Calyon e Lira avançaram pelo corredor escuro da caverna, suas vozes ecoando nas paredes de pedra. Cada passo que davam parecia despertar o ambiente ao seu redor. O ar estava pesado com a expectativa e a energia da aventura.
— Você está sentindo isso? — Lira perguntou, parando para escutar. — Parece que a caverna está viva!
— Ou talvez tenhamos apenas comido muito antes de entrar — Calyon brincou, fazendo uma careta. — Aquele ensopado de raízes não era exatamente o melhor da cozinha élfica.
— Pare de se preocupar com a comida e preste atenção! — Lira respondeu, rindo, mas logo seu rosto ficou sério. — Precisamos estar prontos para qualquer coisa.
Ao se aproximarem de uma grande câmara, as paredes estavam cobertas por musgo brilhante, iluminando o espaço com uma luz suave. No centro da câmara, uma enorme fera, semelhante a um leão, mas com escamas reluzentes e olhos como chamas, esperava por eles, rosnando baixinho.
— Ah, não! O que é isso? — Calyon murmurou, seus olhos arregalados.
— Isso deve ser uma das criaturas do Guardião! — Lira disse, preparando-se para o combate. — Está pronta?
— Sempre! — Calyon respondeu, segurando sua espada mágica, que agora pulsava com energia.
A fera avançou, suas garras rasgando o chão de pedra. Lira lançou um feixe de luz mágica, que atingiu o monstro, fazendo-o hesitar.
— Boa! — Calyon gritou, aproveitando a oportunidade para atacar. Ele desferiu um golpe certeiro na perna da criatura, mas ela apenas rosnou, irritada.
— Isso não vai funcionar! — Lira exclamou. — Precisamos de uma estratégia!
— Que tal distraí-la enquanto eu ataco? — Calyon sugeriu, tentando conter a adrenalina.
— Brilhante! Mas... você sabe que você é o melhor em ser distraído, certo? — Lira comentou, piscando.
— Espera! Você não pode me chamar de distraído! — Calyon respondeu, ofendido, mas não pôde deixar de rir.
A fera, percebendo a conversa, rugiu furiosamente, e os dois perceberam que precisavam agir. Lira conjurou uma ilusão de uma sombra, criando uma cópia dela do outro lado da câmara. A fera correu na direção da ilusão, enquanto Calyon aproveitou a oportunidade para atacar pelas costas.
A criatura se virou rapidamente, e eles foram surpreendidos por uma nova onda de fúria. Calyon, agora em um impulso, usou sua habilidade de gravidade para levitar a fera levemente do chão.
— Isso deve ajudá-la a ficar quieta! — Calyon exclamou.
— Agora, eu vou tentar algo! — Lira disse, concentrando-se. Ela levantou a mão, invocando a energia da lua, enquanto a luz da caverna dançava em torno deles. Uma esfera de energia prateada começou a girar em suas mãos, enquanto ela preparava um ataque.
— Isso é incrível! — Calyon comentou, observando admirado. — Como você fez isso?
— Não sei, só estou seguindo meu instinto! — Lira respondeu, sorrindo enquanto lançava a esfera em direção à besta.
A esfera atingiu a criatura com um brilho radiante, fazendo-a parar de se debater. A fera uivou de dor e ficou paralisada por um momento.
— Agora é a nossa chance! — Calyon gritou, correndo em direção à criatura. Ele desferiu um golpe decisivo, fazendo-a tombar no chão, incapaz de se mover.
Assim que a fera caiu, um brilho dourado começou a emanar dela, e um portal apareceu em frente aos dois.
— O que é isso? — Lira perguntou, surpresa.
— Parece que acabamos de abrir um portal! — Calyon respondeu, ofegante, enquanto olhava para o brilho.
— E para onde ele leva? — Lira se aproximou cautelosamente.
Antes que pudessem investigar, uma risada ressoou pela caverna, e uma figura encapuzada surgiu do portal. A criatura tinha olhos que brilhavam com sabedoria antiga.
— Vocês mostraram coragem e astúcia, jovens aventureiros. Mas o que vocês buscam nesta caverna perdida? — a figura perguntou, sua voz ecoando com um tom profundo.
— Estamos em busca de conhecimento e aventura! — Calyon respondeu, enquanto Lira apenas observava com um olhar intrigado.
— Conhecimento pode ser perigoso, mas também poderoso. Vocês precisam escolher sabiamente — a figura respondeu, dando um passo à frente, sua presença imponente iluminando a caverna com um brilho suave.
— E se escolhermos a aventura? — Lira provocou, piscando para Calyon.
— Então, preparem-se para mais desafios, pois o que vem a seguir pode mudar o curso de suas vidas! — a figura respondeu, sorrindo enigmaticamente.
Fim do Capítulo 21.
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Crônica da divisão Eterna
FantasyNo vasto e misterioso mundo de Nana, oito continentes são governados por raças poderosas, enquanto o continente humano luta para sobreviver como o mais fraco. Calyon, o jovem príncipe herdeiro, carrega uma linhagem ancestral enigmática com o poder s...