Após o encontro mágico com Guaraci e a caipora, Calyon e Lira continuaram sua jornada pela floresta, agora carregando as flores raras como símbolo de sua nova conexão com a natureza. O sol começava a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, criando uma atmosfera de mistério ao seu redor.
— O que você acha que mais existe por aqui? — Lira perguntou, olhando para as sombras que se alongavam à medida que o sol se escondia.
— Talvez um tesouro escondido? Ou um portal para outro mundo? — Calyon respondeu com um sorriso brincalhão, tentando animar o clima.
— Ou um bando de bestas ferozes prontas para nos devorar! — Lira respondeu com um olhar sério, mas não pôde conter um sorriso travesso.
Ambos riram, mas, quando se viraram para continuar, notaram uma caverna oculta entre as árvores densas. O buraco na rocha parecia convidativo, com uma bruma suave emanando de seu interior.
— Olha! Uma caverna! — Calyon exclamou, apontando para a entrada. — Devemos explorar?
— É claro! — Lira disse, já se aproximando. — O que pode dar errado?
— Apenas alguns monstros devoradores de homens… e um péssimo senso de direção — Calyon brincou, fazendo um gesto dramático com as mãos.
Entrando na caverna, eles foram recebidos por uma escuridão fria e úmida, onde o eco de suas vozes ressoava. Lira acendeu um feixe de luz mágica em sua palma, iluminando as paredes cobertas de cristais brilhantes que reluziam como estrelas.
— Uau! Olhe isso! — Lira exclamou, maravilhada com a beleza dos cristais. — Eles são incríveis!
— Se ao menos fossem gemas, poderíamos ficar ricos! — Calyon comentou, com uma expressão exagerada de tristeza.
— Ah, mas a verdadeira riqueza está na aventura! — Lira respondeu com um tom filosófico, antes de rirem novamente.
Enquanto exploravam, uma corrente de ar gelado soprou pelo túnel, e os cristais começaram a vibrar suavemente. De repente, um estrondo ecoou pela caverna, e as paredes começaram a brilhar em um tom dourado.
— O que foi isso? — Calyon perguntou, olhando ao redor, preocupado.
— Não tenho certeza, mas parece que algo está despertando! — Lira respondeu, um misto de excitação e apreensão em sua voz.
Eles avançaram mais fundo, até que chegaram a uma sala enorme, cheia de símbolos antigos esculpidos nas paredes. No centro da sala havia uma estátua colossal de um ser com feições de humano e animal, envolto em mistério.
— Esta deve ser uma obra de arte ancestral! — Calyon disse, aproximando-se da estátua. — Olhe para esses detalhes!
— É lindo, mas também… assustador. — Lira sussurrou, estudando a expressão da estátua. — O que você acha que representa?
Antes que Calyon pudesse responder, uma voz profunda ressoou pela sala, fazendo os dois se encolherem de susto.
— Quem ousa perturbar meu descanso?
Os olhos da estátua brilharam com uma luz dourada, e a forma começou a se mover, revelando um espírito ancestral que pairava acima da estátua. Ele tinha a aparência de um guardião poderoso, seus traços misturando-se com elementos da floresta.
— Eu sou o Guardião da Caverna Perdida. Vocês invadiram meu domínio sem respeito! Por que devo poupá-los?
— Nós não queríamos incomodar! — Lira se apressou a dizer, levantando as mãos em um gesto pacífico. — Viemos em busca de aventura e conhecimento!
— Aventura? Conhecimento? O que vocês realmente buscam? — O espírito perguntou, sua voz ressoando como um trovão distante.
Calyon, tomando coragem, falou. — Estamos aqui para descobrir mais sobre a floresta e os mistérios que ela abriga. Queremos proteger este lugar!
O Guardião observou os jovens por um momento, então suas feições suavizaram. — Proteger? Muitas vezes os humanos são gananciosos. Por que eu deveria acreditar em vocês?
— Porque nós temos respeito pela natureza! — Lira interveio, tirando uma das flores raras que coletaram. — Essa flor é um símbolo do nosso compromisso com a floresta. Usamos nosso conhecimento para respeitar e aprender.
O espírito analisou a flor e, após um longo silêncio, finalmente disse: — Muito bem. Se vocês desejam conhecer os mistérios desta caverna, devem passar em um teste.
— Que teste? — Calyon perguntou, nervoso.
— Enfrentem as criaturas que habitam esta caverna. Somente assim poderão provar seu valor e a sinceridade de suas intenções.
Uma onda de adrenalina percorreu os corpos de Calyon e Lira. Eles trocavam olhares de determinação, e em um gesto que demonstrava confiança mútua, concordaram.
— Estamos prontos! — Lira afirmou.
O Guardião levantou a mão, e uma passagem se abriu nas paredes da caverna, revelando um corredor escuro. — Siga por esse caminho. As criaturas o testarão. Se forem dignos, voltarão.
— A aventura está apenas começando! — Calyon disse, com um brilho nos olhos.
Ao entrarem no corredor, uma sensação de emoção e nervosismo os envolveu. Eles sabiam que precisavam estar prontos para enfrentar o que quer que estivesse à frente, e juntos, estavam determinados a descobrir os segredos da caverna e das criaturas que a habitavam.
A cada passo, a escuridão ao seu redor tornava-se mais intensa, e os ecos de rugidos e sussurros começaram a preencher o ar, sinalizando que a verdadeira aventura estava prestes a começar.
Fim do Capítulo 20.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Crônica da divisão Eterna
FantasyNo vasto e misterioso mundo de Nana, oito continentes são governados por raças poderosas, enquanto o continente humano luta para sobreviver como o mais fraco. Calyon, o jovem príncipe herdeiro, carrega uma linhagem ancestral enigmática com o poder s...