13. WHAT'S ON YOUR MIND, GIRL?

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Música do capítulo: Bright Blue Berlin Sky - The Shutes

HARRY

Subir naquele palco de novo foi como renascer. Cada acorde, cada grito da multidão, cada rugido no microfone me trazia de volta à vida de um jeito que eu não sentia há muito tempo. A energia vibrante que parecia sair do chão até entrar nos meus ossos era absurda. Cada célula do meu corpo estava viva. E eu sabia que estava onde eu deveria estar. Em cima do palco.

Pela primeira vez em muito tempo, tudo fazia sentido. A música, o palco, o público. Era como se, de alguma forma, aquele caos ordenado me ajudasse a juntar os pedaços de mim.

O som ensurdecedor dos fãs cantando cada palavra das minhas músicas era como um combustível. Podia sentir a paixão deles me atingir como ondas, empurrando-me para a frente. A vibração coletiva era poderosa demais para ser ignorada; cada um deles fazia parte daquele momento, como se estivéssemos todos conectados pela mesma força.

A minha música os unia, me unia a eles, e em meio a isso, a vida voltava aos poucos a fazer sentido, por mais babaca e estúpido que eu fosse, era a música que transformava tudo.

O palco sempre foi o único lugar onde tudo se encaixava, onde o mundo parecia parar e ao mesmo tempo, girar com mais intensidade. O brilho das luzes, os holofotes me cegando, o calor abrasador que vinha não só das lâmpadas, mas da energia que emanava de todos os lados. A música não só preenchia o ambiente, mas também me preenchia de uma forma indescritível. A cada batida da bateria, a cada riff da guitarra, eu sentia uma parte de mim se reconstruir, como se estivesse me remontando no ritmo daquelas notas.

Só havia eu, a música e o meu público. E isso fazia tudo valer a pena.

As luzes pulsavam como trovões em cima de mim, o calor era quase insuportável, mas eu não ligava. O suor escorria pelas minhas tatuagens, grudando minha roupa ao corpo enquanto meus músculos doíam de tanto me movimentar. Meus pulmões queimavam, meu coração batia acelerado, mas tudo parecia certo. Tudo estava certo. Eu me movia como se meu corpo estivesse agindo por si só, cada movimento impulsionado pela energia daquele momento.

Era bom demais para ser verdade. Durante aqueles horas no palco, nada mais importava. A pressão que eu sempre sentia, os erros que me assombravam, o passado que me perseguia... Tudo se dissipava. Eu não era o Harry carregado de problemas e arrependimentos. Eu era simplesmente alguém completamente entregue ao momento.

Não havia mais a ansiedade que eu costumava sentir fora dali. Eu estava presente, inteiro, de uma forma que raramente conseguia estar fora daquele espaço.

Mas o que realmente mexeu comigo horas antes em Paris não foi só o calor da multidão ou a energia do show

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Mas o que realmente mexeu comigo horas antes em Paris não foi só o calor da multidão ou a energia do show. Foi Oliver. Aquele breve momento de troca de olhares, principalmente durante Wicked Game. Eu estava no meio de uma multidão de milhares, mas foi como se, por um segundo, houvesse apenas nós dois. Nossos olhares se encontraram no meio daquele mar de gente, e, porra, aquilo me acertou em cheio. Foi um instante, um simples cruzar de olhares, mas o efeito foi devastador. Como se o estádio tivesse parado só para nós dois, e naquele segundo, algo mais profundo tivesse sido dito sem que uma única palavra fosse pronunciada.

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