Capítulo 2 - Maurício

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Não acho que dar esperanças para outra garota seja certo, mas ela disse que entendia que comigo não haveria mais do que amizade. Espero que de verdade seja assim, porque realmente preciso de um ombro amigo.

Depois de passar minutos pensando decidi ligar para a Roberta. Eu não faço nada além de trabalhar e ficar trancado nesse apartamento. Não conheço ninguém na cidade além das pessoas com quem trabalho, e não sei se quero manter um relacionamento fora do escritório. O mais próximo de um amigo é o Marcos, meu chefe. Mas não quero levar meus problemas para ele. A Paula dava pra notar que queria mais do que somente amizade. Então acho que a Roberta é minha melhor opção.

Pego o celular e procuro o papel com o numero da Roberta. Chama algumas vezes e ela atende parecendo distraída.

- Alô.

- Aquela saída de amigos ainda está de pé?

O silêncio dura alguns momentos. Acho que realmente a peguei de surpresa.

- Com certeza! Que horas nos encontramos?

- Pode ser agora? Estou sufocando dentro desse apartamento. Preciso sair.

- Claro! Nos encontramos em algum lugar ou você passa aqui?

- Eu vou de táxi, diz seu endereço que eu passo pra te buscar. Você é minha guia hoje, me leve para um bar legal. Vamos beber uma geladas.

- Claro! Vou te levar no lugar perfeito!
******

A Roberta já esperava em frente a sua casa. Ela estava bonita! Usava uma blusa preta, calça jeans escura e sapato preto. Antes que o táxi parasse ela já caminhava em nossa direção, e assim que entrou no carro já deu as direções para o taxista. Ela beijou meu rosto e sorriu.

- Olá! Como você está?

- Precisando relaxar. Espero que o lugar que vai me levar seja bom.

- Acho que o mais importante é a companhia. E eu garanto que a minha é ótima.

- Nem um pouco convencida, não é?

- Convencida? Não. Eu só me conheço bem. Você vai se acostumar Maurício.

Eu sorri. Acho que a noite pode realmente ser boa.
******

Assim que chegamos ao bar senti que poderia gostar do lugar. Não estava completamente cheio. Havia algumas mesas com bastantes pessoas, todos muito animados. Na maioria das mesas havia uma garrafa de tequila ou vodca no centro. Dá pra entender o porque de toda a animação. Me senti um pouco deslocado, todos são bem jovens aqui. O que eu esperava? A Roberta é quase uma adolescente.

- Então, o que acha?

Ela pergunta enquanto paramos em uma mesa.

- Parece ser legal.

- O que você quer beber? Vou até o balcão buscar, aqui não tem garçons.

- Uma cerveja.

- Ok. Já volto.

Ela se inclinou no balcão e sorria enquanto conversava com o barman. Esse lugar me lembra minha antiga vida. Claro que os lugares que eu frequentava eram mais perversos. Não havia só bebidas, mas drogas e as vezes até relações explícitas. Mas aqui é um meio termo.

- Sua cerveja.

Ela me entregou uma enquanto tomava um gole da sua.

- Então, como estão seus ferimentos? Ainda dóem muito?

- Na verdade, eu quase não sinto dor. A costela incomoda, mas muito pouco. Meu pé recuperou-se mais rápido do que imaginei.

- Como você sofreu o acidente Maurício?

Corações precisando de cuidadosOnde histórias criam vida. Descubra agora