[+18] Harry Styles é o bad boy que todos amam odiar. Suas músicas dominam as paradas, seus shows são lotados mas a sua vida é um caos público - por trás dos holofotes, ele é um homem à beira do colapso, afundado em álcool, brigas e noites sem fim. S...
Já tinham se passado cinco dias desde aquela maldita reunião na produtora e eu ainda estava tentando me recuperar da minha última ressaca.
Desde então, fiquei em casa, me convencendo de que talvez se eu ficasse fora de cena por um tempo antes da Selfish Tour começar, Matt e August desistiriam daquela ideia absurda... Com aquela mulher.
É surreal pensar que a sua vida pode estar nas mãos de outras pessoas. Eu não queria isso pra mim.
Tentei compor mais uma vez. Queria que algo novo surgisse. Tinham papéis amassados por todo o lado e canetas jogadas por cima da mesa. As músicas antigas ainda seguravam a multidão, mas eu precisava de algo novo, precisava de uma adrenalina nova. A produtora cobrava, a indústria cobrava, os fãs cobravam e até a minha própria mente me cobrava todos os dias."Você precisa escrever, Harry, você precisa entregar".
Entregar o quê?
Nada fluía. Nenhuma frase, nenhuma maldita linha.
Porra.
A noite foi caindo, não conseguia mais ficar em casa preso com os meus pensamentos nocivos. Peguei o telefone e liguei para Garrett, um amigo dos tempos que eu ainda tocava na garagem de casa, um dos poucos que estava sempre me acompanhando nos bares quando eu fazia uns trocos ainda antes do reconhecimento, antes da porra da fama, quando eu era um ninguém. Um dos poucos que não dava a mínima para o que o meu dinheiro podia comprar.
— E aí, man? — A voz dele ecoou pelo telefone, tranquila e familiar.
Era bom falar com alguém que eu confiasse.
— E aí, cara. — respondi, ainda jogado na cama com o olhar fixo no teto escuro do quarto. — Preciso me distrair.
— Man... Olha, da última vez você perdeu a linha. Nem faz uma semana, vai com calma, bro. — eu ouvi calado. Ele tinha razão, mas eu estava pouco me lixando. — Eu te acompanho, mas bota juízo nessa cabeça, filha da puta.
Eu podia ouvir o riso na voz dele, mesmo que estivesse tentando dar uma lição.
— Jack's Tavern em meia hora? — finalizei, sem deixar espaço para mais conversa. Eu só queria beber e estar com alguém de confiança.
— Jack's em meia hora. — Garrett confirmou sem hesitar.
Naquela noite precisava de uma dose forte de álcool.
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LONDRES, Jack's Tavern
O bar era um buraco qualquer nos subúrbios de Londres, no fim de uma viela suja, com uma placa de néon parcialmente apagada e as janelas embaçadas. Perfeito para quem queria se esconder. O lugar tinha paredes escuras, luzes baixas e um cheiro de cigarro misturado com cerveja que parecia fazer parte do ambiente.
