Ao continuar sua jornada pela Floresta Primitiva, Calyon se viu imerso em segredos mais profundos do que imaginava. Os Elfos, com sua sabedoria milenar e a tranquilidade imperturbável de Elorandir, o Rei dos Elfos, começaram a revelar lentamente um fragmento do enigma que cercava os Ancestrais Humanos. O que ele descobrira não era apenas surpreendente, mas também perigoso.
Em uma reunião silenciosa no Palácio dos Elfos, uma majestosa construção erguida nas árvores e rodeada por uma aura mágica antiga, Elorandir falou:
"Os Ancestrais Humanos não foram um só, mas muitos, Calyon. E entre eles, o mais poderoso era o Ancestral Humano do Espaço-Tempo. Sua linhagem, Calyon, carrega resquícios desse poder, mas a verdade completa sobre eles não pode ser dita."
As palavras do Rei Elfo ecoaram na mente de Calyon. A ideia de múltiplos ancestrais, cada um com capacidades incomensuráveis, era assustadora. No entanto, mesmo com essas informações, havia mais perguntas do que respostas. Tudo sobre os Ancestrais permanecia envolto em mistério. Por que desapareceram? Onde estão agora? E por que o Ancestral do Espaço-Tempo era considerado o mais poderoso de todos?
Elorandir fechou os olhos por um momento e, em um tom sombrio, acrescentou: "A verdade está selada. E quem tentar desvendá-la antes do tempo certo será consumido pelo próprio mistério."
A viagem de Calyon pelos territórios élficos o levou a um lugar ainda mais sagrado – a Árvore do Mundo. Nas profundezas da floresta, no coração da cidade élfica, ergue-se Yggdrasil, uma árvore colossal cujas raízes tocam os confins da terra e cujos galhos parecem segurar o próprio céu. A árvore é considerada a fonte de vida, conectando todas as coisas vivas e o próprio fluxo do tempo.
Os elfos veneram Yggdrasil como um símbolo de eternidade e sabedoria. Dizem que o primeiro elfo surgiu das folhas da árvore, e que ela guarda segredos antigos sobre o começo e o fim de todas as eras. Ao caminhar entre as suas raízes gigantescas, Calyon sentiu uma forte conexão com a magia que permeava o lugar. Era como se as respostas para suas perguntas estivessem ali, mas escondidas sob camadas incontáveis de tempo e segredos.
Elorandir, com sua voz profunda, explicou: "Yggdrasil guarda os mistérios dos Ancestrais. Ela se conecta com o próprio tecido do espaço-tempo. A árvore testemunhou o surgimento e a queda de reinos, e suas raízes alcançam lugares onde nem mesmo os deuses podem ir."
O Palácio dos Elfos, onde Elorandir residia, era um lugar de uma beleza quase etérea. Construído entre as árvores e iluminado por cristais que pareciam capturar a luz das estrelas, o palácio parecia um reflexo da sabedoria e serenidade da raça élfica. Cada parede, cada arco, cada sala contava uma história antiga, desde os tempos quando as Bestas Selvagens dominavam o continente até a chegada dos primeiros imortais.
No trono central, Elorandir, com sua presença imponente e tranquila, governava com a sabedoria acumulada ao longo de milênios. Ele era um elfo que, segundo as lendas, havia caminhado entre os Ancestrais e testemunhado o surgimento do poder que moldava o mundo atual.
Ao final de sua conversa com Elorandir, Calyon saiu do palácio com uma sensação de assombro e propósito. Ele sabia que sua jornada estava apenas começando. Os segredos dos Ancestrais Humanos, a lenda de Yggdrasil e os mistérios do espaço-tempo formavam um quebra-cabeça que ele precisaria decifrar com cautela.
Agora, com uma nova determinação, ele se preparava para encarar o destino que o aguardava. Mas uma coisa era certa: o passado, com todos os seus enigmas, estava começando a se entrelaçar com o futuro.
Fim do Capítulo 9.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Crônica da divisão Eterna
FantasyNo vasto e misterioso mundo de Nana, oito continentes são governados por raças poderosas, enquanto o continente humano luta para sobreviver como o mais fraco. Calyon, o jovem príncipe herdeiro, carrega uma linhagem ancestral enigmática com o poder s...