A saída das ruínas foi rápida, mas o peso do que haviam descoberto permaneceu nos pensamentos de Calyon e Lira. O rugido da serpente e do lobo ecoava em suas mentes, lembrando-os de que aqueles seres lendários talvez estivessem mais perto de despertar do que qualquer um poderia imaginar. Contudo, eles sabiam que ainda não estavam prontos para enfrentar tais criaturas míticas — ainda não.
Com o sol ainda nascendo lentamente no horizonte, Calyon e Lira seguiram adiante pela floresta selvagem, que parecia ganhar vida com cada passo. A floresta primitiva estava repleta de magia ancestral, e as feras que habitavam a região possuíam uma inteligência e força que desafiavam qualquer noção comum. Cada criatura parecia um guardião de segredos antigos, e cada luta um teste de resistência e habilidade.
— Parece que quanto mais fundo adentramos, mais poderosas as criaturas se tornam — comentou Lira, enquanto observava os arredores com cautela.
— Elas estão nos testando, como se estivéssemos invadindo seu território sagrado — respondeu Calyon, seu olhar atento aos movimentos ao redor. — Precisamos estar prontos para o que vier.
A tensão na floresta era palpável. Cada som, cada movimento das folhas, indicava que estavam sendo observados. Bestas de todos os tamanhos, camufladas no ambiente, espreitavam das sombras. Então, como um trovão rasgando o céu, uma enorme criatura emergiu das árvores, interrompendo o silêncio.
Era uma fera selvagem, maior do que qualquer outra que haviam encontrado até aquele momento. Suas garras reluziam à luz difusa da manhã, e seus olhos brilhavam com uma inteligência fria e calculista. Seu corpo parecia uma fusão de vários animais predadores, um reflexo da magia selvagem que dominava a floresta.
— Esta é diferente de todas as outras — Lira murmurou, empunhando sua lâmina com uma expressão tensa.
— É como se fosse uma líder — Calyon disse, sentindo a aura pesada e ameaçadora que emanava da criatura.
A batalha começou. A criatura atacou com uma força brutal, seus golpes ressoando como trovões pela floresta. Calyon usou sua magia da gravidade, tentando desequilibrá-la, mas a fera era incrivelmente resistente. Lira, com sua agilidade impressionante, cortava com precisão, mas a criatura parecia prever seus movimentos, adaptando-se a cada golpe.
Calyon, sentindo a intensidade da luta, decidiu arriscar. Ele concentrou sua mana em torno da criatura, criando um campo gravitacional mais forte. A criatura foi forçada a ceder, suas pernas cedendo sob a pressão. Nesse momento, Lira viu sua oportunidade e atacou com força total, cravando sua lâmina no ponto vital da besta.
Com um último rugido, a criatura caiu, derrotada.
— Essas feras não estão apenas defendendo seu território, elas estão guardando algo — disse Calyon, recuperando o fôlego.
— A floresta em si parece ter uma vontade própria — Lira respondeu, ofegante, mas ainda em alerta.
A dupla continuou sua exploração, sabendo que o desafio apenas havia começado. A floresta se tornava mais densa, os ventos sussurravam histórias antigas, e a presença das feras selvagens tornava-se mais dominante.
Conforme avançavam, descobriram rastros de criaturas ainda maiores e mais perigosas, levando-os a crer que estavam se aproximando de algo ainda mais profundo e misterioso. Em cada passo, sentiam que estavam desvendando um pouco mais do vasto quebra-cabeça que envolvia o mundo.
Entre lendas e mistérios, o nome de Jörmungandr e Fenrir continuava a ecoar nas profundezas de suas mentes, mas o destino os empurrava para frente, cada vez mais perto do coração da floresta.
E ali, na escuridão das árvores ancestrais, aguardavam desafios ainda mais formidáveis e segredos ainda mais profundos.
Fim do 14 capitulo
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Crônica da divisão Eterna
FantasyNo vasto e misterioso mundo de Nana, oito continentes são governados por raças poderosas, enquanto o continente humano luta para sobreviver como o mais fraco. Calyon, o jovem príncipe herdeiro, carrega uma linhagem ancestral enigmática com o poder s...