O ar na cafeteria estava tenso e carregado de um cheiro metálico que permeava o ambiente. As mesas e cadeiras estavam viradas, e os restos de uma luta falavam do caos que ocorrera momentos antes. O som do colapso de um mundo em desordem ainda ecoava nas paredes. Era nesse cenário de destruição que Satoru Gojo apareceu, seus olhos como dois faróis de luz em meio à escuridão que havia se instalado ali.
Assim que adentrou, a cena que se desenrolava diante dele era uma mistura de horror e desespero. Shoko, a vital médica, estava encostada em uma das paredes, ferida e ofegante. Seu corpo exibia sinais de uma batalha extenuante, mas seu olhar ainda era firme, determinado; estava focado em algo que Gojo ainda não conseguia ver.
E então, os olhos de Gojo se fixaram em Sunna. Ela estava caída no chão, seu corpo encolhido, manchado de sangue, e sua respiração era frágil, quase inaudível. O coração de Gojo disparou, como se cada batida quisesse rasgar seu peito. A imagem dela, vulnerável e desprotegida, fez com que a raiva se agolpasse dentro dele como um mar revolto. Ele não podia perder mais ninguém para essas criaturas amaldiçoadas.
Sem hesitar, ele se aproximou. O Yukata branco que vestia, símbolo de sua posição e poder, arrastou-se pelo chão sujo, mas ele não se importava. Sua mente estava turvada pela urgência e pelo sentimento crescente de impotência. Ao chegar ao lado de Sunna, verificou rapidamente seu estado. Ela estava pálida, com o rosto suado e ensanguentado, mas, para sua alívio, ainda respirava, embora de forma irregular.
Ele a segurou em seus braços, uma sensação de proteção e possessividade tomando conta dele. Sunna pesava como uma pena em seu abraço forte, e ele a puxou para mais perto, como se a proximidade pudesse suavizar o sofrimento dela. Com os dedos delicadamente, ele afastou alguns fios de cabelo que caíam sobre seu rosto, enquanto suas sobrancelhas se franziram em uma mistura de raiva e determinação.
Enquanto Gojo se concentrava nela, sentiu uma presença ameaçadora se aproximando. A criatura, uma forma distorcida de um espírito amaldiçoado, observava da penumbra da cafeteria. Seu corpo grotesco se contorcia, uma massa de sombras e fúria que pulsava com uma aura tintada de maldade. Ele se virou, um brilho de furor em seus olhos cristalinos.
— Você...! — a voz de Gojo saiu como um rosnado. A raiva que havia consumido seu interior atingiu um ponto de ebulição. Era uma fúria que apenas quem perdera alguém poderia entender. O espírito amaldiçoado começou a se mover, mas era uma fraqueza em comparação com o poder que Gojo estava prestes a liberar.
Ele ergueu as mãos e, em um gesto brutal, invocou sua Expandido de Domínio: "Muryo Kushō!" O ar ao seu redor distorceu, e uma onda de energia pura irrompeu com uma força devastadora. Era uma conexão direta entre ele e a própria essência da maldição; o espírito amaldiçoado não teve tempo de escapar.
O domínio se expandiu como um mar revolto, as correntes invisíveis prendendo o espírito no lugar, esmagando-o sob a força de Gojo. O grito do espírito amaldiçoado ecoou pela cafeteria, um som de agonia pura que se misturava ao silêncio antes ensurdecedor. A luz e a escuridão se entrelaçavam em um espetáculo aterrador, e quando a energia atingiu seu clímax, a criatura se desintegrou em fragmentos de sombra, arrastada para a eternidade sem misericórdia.
Gojo ficou parado, os olhos ainda fixos na mancha de sangue que ainda manchava as mãos de Sunna enquanto a manteve em seus braços. A cafeteria estava em silêncio e, em meio ao caos que acabara de resultar da batalha, ele sentiu que tinha feito o que precisava, mas o preço havia sido alto.
O vento soprou suavemente pelas janelas quebradas, como se sussurrasse promessas de alívio. Mas, para Gojo, a luta estava longe de terminar. Ele precisava salvá-la. E, por ela, faria qualquer coisa.
Gojo permaneceu estático no meio de todo aquele caos e destruição. Seu olhar estava fixo em Sunna, que jazia nos seus braços com a respiração fraca e irregular. A imagem dela, vulnerável e ensangüentada, atiçou a ira em seu interior, fazendo seu coração disparar e seus punhos se fecharem.
— Shoko... — ele chamou, sua voz grave e tensa, enquanto sustentava o olhar da médica. — Como ela está?
Shoko se mexeu, tentando se levantar, apoiando-se em uma das paredes que ainda estava de pé. Ela também estava ferida, com alguns cortes e arranhões em seu rosto e braços, mas nada que fosse mortal. Com cuidado, ela se aproximou de Gojo e de Sunna, a expressão preocupada enquanto avaliava o estado da jovem.
— Está muito fraca, perdeu muito sangue — falou de forma concisa, o olhar fixo na jovem que o homem carregava em seus braços. — Precisamos cuidar das suas feridas, rapidamente.
Gojo observou Shoko atentamente enquanto ela examinava Sunna. Ele podia ver a seriedade em seus olhos e a urgência no tom de sua voz. Mas, junto à ciência de suas palavras, ele sentia sua própria urgência. Era como um fogo queimando dentro dele, que exigia uma ação imediata.
— Não há necessidade de sermos gentis — Gojo disse, seu olhar fixo em Sunna. — Apenas faça tudo o que for preciso. Não importa o que aconteça, eu quero que ela sobreviva.
Gojo podia sentir a conexão com Sunna, o fio quase imperceptível que o ligava a ela, frágil e tênue. Era como se o destino os unisse, através daquela ligação invisível.
No entanto, nesse momento, Gojo percebeu que o fio estava frágil, como se estivesse prestes a se romper a qualquer instante. Aquela sensação de vulnerabilidade causava um desconforto dentro dele, aumentando sua frustração.
Ele precisava segurá-la, manter aquele laço forte.
Com um suspiro, Gojo se aproximou um pouco mais de Sunna, enquanto ela permanecia inconsciente em seus braços. Ele abaixou o olhar e a olhou fixamente, reparando em todos os detalhes dela. A pele clara, agora manchada de sangue e suor; as sobrancelhas levemente franzidas, como se estivesse tentando encontrar alguém mesmo estando inconsciente; o leve subir e descer do peito dela, indicando a respiração frágil.
A imagem dela daquela forma só aumentava a determinação e a possessão dentro dele.
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Resilienza - Satoru Gojo
Fanfiction"Eu te protegerei de qualquer ameaça, porque perder você não é uma opção."