Calyon e Lira atravessaram a floresta, os sons da natureza criando uma sinfonia vibrante ao redor deles. A atmosfera estava carregada de magia, como se as árvores sussurrassem segredos de eras passadas. Lira caminhava um pouco à frente, seus olhos brilhando com determinação e curiosidade.
— O que você acha que vamos encontrar? — Calyon perguntou, tentando manter o ritmo, enquanto desviava de raízes expostas.
— Se for uma serpente gigante ou um lobo demoníaco, eu estou totalmente pronta! — Lira respondeu, girando uma pequena faca em sua mão, a confiança transparecendo em seu olhar. — Mas se aparecer uma flor falante... bem, aí eu posso ficar um pouco preocupada.
Calyon soltou uma risada. — Não se preocupe, eu cuidarei das flores falantes. Não sou um guerreiro à toa!
O duo se aproximou de uma clareira onde um altar de pedra se erguia, coberto por musgo e flores luminescentes. Em cima do altar, havia um símbolo em forma de sol que parecia pulsar com uma energia própria.
— Olhe isso! — Lira exclamou, correndo até o altar. — É lindo!
Calyon se aproximou com cautela, notando que a energia emanando do altar era intensa. — Você acha que isso é parte do que estamos procurando?
— Deve ser! — Lira respondeu, seus olhos brilhando. — Esse símbolo... parece que está chamando por mim.
Ela estendeu a mão e tocou o símbolo. No instante em que seus dedos tocaram a superfície fria da pedra, uma onda de luz dourada explodiu ao seu redor, envolvendo-a em um brilho radiante.
— Lira! — Calyon gritou, dando um passo à frente. A luz era tão intensa que ele teve que proteger os olhos.
Quando a luz começou a se dissipar, Lira estava em pé, seus olhos agora brilhando como se houvesse sol dentro deles. Uma aura dourada a cercava, e ela parecia mais poderosa, mais viva.
— Uau! O que aconteceu? — Calyon perguntou, atônito.
— Eu... eu não sei! Eu sinto como se algo dentro de mim despertasse! — Lira respondeu, sua voz cheia de excitação e um toque de medo.
Ela se virou e olhou para o altar novamente. O símbolo ainda pulsava, e Calyon percebeu que a conexão dela com a energia do sol havia se fortalecido.
— Acho que você despertou alguma parte da mística linhagem do sol! — Calyon exclamou, surpreso. — Isso é incrível!
— Isso é incrível! Mas... o que isso significa? — Lira perguntou, suas feições se contraindo levemente. — E se eu começar a brilhar no meio da batalha?
Calyon não pôde evitar soltar uma risada. — Eu já te chamei de “luz solar”, mas agora você pode ser literalmente a “lanterna elfa”!
Lira deu-lhe um olhar sério, mas a luz em seus olhos se manteve. — Não me faça brilhar mais do que o necessário! Pode ser uma arma de dois gumes.
— Bem, você tem que aprender a controlar isso. Que tal começarmos agora? — Calyon sugeriu, já pensando em como poderia ajudá-la.
A clareira parecia mais viva, como se a floresta estivesse assistindo. Lira fechou os olhos e respirou fundo, tentando se concentrar. Ao fazer isso, ela sentiu a energia dentro de si fluir e se estabilizar, uma dança de luz e calor.
— Vamos testar isso. Tente direcionar essa energia. O que você pode fazer? — Calyon encorajou, pronto para ajudá-la.
Lira se concentrou e, de repente, pequenas faíscas douradas começaram a flutuar de suas mãos, formando uma pequena esfera de luz que dançava no ar.
— Olha! — ela gritou, a felicidade transbordando em sua voz. — Eu consigo fazer isso!
— Isso é impressionante! Tente aumentar a intensidade! — Calyon incentivou, vendo a confiança dela crescer.
Mas, enquanto Lira tentava aumentar a esfera, um estrondo ecoou pela floresta. As árvores balançaram e a luz da esfera se apagou momentaneamente.
— O que foi isso? — Lira perguntou, alarmada.
— Não tenho certeza... — Calyon disse, olhando ao redor. — Mas parece que algo está se aproximando.
De repente, uma criatura colossal surgiu entre as árvores: um urso com pelagem negra e olhos vermelhos, imponente e ameaçador. Suas garras cortavam a terra, e ele rugiu com um som que fazia ecoar o medo na floresta.
— Bem, pelo menos não é uma flor falante! — Lira gritou, recuando um passo.
— Você está pronta? — Calyon perguntou, sua expressão séria.
— Pronta ou não, vamos fazer isso! — Lira respondeu, sua determinação se manifestando.
O urso avançou, e a adrenalina disparou no corpo de Lira. Ela fechou os olhos novamente, buscando a energia que havia despertado dentro dela. Quando abriu os olhos, uma aura dourada começou a brilhar em torno dela, mais intensa do que antes.
— Vamos! — Calyon gritou, partindo para a frente enquanto Lira se preparava para atacar.
A luz ao redor de Lira aumentou, e em um momento de instinto, ela lançou uma onda de luz dourada em direção ao urso. A luz colidiu com a criatura, e o urso hesitou, atordoado.
— Isso é incrível! — Calyon gritou, aproveitando a oportunidade para atacar. Ele se lançou para o urso, com sua espada em mãos, enquanto Lira usava a luz para desorientar a besta.
Juntos, eles lutaram com sincronia, a luz de Lira iluminando o caminho e dando a Calyon a força necessária para enfrentar o urso colossal. Com um último golpe, Calyon cortou a lateral do urso, que caiu no chão com um rugido, antes de desmaiar.
— Conseguimos! — Lira gritou, sua voz cheia de alegria.
— Sim, mas isso foi só o começo. A energia que você despertou pode atrair mais criaturas para cá — Calyon disse, enquanto observavam o urso inerte.
— Então precisamos nos preparar. Eu não vou deixar que o meu poder cause problemas — Lira respondeu, determinada.
Calyon sorriu, admirando a bravura dela. — E eu estarei ao seu lado, seja para brilhar ou lutar.
Eles se afastaram da clareira, a sensação de triunfo misturada com um leve temor pelo que ainda estava por vir. O mistério da linha do sol e o poder que Lira despertou eram apenas o começo de uma aventura que desafiaria suas habilidades e aprofundaria seu laço, enquanto eles exploravam mais sobre si mesmos e os segredos da floresta.
Fim do 17 capitulo.
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Crônica da divisão Eterna
FantasyNo vasto e misterioso mundo de Nana, oito continentes são governados por raças poderosas, enquanto o continente humano luta para sobreviver como o mais fraco. Calyon, o jovem príncipe herdeiro, carrega uma linhagem ancestral enigmática com o poder s...