Tell Me Something

A. Hero - Starstruck 💌

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— Okay, a gente pode começar ? — Kelvin disparou extremamente animado assim que terminaram de comer.

Ele estava de pernas cruzadas sobre um piano de cauda que compunha aquela sala de música , e sabia que provavelmente teria problemas se alguém responsável pela universidade o visse ali, mas não podia se importar menos.

— Você está agitado hoje.

— Ah... Me desculpa... — começou a dizer, mordendo os lábios por conta do nervosismo, que nada mais era do que a real explicação da sua agitação.

— Ei , não é para se desculpar. — Ramiro levantou do banco alto no qual havia se sentado anteriormente para pegar o violão, mas antes parou diante do rapaz, estendendo a mão para acariciar levemente seu rosto. — Não quis dizer isso de um jeito ruim, me expressei muito mal, então sou eu que tenho que pedir desculpas. É bem divertido na verdade, ver o quanto parece animado.

— Eu estou, vai ser algo muito legal e quero dar o meu melhor. — Kelvin explicou, deitando a cabeça um pouco para o lado, acomodando-se na palma da mão do outro rapaz. — Então, vamos lá?  —  seu sorriso se alargou.

— Vamos. — Ramiro riu, esfregando mais uma vez o polegar contra a bochecha de Santana antes de seguir o caminho que estava fazendo para tirar o violão, previamente afinado, da capa.

— Senta aqui perto. — Kelvin pediu.

— Não vai pegar o seu?

— Ah, sim... Verdade. — ele se esticou, puxando o próprio instrumento para o colo desajeitadamente, sem sair do lugar, enquanto Ramiro se posicionou em uma das pontas do banco que acompanhava o piano.

— Está prestando atenção?

— Estou, pode ir.

— Eu mostro uma parte e você tenta em seguida. Vai ser a versão mais simplificada, porque é mais fácil de aprender com o tempo que temos. — o rapaz explicou.

— Tudo bem.

— Então para a introdução você vai precisar de um Dó menor, Ré... — demonstrou. — Lá, Sol, Lá.

— Dó menor, e aí Ré, Lá, Sol e Lá maiores? — Ramiro concordou. — Consegue me mostrar de novo a posição dos acordes, por favor? No ritmo. — pediu, assistindo-o com cuidado.

— Agora é sua vez.

Kelvin conteve uma careta antes de reproduzir o que lhe foi passado, ele realmente não era muito bom naquilo, mas deu o seu melhor na sequência.

— Nossa, foi horrível.

— Não foi horrível. — do banco baixo, Ramiro o encarou com um sorriso que não era nada além de sincero. — E você vai pegar sem problemas, porque isso é tudo o que vamos usar. As notas se repetem ao longo da música, muitas vezes sendo somente uma por verso. Então: Dó menor...

Kelvin replicou o acorde depois de Ramiro, que cantou o primeiro verso, surpreendendo-o.

— Ré. — continuou. — I can't take your hand. Lá. And fly you anywhere you... Sol. Wanna go. Tudo outra vez no trecho seguinte.

— Dó menor. — Kelvin sussurrou, posicionando os dedos sobre as cordas e repetindo as nomenclaturas seguintes em sua cabeça enquanto, ao invés de repassar o pedaço da música tocado por Ramiro, deu sequência ao que foi pelo outro cantado. — I can't read your mind, like a billboard sign... And tell you everything you wanna hear, but... Volto para o Dó menor mesmo?