquimagos eram pilares de força, controlando a mana de formas que poucos no mundo poderiam igualar. Eles seriam essenciais na defesa do reino.

"Confio que posso lutar ao lado de vocês," disse ele, determinado. "Mas saibam que eu ainda estou me adaptando aos meus novos dons."

Os Arquimagos o observaram em silêncio, suas expressões solenes, mas com uma compreensão mútua. Eles sabiam que o poder de Calyon ainda estava em evolução, mas também sabiam que, mesmo com o controle parcial de seus dons, ele seria uma força inestimável na batalha.

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No campo de batalha, o exército humano estava alinhado. Os demônios abissais avançavam como uma maré negra, suas formas distorcidas emergindo das profundezas do Abismo Infinito. Criaturas de pura destruição, guiadas por uma fome insaciável de caos. As fileiras humanas tremiam, mas mantinham-se firmes, confiantes na liderança de seus generais, de seus magos, e de Calyon.

Enquanto a batalha começava, os três Arquimagos conjuraram barreiras de mana, protegendo os soldados de ataques iniciais dos demônios. Calyon, por sua vez, se moveu com agilidade entre as fileiras, usando seu poder sobre a gravidade para manipular o campo ao seu redor. Ele ergueu uma mão, concentrando-se em um grupo de demônios que se aproximava rapidamente. Com um simples gesto, ele aumentou a gravidade ao redor deles, fazendo com que seus corpos fossem esmagados contra o solo com um impacto devastador.

Os soldados humanos que testemunharam o feito ficaram em choque. Nunca haviam visto alguém usar a gravidade com tanta precisão. Calyon não apenas controlava o peso ao seu redor, ele o moldava, tornando-o uma arma em suas mãos.

Mas isso não foi tudo. Em um momento de distração, uma rajada de energia demoníaca o atingiu de raspão, fazendo-o cambalear. No entanto, antes que pudesse se recompor completamente, ele sentiu o Olho do Espaço-Tempo pulsar dentro de si novamente. Por um breve momento, o mundo ao seu redor desacelerou. Ele viu o ataque vindo, quase como se estivesse se movendo em câmera lenta. Instintivamente, ele desviou, embora não tivesse certeza de como havia feito isso.

Esse poder sobre o tempo ainda era primitivo, mas oferecia um vislumbre do que ele poderia alcançar no futuro. Mesmo sem controle total, ele já conseguia, de forma rudimentar, manipular o fluxo temporal ao seu redor.

“Eu preciso entender isso melhor,” pensou ele, recuperando-se rapidamente e voltando à luta.

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Com o apoio dos Arquimagos, o exército humano começou a ganhar vantagem sobre as hordas demoníacas. Calyon continuou a lutar, usando sua habilidade de gravidade para esmagar inimigos e proteger seus aliados. Ele sabia que ainda tinha muito a aprender, especialmente sobre o poder de controlar o tempo e o espaço. Mas, por enquanto, sua habilidade com a gravidade era suficiente para virar o curso da batalha.

Quando o sol começou a nascer, trazendo consigo os primeiros raios de luz de um dos nove sóis, as forças humanas finalmente prevaleceram. O chão estava coberto de corpos demoníacos, e o exército exausto se ergueu vitorioso. Calyon, agora ciente de seu potencial, sabia que esta era apenas a primeira de muitas batalhas que enfrentaria.

Seu destino estava apenas começando a se revelar, e o caminho à sua frente seria longo e cheio de mistérios.

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Fim do Capítulo 3

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